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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Ao contrário que se ventilava pelos bastidores, o presidente da República, Michel Temer, compareceu à Arena Condá para acompanha a cerimônia de despedida às vítimas do acidente aéreo envolvendo atletas da Chapecoense.

A indecisão sobre a presença ou não do político no estádio durou, na verdade, até o fim do desembarque dos caixões no aeroporto de Chapecó, quando então ele explicou o motivo pela demora na confirmação. “Não disse antes que iria ao estádio ontem (sexta-feira) porque se eu dissesse a segurança iria colocar pórticos ao redor do estádio e revistar as pessoas que entram. Só comuniquei que vou lá agora para poder facilitar a vida de todos”, explicou.

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Temer chegou ao aeroporto municipal às 8h50 deste sábado (3). Logo em seguida, ele entrou em uma área reservada do aeroporto para conversar com as famílias das vítimas do acidente.

Enquanto o presidente cumprimentava os familiares em uma sala privada, foram dadas várias informações conflitantes sobre a ida dele ao estádio. A assessoria da Chapecoense informou a ida do presidente à Arena Condá aos repórteres que estavam no local. Mas, ao mesmo tempo, a assessoria da presidência não confirmava a informação. Parente de uma das vítimas foi quem avisou aos repórteres que, no encontro, Temer teria afirmado que iria ao velório no estádio.

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Durante a semana, a presença presidencial foi alvo de bastante polêmica. Familiares das vítimas mostraram clara insatisfação com o fato de se deslocarem do estádio para o aeroporto para “encontrar o presidente”.

Quem mais vocalizou essa insatisfação foi o pai do zagueiro Felipe Machado, Osmar Machado, ainda no gramado da Arena Condá, na última sexta-feira. “Isso é um desrespeito. Eu ter que sair daqui para dar um abraço no presidente. Quem deveria vir até nós era ele”, disse. Osmar, de fato, não foi ao aeroporto de Chapecó.

Fizeram parte da comitiva presidencial os ministros do Trabalho, Ronaldo Nogueira; e do Esporte, Leonardo Picciani. Além do secretário geral da CBF, Walter Feldman.

“São Pedro está chorando”

Quando o primeiro avião chegou trazendo os corpos das vítimas, os familiares saíram do encontro com o presidente e se dirigiram para uma área externa, perto da pista. O clima era de muita comoção.

Chovia muito forte e o presidente declarou: “Quando vejo essa chuva penso que deva ser São Pedro chorando a morte desses jogadores”.

Os caixões foram desembarcados um a um, com um pano branco envolvendo-os. Às 9h59, o caixão com o corpo de Thiaguinho, atacante da Chapecoense, foi o primeiro a deixar o avião Hércules da Força Aérea Brasileira.

Os caixões passaram por um corredor de oficiais da cavalaria perfilados ao som da marcha fúnebre. Cada corpo foi conduzido por seis oficiais do Exército.

Todos os caixões foram recebidos por palmas. Como os caixões estavam identificados com o nome das vítimas, os parentes caiam em prantos ao vê-los passar. O primeiro e o último caixões foram recebidos por Temer, além de uma salva de três tiros.

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