• Carregando...
 | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Mauro Cavanha é o atual campeão brasileiro de triatlo olímpico. Aos 25 anos, também é o paranaense melhor colocado no ranking nacional, na 7ª posição. Seu foco, porém, é outro ranking, o da ITU (União Internacional de Triatlo). O curitibano vai dedicar 2010 e 2011 às competições que valem pontos para subir nessa lista. Os melhores poderão competir em etapas da Copa do Mundo, classificatórias para a Olimpíada de Londres, em 2012.

Mesmo entre os principais atletas do país, Cavanha ainda não tem patrocinador, apesar do título recém-conquistado, diferentemente dos seus concorrentes. Assim, corre por fora pela vaga olímpica. "Acho que vou surpreender. Entre os brasileiros, cinco ou seis atletas são fortes concorrentes. O que me motiva é poder mostrar para quem não acreditou em mim que posso estar lá", diz.

Mal venceu a segunda etapa do campeonato brasileiro – que, em agosto lhe garantiu o título com uma rodada de antecipação –, Mauro embarcou para a Europa, para disputar provas da ITU e somar os pontos no ranking internacional.

Para competir a prova no Hyde Park, em Londres, em 2012, defendendo o Brasil, vale fazer malabarismos financeiros, como somar o "paitrocínio" à renda mensal de R$ 1,5 mil que recebe do Bolsa Atleta (programa do Ministério do Esporte) e da verba recebida do benefício da Lei de Incentivo ao Esporte de Curitiba. Tudo para pagar as passagens de avião e hospedagem nas competições. Vale também estudar bem o calendário de provas e participar daquelas em datas próximas, para ampliar a estada no Velho Mundo e reduzir os gastos com os voos.

Os apoios também têm sido essenciais para manter o atleta dentro da rotina de treinamentos – tem acesso livre à academia, assessoria de marketing, suplementação alimentar sem custos. "Se fosse para pensar no lado financeiro, já teria desistido. A gente segue por amor", diz o triatleta, que treina os sete dias da semana, revezando ciclismo, natação e corrida em sessões que variam de três a sete horas diárias.

Um amor que é cultivado com muita disciplina há 12 anos. A paixão começou em 1997, quando, durante as férias no litoral paranaense, assistiu a uma edição do Sesc Triathlon. Convenceu o pai a treinarem para participarem do evento. No ano seguinte, estrearam na prova.

Desde então, dedica-se ao esporte: fez intercâmbios nos Estados Unidos e Itália para se aprimorar e morou dois anos no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri), entre 2007 e 2008. Neste ano, ficou em 2º lugar no Campeonato Sul-Americano.

De volta a Curitiba, decidiu ser seu próprio técnico. "Sempre tive o hábito de estudar muito sobre o esporte. Me habituei a traçar meus planos de treino, que anoto em agendas, e a cumprir o que me propuz", conta. Autodidata na área esportiva, programa as sessões de corrida, pedal e piscina de modo que não conflitem com as aulas na faculdade de Direito. "Escolhi o curso porque queria algo que me desafiasse. Talvez eu me acomodasse se cursasse Educação Física", diz. (AB)

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]