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Carlos Wer ner em entrevista exclusiva. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Carlos Wer ner em entrevista exclusiva.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Atacado pelo presidente do Paraná , Leonardo Oliveira, o investidor Carlos Werner se defende. Em entrevista à Gazeta do Povo, o ex-parceiro de Oliveira fala em má-fé, diz que foi iludido e rebate as suposições de que teria sido pouco transparente com o clube no aluguel da Baixada em 2017.

Também confirma ainda buscar a posse do CT Ninho da Gralha como garantia dos valores que investiu no Tricolor (cerca de R$ 30 milhões) e reconhece que pediu a cabeça do executivo de futebol, Rodrigo Pastana.

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Werner garante ser a favor da permanência do clube no Ato Trabalhista, nega comprar jornalistas, assegura não influenciar torcedores para sabotar a atual diretoria e garante que não concorrerá, nem apoiará candidato algum, na eleição para presidente do Paraná, em setembro.

Por fim, o ex-investidor revela não ter mais clima para frequentar a Vila Capanema: “se sou eu quem pode atrapalhar o Paraná, podem desconsiderar. Eu fui a solução do passado e hoje parece que sou o problema do futuro. A verdade é que quebrei minha empresa para ajudar o Paraná”, diz.

Confira os principais tópicos da entrevista.

Erros de administração

“Pegamos o Paraná falido, sem condições nenhuma. Naquele momento, tudo era o Carlos Werner. Não se andava no Paraná sem eu opinar. Mas eu não tinha a gestão de pessoas. E, dentro do futebol, era um palpite ou outro. O Vavá tocava o futebol. Tivemos erros no futebol. Mas, erro de administração está muito longe de ser furto. Não tinha como furtar o Paraná. O Paraná sequer tinha dinheiro”.

Exigência do time sub-17

“É uma inverdade dizer que exigi o elenco sub-17 na disputa do Estadual do ano passado. Enquanto toquei a base, nada foi contestado. Não levei nada. Não tenho atletas. Me perguntam se sou dono do Jhonny Lucas. Não sou seu procurador, não tenho nada de nenhum atleta. O que aconteceu é que não tínhamos mais dinheiro...”

“Eu queria, então, que o Tcheco e o Mathias Lammers, da base, fizessem as contratações com o Pastana. Inexperiência minha, porque o Pastana se mostrou competente. Mas queria que eles ajudassem o Pastana a avaliar se não tinha algum garoto da base que pudesse suprir uma contratação”.

Relação com Pastana

“Não quis impor time de garotos. Queria o máximo possível de garotos para termos a maior economia. Pedi a demissão do Pastana uma vez, em setembro do ano passado. Eu estava muito nervoso. É uma fofoca. Coisa interna. Eu não nego que tenha pedido a demissão do Pastana, porque eu estava muito nervoso. Mas não é coisa para sair no jornal”.

Ouça o comentário de Carlos Werner sobre Rodrigo Pastana

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Articulador de torcedores

“Conheço apenas o presidente e o vice da Fúria Independente. Isso não é ter relação. Em hipótese alguma quero sabotar o atual trabalho da diretoria. Muitos da Fúria sequer me conhecem. Passo na rua e ninguém me cumprimenta. Não articulo com a Fúria. E a Fúria jamais articularia com qualquer dirigente. Ela é Paraná passionalmente”.

Candidato à eleição

“Não tenho tempo para ser presidente do Paraná. Tem que ser uma pessoa com tempo integral. Eu não sou candidato. Me fizeram candidato. E isso assusta. Aos quatro cantos me fizeram candidato, porque fui uma pessoa forte ao entrar no clube e o clube reverteu e está na Série A...”.

“Não vou participar de forma alguma da eleição. É um comentário enorme. Já falei, mas não adianta”.

Apoio?

“Neste momento, quem tem que ter apoio é o Leonardo. Mesmo com essa entrevista dele. Quem deve ser apoiado são o Leonardo e o Pastana, que não quero que saia. Falaram mal de mim, mas o diretor de futebol, se cometeu erros, e não estou dizendo que cometeu, tem que ir até o fim”.

Jogo na Baixada

“Foi um acordo meu com o Petraglia. Os contratos estão aqui. Tenho um de pessoa física com o Atlético e um com assinatura do Leonardo. Paguei R$ 400 mil em dinheiro [ao Paraná]. Na bilheteria, foi pago mais R$ 170 mil na mão do Leonardo, em dinheiro, que ele usou como ‘bicho’ para jogadores. Tenho recibo. Ainda paguei a mídia para o jogo, enchemos o estádio...”

“Para o Atlético, paguei R$ 100 mil pelo aluguel, mais R$ 135 mil pela utilização do patrimônio e R$ 15 mil para maquininhas de cartão na bilheteria. Foram R$ 250 mil depositados na conta do Atlético. Isso tem que estar no balanço do Atlético. Está tudo assinado. Márcio Lara assinou, Leonardo assinou”.

Relação com Atlético e Petraglia

“Assisti a um jogo só com ele na Baixada. Os diretores têm que se conhecer. O Paraná teve de receber o Corinthians na Vila Capanema, faltou uma aproximação maior. Nunca trabalharia ou investiria no Atlético”.

Ninho da Gralha

“Todos que entraram no Paraná e deixaram uma verba vão ter que cobrar um dia. Hoje, eu cobro uma garantia de um patrimônio. Não quero que o Paraná ponha dinheiro na minha mão. O Ninho me foi oferecido pelo Paraná. Tenho a ata da reunião do Deliberativo. Todos assinaram. Nesta ata, o Paraná faz um acordo comigo...”.

“O Léo Rabello [empresário do Thiago Neves] já tinha tomado o Ninho. Tinha R$ 37 milhões a ver. O Leonardo negociou bem e paguei R$ 2,6 milhões ao Rabello como sinal. Imagina, você tinha um patrimônio com toda essa dívida. Não estou tomando o patrimônio”.

Ato trabalhista

“Sou totalmente favorável. Não sou contra a gestão atual. O Paraná não sobrevive sem o Ato. Mas o acordo que fiz pelo Ninho é anterior ao Ato. Coloquei R$ 24 milhões, sem juros. Hoje já são R$ 30 milhões. Não estou pedindo dinheiro. É garantia. É diferente...”

“Disse a minha família, e aí fui iludido: ‘fiz uma negociação, vai ficar um patrimônio’. A pressão familiar é grande. Só que eu perdi o patrimônio. O que quero explicar, e isso me deixou chateado, é que entramos com essa ação muito antes do Ato”.

Futuro do CT

“Ficaria com o Paraná. O que vou fazer com um CT? É zona rural, não dá pra construir prédio, barracão. Estou pegando como garantia. Prefiro o dinheiro ao invés do patrimônio. Mas esse dinheiro não existe. Então, dizem para eu entrar na fila e esperar. Não vou vender o Ninho”.

Recado à torcida

“Espero que a torcida torça pela minha saúde, de minha empresa e meus filhos. Porque torci pela saúde do Paraná e o Paraná está bem. Agora chegou a hora da retribuição. Mas não financeira. Que me queiram bem, com carinho. Porque hoje, quero ir ver o jogo, sou apaixonado, e chego para encontrar inimigos. Estou quase expelido do clube”.

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