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| Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo

Uma caixinha do tamanho de um celular, cujo peso não ultrapassa 90 gramas, é a aposta curitibana para revolucionar a esgrima mundial.

Dispositivo criado a partir de um trabalho de conclusão de curso da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Easy Touch –toque fácil, na tradução do inglês – começou a ser desenvolvido em 2008 com o objetivo de aposentar o sistema de detecção de toques russo que vigora desde Sydney-2000 e é utilizado apenas em grandes competições da Federação Internacional de Esgrima (FIE).

Tecnologia

Carlos Toledo (esq.) apresenta os aparelhos que prometem mudar a esgrima mundial dando fim ao emaranhado de fios.Lineu Filho/Gazeta do Povo

Depois de sete anos, o produto está prestes a ser lançado em parceria com a empresa alemã Allstar , líder mundial em produtos do esporte. As grandes vantagens do artefato paranaense são a mobilidade, a praticidade e a ausência quase total de fios, além de funcionar de maneira integrada para as três armas: sabre, espada e florete. “Só há um cabo que liga o aparelho à arma”, explica o técnico em engenharia eletrônica Carlos Augusto Toledo Martins, idealizador da ideia e esgrimista amador.

FUTURO: Após ciclo conturbado, esgrimista curitibana projeta evolução para Tóquio-2020

“O sistema atual precisa de uma parafernália. São três dispositivos colados no corpo do atleta e uma vestimenta metalizada por baixo. É muito caro e nenhuma academia do mundo tem. Fora as Olimpíadas e alguns outros campeonatos da FIE, a esgrima ainda é jogada com enroladeiras”, emenda, citando o método que conecta, com fios, o atleta ao aparelho de sinalização.

A expectativa de Martins é que o Easy Touch comece a ser vendido já em janeiro de 2017, no início do ciclo olímpico para Tóquio-2020. Na opinião dele, a aceitação do mercado pode tornar a tecnologia paranaense obrigatória na próxima edição dos Jogos Olímpicos.

Opinião compartilhada pelo esgrimista Athos Schwantes , curitibano que disputou as edições de Londres-2012 e Rio-2016, e que ajudou nos testes do dispositivo. “O caminho natural é a esgrima wireless. O sistema de hoje é arcaico e que não permite ser comercializado”, compara. “O projeto brasileiro é incrível, dá orgulho ser daqui. Demorou anos para ser estudado e desenvolvido. Espero que no Japão essa tecnologia seja utilizada”, fecha Schwantes.

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