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Na Copa do Mundo da Itália, em 1990, um dia antes do jogo contra a Argentina em Turim, não havia mais bilhetes à venda. Lá estava entre muitos brasileiros que procuravam ingressos, Chico Buarque, um apaixonado pelo futebol.

Chico procurou um assessor da CBF, amigo do presidente da Fifa, João Havelange, para saber como e onde poderia comprar a entrada para o jogo. Afinal, era um encontro de brasileiros, conhecidos, e todos torcedores do mesmo clube, o Fluminense. Seria o caminho mais lógico para conseguir acesso ao Estádio Delle Alpi.

Resumo da ópera: além de negar informação e ingresso – a CBF tinha dezenas de convites para distribuir para os amigos da casa –, o cartola se vangloriou por humilhar Chico Buarque, dizendo-se inimigo ideológico do artista. Dias depois eu soube que o cantor italiano Sérgio Endrigo teria convidado o parceiro e amigo brasileiro, para, juntos, assistirem à derrota do time de Lazaroni. Seleção, aliás, que não deixou nenhum recado positivo, ao contrário do músico e escritor.

Um caso típico de vingança gratuita, onde não há o agente destruidor, o inimigo pessoal, o provocador direto. Diferente das dores de cotovelo de Lupicínio Rodrigues, na famosa canção (“Mas enquanto houver força em meu peito/ Eu não quero mais nada/ E pra todos os santos, vingança, vingança clamar/ Você há de rolar como as pedras/ Que rolam na estrada/ Sem ter nunca um cantinho do seu/ Pra poder descansar...”), que encanta com a dor, sem ferir ninguém.

Aqui, a semana foi de vingança burra, e burrice vingativa. No olho do furacão, claro, sempre o presidente do Atlético semeando e colhendo a erva daninha, que ele cultiva num solo apropriado para campo de golfe. Truculência com o Foz, retaliação com Sérgio e Marcos Malucelli, ranço com a Federação, briga com Nathan, e por aí vai. Do outro lado, a truculência imposta ao presidente do Paraná Clube por um torcedor visivelmente alterado.

E, para fechar a semana com “chave de ouro”, a burrice vingativa da Federação, que voltou ao tempo das trapalhadas de jogos no carnaval, supermandos, Atletiba no Ecoestádio, etc., escalando Paraná e Coritiba, depois de estonteante vai e vem, para a Vila Capanema... com portões fechados.

Portões fechados? Como assim? É isso mesmo. No clássico Paraná e Coritiba de amanhã, o público está proibido de entrar (exceto, talvez, o João Quitéria, aquele que “expulsou” o presidente do clube e se tornou dirigente). Não estranharia se, na calada da noite, o clássico fosse transferido para a Arena Manaus. Afinal, o público está sendo vingado de quê?

Vingança II

Não foi bem isso, mas ganhar da França lá é dignificante. O mais precioso, porém, é a diferença de um time leve, com Willian (o cara do jogo), e aquele outro de Hulk e Fred. Falta, porém, um segundo fora de série. Neymar é pouco.

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