Curitiba tem hoje mais terrenos vazios do que parques e praças. Exatamente 72 milhões de metros quadrados de terrenos privados subutilizados (que estão fechados ou sem qualquer atividade), cerca de 4,2 vezes mais que a área total de parques e praças, que somam ‘apenas’ 17 milhões de m².
Mas as arquitetas residentes em Curitiba Bárbara Becker e Vivian Brune querem mudar essa triste realidade dos lotes vazios que acabam gerando mais insegurança e se tornando um desperdício de investimentos urbanos. A ideia do projeto Vazios Urbanos , originalmente criada para a Expo Arquitetura para Curitiba, é levar atividades temporárias, como cinema, exposições e música, para essas áreas. Também participaram da concepção do projeto a arquiteta Maria Fernanda Fabro, e as estudantes Iara Arantes Capassi, Ingrid Schmaedecke, Luisa Padilha de Carvalho, Marina Barancelli e Andressa Gral.
“A disponibilidade de áreas vazias na cidade é um potencial, pois, enquanto não são ocupadas, podem servir de áreas de recreação e lazer da população, agindo como um parque ou praça. Cada lote vazio possui o potencial de receber um evento, definido de acordo com as suas características. A duração e o tipo do evento variam de acordo com o público envolvido e terreno ocupado”, explica a dupla.
Ao todo foram realizadas quatro intervenções na cidade em áreas distintas, como cinema ao ar livre, jardim urbano, galeria a céu aberto e evento com música.
Agora, até a Prefeitura de Curitiba se encantou com a ideia e está estudando a possibilidade isentar os proprietários dos terrenos participantes com IPTU progressivo para começar a implementar a ideia. As arquitetas frisam que agora estão desenvolvendo uma maneira de reproduzir a ideia em larga escala. Até o segundo semestre do ano que vem mais novidades devem ser anunciadas.