Arquitetura da saúde: acolhimento é essencial em clínicas e hospitais

Cores claras, algumas poltronas, mesas e cadeiras comuns. Esses elementos são o padrão na composição de consultórios e clínicas médicas. No entanto, a busca por um ambiente melhor preparado para acolher os pacientes tem levado ao investimento em projetos arquitetônicos e de interiores mais elaborados. Na concepção destes espaços, muitos detalhes são importantes para garantir conforto, transmitir credibilidade e ter toda a limpeza e assepsia que são cruciais para espaços médicos.

“É fundamental ressaltar que, antes da realização do projeto de ambientação, é necessário compreender o tipo de serviço médico que o local oferece. Por exemplo: o consultório de um pediatra tem necessidades bem diferentes daquelas de um consultório de endocrinologia e por aí vai”, aponta o arquiteto Eduardo Petry.

Para o arquiteto Ivan Wodzinsky, responsável pelo projeto de uma clínica de oncologia em Curitiba, a maior complexidade está em atender com atenção e rigor todas as normas de vigilância sanitária e códigos para projetos na área de saúde, além dos conceitos de ergonomia e segurança. “É complexo e rigoroso, por isso exige que o escritório entenda do assunto. Um projeto nessa área só é aprovado quando tem especificações detalhadas”, afirma. Detalhes como pias com acionamento no pedal ou fotocelular, tampos em granito ou mármore e armários com superfícies lisas são recomendações importantes para garantir a limpeza.

A decoradora Yara Mendes lembra ainda que um médico, por exemplo, chega a passar 70% do seu dia dentro do consultório. “Ele tem de ter o prazer pessoal de trabalhar em um ambiente ergonômico e agradável. Já o paciente tem que se sentir acolhido, lembrando o menos possível que ele está em um consultório”, diz. No projeto de uma clínica assinado por ela, a solução para trazer essa leveza foi investir em painéis artísticos supercoloridos, pintados pelo artista André Mendes.

A cor também foi a forma de comunicar tranquilidade na clínica de acupuntura decorada pelo escritório Perffectta. A arquiteta Eliza Schuchovski lembra que neste caso houve uma liberdade maior para colocar elementos diferentes, uma vez que na clínica não há procedimentos invasivos.

Como regra geral, os profissionais recomendam trabalhar com salas de espera com sequência de no máximo seis assentos e que, de preferência, eles sejam individuais. “É muito comum, quando há sofá, uma única pessoa sentada e as demais em pé. É um momento em que se quer conforto e privacidade”, completa Petry.

As plantas têm um importante papel nos consultórios e auxiliam na sensação de bem-estar. No entanto, vale lembrar que elas não podem ser usadas nas salas clínicas, ficando restritas às recepções e hall. Quanto aos revestimentos, são indicados os porcelanatos retificados ou pisos resinados, que não têm emendas, evitando que a sujeira se acumule.