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Estrutura metálica do velódromo do Pan ficam ao relento em Pinhais. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Estrutura metálica do velódromo do Pan ficam ao relento em Pinhais.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Há exatos dois anos depositado em um terreno da Prefeitura de Pinhais, o velódromo do Pan de 2007 corre o risco de virar sucata. Toneladas de ferro velho.

A pista foi cedida à cidade paranaense em um convênio com o Governo Federal como parte do Programa de Aceleração do Crescimento Olímpico (PAC), em 2014.

Segundo o secretário de Cultura, Esporte e Laser de Pinhais, Ricardo Augusto Pinheiro, a troca no ministério do esporte criou um novo entrave para a obra.

De acordo com a versão oficial, com a mudança na presidência da república, existe agora o risco de ser bloqueado o repasse de verbas para a conclusão do empreendimento e sepultar de vez a pista - símbolo do desperdício olímpico.

Mas esse é apenas o último capítulo de problemas para o caso, exemplo do mau uso do dinheiro público.

A relocação do velódromo para a Região Metropolitana de Curitiba saiu mais caro do que a própria montagem para o Pan. Foram R$ 14 milhões para sua construção, seis milhões a menos que a verba prevista para sua remontagem em Pinhais – R$ 20 milhões, com valor atualizado.

Antes...

Velódromo em 2007, antes de ser desprezado pelo Comitê Olímpico Internacional. Divulgação

Depois...

Desmontado e abandonado em um terreno de Pinhais.Hugo Harada/Gazeta do Povo

As peças do velódromo estão expostas à ação do tempo, com algumas já sem condições de uso. Pela modalidade de licitação empregada, o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), o consórcio vencedor da licitação é o responsável por repor todo o material que está deteriorado e entregar o projeto em perfeito estado de utilização.

Pinheiro admite que a obra pode virar sucata. “Trata-se de um polo de treinamento de profissionais e formação de atletas, que faz parte do legado [olímpico]. Independentemente de qualquer conflito partidário, acredito que eles têm interesse na conclusão. Mas também é possível que não queiram mais”, revelou, enquanto aguarda audiência com o novo ministro, Leonardo Picciani (PMDB-RJ).

Inicialmente, o montante do convênio com o poder público previa R$ 24 milhões para a criação de um complexo esportivo, do qual a pista faria parte, mas de acordo com o secretário, R$ 7 milhões foram destinados ao projeto até agora. Deste valor, só quatro milhões chegaram aos cofres do município.

Em março de 2016, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) embargou a obra, que tinha previsão de início em abril após ter sido aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Caixa Econômica Federal. A alegação do TCE-PR é de que havia sobrepreço em alguns pontos do orçamento, o que geraria um dano de aproximadamente R$ 4 milhões ao erário público.

A prefeitura de Pinhais garante que já fez o corte orçamentário e vai apresentar o novo projeto até o dia 3 de julho, prazo final dado pelo TCE-PR para, enfim, dar andamento aos trabalhos. Segundo o secretário, os motivos apontados pelo TCE-PR para parar a obra já foram solucionados no novo projeto. “Vamos dar uma resposta ao TCE em cima da própria determinação do órgão. No dia 4, com toda certeza, vou poder dizer que protocolamos a defesa atendendo essa linha”.

Em paralelo a isso, o secretário espera conseguir a destinação do restante da verba para a conclusão do velódromo, algo em torno de R$ 13 milhões, já com as correções exigidas. “Estamos tentando conversar com o ministro porque o próprio Governo Federal não empenhou todo o dinheiro. Empenharam apenas um terço do valor e, para fazer a obra, precisamos ter a garantia que vai sair o dinheiro”, afirmou.

Hugo Harada/Gazeta do Povo
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