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Rodrigo Pastana comanda o futebol do Paraná. | Daniel Caron/Gazeta do Povo
Rodrigo Pastana comanda o futebol do Paraná.| Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo

A melhor contratação do Paraná na temporada não veste a camisa 10 e muito menos calça chuteiras. A chave do sucesso tricolor é Rodrigo Pastana, executivo de futebol contratado para ser o homem forte do departamento e profissionalizar a área.

Responsável pela montagem total do elenco, Pastana fez em menos de 10 meses o que nenhum outro cartola conseguiu nos últimos 10 anos: colocar o Paraná entre os protagonistas da Série B e definitivamente na briga pelo acesso.

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Entre os jogadores que atuam com frequência, apenas o volante prata da casa Leandro Vilela é remanescente do elenco do ano passado. Todos os outros atletas foram observados e contratados por Pastana. Mas as funções do dirigente vão além do mercado – ele é visto como ‘multifuncional’ nos bastidores e fundamental na engrenagem de sucesso que embala o ano tricolor.

Exigente, o executivo de 40 anos trabalha exclusivamente para o Paraná. Não divide o tempo com outros negócios pessoais como é comum entre dirigentes no mundo da bola. E todo o planejamento fica sob a responsabilidade dele. Da negociação de atletas e treinadores até a comunicação interna. Presente todos os dias no CT Ninho da Gralha, Pastana tem contato diário com o presidente Leonardo Oliveira, comissão técnica e jogadores.

Ele também toma a frente para manter a disciplina e a ordem no elenco. Não foram registrados problemas de indisciplina no ano. Mesmo assim, as cobranças são constantes, principalmente em relação ao cumprimento de horários e metas.

MATEMÁTICA da Série B: os jogos e a chance de acesso do Paraná

Agilidade no mercado

A principal característica que marca o trabalho de Pastana no Tricolor é a rapidez nas decisões. Atletas que deixaram o clube ou se lesionaram gravemente tiveram reposição imediata. Foi assim, por exemplo, com o goleiro Richard, o lateral Cristovam e o zagueiro Iago Maidana que substituíram respectivamente Léo, Diego Tavares e Airton.

Um ponto de destaque também foi a manutenção do meia Renatinho, artilheiro e principal jogador do Paraná no clube. O camisa 10 foi muito cobiçado após o Estadual, mas o clube conseguiu segurá-lo.

“Eu fiquei surpreso com o conhecimento de atletas que o Pastana tem. Ele conhece jogadores de todos os lugares do Brasil e consegue antever as situações. Ele sente quando alguém vai sair e já agiliza a reposição. Está sempre conversando com comissão, perguntando sobre quais características encaixam. Eu já trabalhei com diversos profissionais, mas nenhum tão aberto ao diálogo quanto ele”, elogia Tcheco, gerente de futebol que agora exerce o cargo de auxiliar interino.

Relação com os técnicos

A atenção ao mercado em relação ao comando técnico não é menor. Quando Wagner Lopes aceitou uma proposta para treinar o Albirex Niigata, do Japão, em maio, Cristian de Souza foi apresentado logo em seguida. E com a queda brusca de rendimento, o próprio Pastana sentiu que era hora de trocar de treinador.

Nem Lisca, que estava em lua de mel com a torcida, escapou do dirigente ‘linha dura’. Depois de “um dia de fúria”, como o próprio Pastana descreveu, o técnico foi demitido por má conduta profissional, mesmo a contragosto dos torcedores. A decisão não foi questionada por nenhum jogador e, desde a saída de Lisca, o Tricolor venceu os três jogos na Série B sob o comando interino do auxiliar Matheus Costa.

Um nova troca, porém, é praticamente descartada pelo pouco tempo que resta para acabar a temporada. Tcheco e Matheus Costa tem o conhecimento total do elenco por estarem no clube desde o início do projeto e contam com o apoio total de Pastana.

Trajetória

Com o currículo repleto de diplomas acadêmicos na área do esporte, Pastana é paulista e foi atleta de futsal. Bacharel em Direito , é filho do cartola Walter Sanches, fundador do Grêmio Barueri, onde iniciou a carreira como gerente levando o clube da Terceirona para a Série A.

Se subir com o Paraná para a Primeira Divisão, será o sexto acesso da carreira. Além do Barueri, Pastana levou o Guarani da Série C para a Segundona, em 2016. Já com Criciúma e Figueirense, ele conquistou o acesso da Série B para a divisão de elite do futebol nacional, em 2012 e 2013, respectivamente.

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