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Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, em São Paulo, lotado para a final do Campeonato Brasileiro de League of Legends em 2015. |
Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, em São Paulo, lotado para a final do Campeonato Brasileiro de League of Legends em 2015.| Foto:

Videogame – ou jogos eletrônicos, ou ainda a denominação mais refinada, e-sports – deixou de ser brincadeira e virou um grande negócio, que atrai o interesse do público nas transmissões da televisão, mas também nos estádios. Mercado estimado em US$ 748 milhões, com perspectiva de chegar a US$ 2 bilhões até 2018, o segmento é a nova coqueluche dos canais de esportes.

ESPN, Esporte Interativo, BandSports, FOX Sports e, recentemente, SporTV passaram a dedicar espaço nas grades de programação para os e-sports. No último domingo (17), a decisão do ESL Pro-League Counter Strike, na Alemanha, foi transmitida pelo SporTV e teve audiência maior do que a final de Wimbledon, o mais tradicional torneio de tênis do Grand Slam. A final do ESL Pro League, via SporTV, atingiu 0,18 de share na TV a cabo – público superior ao de muitos canais abertos, em torno de 200 mil pessoas só em Curitiba. O canal Azubu, do portal UOL, transmite jogos ao vivo 24h por dia na internet.

O interesse é tamanho que as emissoras já buscam contratos mais duradouros com empresas do setor, que se dividem em publishers (as criadoras dos jogos, como Blizzard ou RIOT) e ligas (ou organizadoras de eventos, caso da ESL que chegou ao Brasil pelo MCI-Group, empresa habituada a organizar congressos e eventos como a Campus Party). Em outubro, no mesmo final de semana das eleições municipais, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, receberá mais um campeonato de e-sports, aberto a qualquer participante.

São várias as modalidades e jogos. Os e-sports se dividem em categorias de luta (Mortal Kombat, Street Fighter), FPS ( disputa de tiros em primeira pessoa, como Counter Strike, Call of Duty), MOBA ( ou arena de batalha online multiplayer, como League of Legends), MMO (ou Jogo de Muitos Jogadores Online, comoWarcraft) e cartas (Hearthstone, Magic). O segmento conta com o apoiadores de peso, como David Stern, ex-diretor da NBA. “Claro que é esporte. Enchem arenas, estádios, tem toda uma rede construída em cima deles e tem um mercado robusto de times que precisam ser desenvolvidos”, afirma o ex-cartola da liga americana de basquete.

Público

Em agosto de 2015, 12 mil pessoas foram ao Alianz Parque, em São Paulo, a arena do Palmeiras, para ver a final do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL). No último dia 9, o Ginásio do Ibirapuera recebeu mais de 10 mil pessoas que viram a equipe INTZ vencer a CNB e se classificar para a seletiva do Mundial dos EUA em outubro. A seletiva será em Curitiba, na Ópera de Arame, dias 3 e 4 de setembro .

“O público não vai para torcer por uma equipe. Vai torcer pelo espetáculo. Você vai ver a torcida vibrando com boas jogadas, quando alguém se destaca”, explica Juliano Lissoni, vice-presidente senior da ESL no Brasil, a maior organizadora de disputas de jogos eletrônicos do mundo.

Narrador da Rádio Globo São Paulo, Marcelo do Ó descobriu os e-sports quase por acaso e resolveu dar um espaço ao segmento. O resultado impressionou. “Fiz uma mesa-redonda no Esporte@Globo, programa que passa só na web na hora da Voz do Brasil, e levei o narrador principal do LoL [League of Legends] no Brasil, o Tácio Schaeppi. Foi um fenômeno no Facebook. Agora a rádio vai investir nisso”, afirma.

O sucesso é tanto que alguns narradores de e-sports começam a ganhar status de celebridades . A maioria são apenas jogadores que resolveram gravar vídeos descrevendo os jogos e publicaram na internet e ainda há uma distância para profissionais estabelecidos. Mas aos poucos vão ganhando espaço. “Tivemos que aprender badminton para narrar na Olimpíada. O e-sport é a mesma coisa. Temos que estudar as regras, ambientar a transmissão e dar espaço para o comentarista que entende”, compara o narrador da Rádio Globo.

Profissionais

As disputas de e-sports é composta basicamente por amadores – qualquer um pode adquirir os jogos mais badalados, como LoL, Counter Strike, Hearthstone ou DOTA 2 e se destacar. Mas começam a despontar os competidores profissionais. Como Gabriel FalleN (grafia do nickname), considerado o Neymar do segmento.

A página de FalleN no Facebook tem 230 mil seguidores. Os vídeos dele no YouTube ultrapassam a marca do milhão de visualizações. “Ele é uma é das referências no Counter Strike no mundo”, conta Lissoni, “O time dele, Luminosity, foi campeão do ESL e levou US$ 500 mil . Aí a equipe americana SK comprou a Luminosity”, explica o representante do ESL no Brasil.

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