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Gabriela e Giovana: empreendedorismo para praticar esporte. | Henry Milleo/Gazeta
Gabriela e Giovana: empreendedorismo para praticar esporte.| Foto: Henry Milleo/Gazeta

Além da puxada rotina de treinos diários nas piscinas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na região central de Curitiba, o sonho de duas irmãs curitibanas de se tornarem atletas de ponta do nado sincronizado brasileiro passa por acumular a ‘profissão’ de confeiteiras na cozinha de casa.

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Fazer bolos caseiros e vendê-los pela internet foi a solução encontrada pelas jovens Giovana e Gabriela Brassac Kniggendorf, de 13 e 11 anos, respectivamente, para bancar as despesas de competições nacionais e internacionais da modalidade.

“A gente teve essa ideia porque não tinha dinheiro para ir para as competições. E aí a gente também sabia que o bolo da minha mãe era muito bom. Então pedimos pra ela nos ensinar a fazer”, conta Giovana, que compete na categoria juvenil.

“Nossa rotina ficou um pouco pesada, mas a gente dá conta”, reforça Gabriela, do time infantil.

Logo no primeiro mês, elas venderam 120 bolos, por R$ 25 cada. Comércio que garantiu a presença de ambas no Campeonato Brasileiro, em novembro, em João Pessoa, na Paraíba. O próximo objetivo é mais ambicioso. A dupla planeja bancar uma ida ao Uruguai, em dezembro, para uma disputa internacional. Para tanto, almeja vender mais de 800 unidades até o fim do ano.

Henry Milleo/Gazeta

“O custo para essas competições é muito alto e, com a crise econômica do país, ficou mais difícil ainda para eu e meu marido bancarmos”, afirma a psicóloga Giórgia Brassac Kniggendorf, mãe das irmãs. “Quando dissemos que não poderíamos mandá-las para as viagens, ficaram muito chateadas. E nós também. Mas, minutos depois, elas vieram e apresentaram a ideia dos bolos”, prossegue.

A família toda participa do processo. Enquanto o trio feminino confecciona os doces, o irmão Rafael ajuda a organizar planilhas de pedidos. O pai Roney, por sua vez, vira condutor das entregas. Giovana e Gabriela fazem questão de ir junto para conhecer os compradores. Em apenas um dia, a família já chegou a rodar 250 quilômetros entregando bolos.

Giovana e Gabriela exibem bolo de chocolate, especialidade da dupla de atletas.Henry Milleo/Gazeta

A partir de junho deste ano, as esportistas começaram a ganhar a ajuda da bolsa TOP do governo estadual, após passarem por uma seleção. Durante seis meses, cada uma receberá R$ 500 mensais, que servirão para complementar o orçamento vindo dos bolos. “No começo era uma brincadeira. Agora está virando mais sério. Quero tentar ir para a seleção e fazer uma carreira com isso”, revela Giovana. “Eu também”, apressa-se em dizer Gabriela.

O gosto das meninas pelo nado sincronizado teve início em 2012, ano da Olimpíada de Londres. “Quando vi as russas competindo, me apaixonei, apesar dos nomes difíceis delas”, explica a mais velha, sobre o país que domina o esporte. Já a caçula escolhe as brasileiras como suas favoritas: as gêmeas cariocas, Bianca e Branca Feres, e a paulista Nayara Figueira.

“Tudo isso vai fazer com que elas fiquem mais fortes psicologicamente. São vitoriosas apenas por conseguirem competir”, elogia Giórgia. “Muita gente me perguntou se não tínhamos vergonha de sair vendendo bolos por aí. Não temos nenhuma. Dá muito orgulho de vê-las empreendendo, com vontade de crescer”, completa.

SERVIÇO

Bolo das meninas do nado sincronizado: 41-91381423 (Giórgia)

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