Choque com o futuro

Arquitetura

Entrevista: especialista da WGSN reflete sobre o ano na arquitetura e design e o que esperar para 2024

Sharon Abdalla
20/12/2023 22:03
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Desenhar futuros possíveis a partir de ressignificações do passado nacional. A proposta, materializada no pavilhão Terra, espaço brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza, traz o elemento natural e as raízes brasileiras em destaque e rendeu aos seus criadores, Gab de Matos e Paulo Tavares, o inédito Leão de Ouro para o Brasil. | cortesia Fundação Bienal de São Paulo

Vislumbrar o que desejamos para o futuro, mas de maneira realista. Transitar cada vez mais, e de forma mais fluida, entre os universos físico e digital. Voltar as intenções e esforços para o cuidado - consigo mesmo, com a comunidade, com o planeta. De maneira resumida, estes são os macrotemas, os “propulsores” que a WGSN (Worth Global Style Network), empresa líder em tendências de comportamento e consumo, lista quando perguntada sobre o que podemos esperar para 2024. Alguns podem apontar que essas não são pautas inéditas, o que é fato, mas o ineditismo virá na forma como indivíduos, profissionais e indústrias irão se comportar em relação a elas a partir de tudo o que vivenciamos em 2023.
Em um ano onde a inteligência artificial avançou a passos largos, notamos também a presença constante da ancestralidade. Movimentos nada contraditórios, na avaliação de Hanne Lima, especialista em tendências na WGSN, que enxerga nelas influências mútuas e ancoramentos necessários às respostas que se farão fundamentais ao virar do calendário. Em entrevista exclusiva a HAUS, ela revisita as principais tendências e movimentos que marcaram 2023, e aponta direcionamentos sobre o que deve se tornar realidade para a arquitetura e o design em 2024. Confira!
Hanne Lima, especialista em tendências na WGSN, empresa líder em tendências de comportamento e consumo
Hanne Lima, especialista em tendências na WGSN, empresa líder em tendências de comportamento e consumo

2023 está quase no fim e já podemos elencar os temas que mais se destacaram na arquitetura e na decoração neste ano. Quais são os que você aponta?

Um dos primeiros temas que mapeamos e vimos acontecer foi como a crise do custo de vida impactou o design. Tivemos um consumidor que estava com o orçamento muito apertado. Mesmo sem uma recessão declarada, ele estava com este pensamento, comportando-se como se ela estivesse [declarada]. E isso impactou muito o design. Vimos designs mais minimalistas e mais “certos” para o dia a dia, coisas com as quais o consumidor já era familiarizado e nas quais tinha menos medo de apostar.
Também vimos um olhar voltado para a atualização dos clássicos, de produtos supervencedores, e muita inspiração de luxo por meio de materiais e acabamentos de mais alta qualidade, mesmo em produtos mais básicos. As cores mais vibrantes, uma herança de 2022 e dos anos anteriores, também apareceram.
Falamos muito sobre bem-estar e aconchego. O conforto foi algo muito forte neste 2023. Foi o tema da Maison e Objet [França], da CASACOR… Junto com tudo isso, tivemos muitos produtos nos quais o foco era a flexibilidade e a multiproposta. Depois dos últimos anos, a casa virou um hub de várias coisas. A gente não faz só descansar: temos trabalho, lazer, sociabilidade. Então, vimos a casa cada vez mais flexível para acomodar essas várias funções, necessidades e, também, gerações. Esses foram [alguns dos] principais temas de 2023. A maioria deles vai continuar em 2024.

Quando você fala em atualização dos clássicos, ela deu-se de que forma?

Veio muito mais em cor, material e acabamento, até por conta dessa questão da autoexpressão do consumidor. Vimos um design que era mais minimalista, mas que não deixava de ser quente, colorido. A forma poderia ser mais minimalista, um produto que o consumidor já conhece, mas a inovação aconteceu muito mais em cores, materiais e acabamentos.

E quando aponta as questões econômicas, fala sobre a economia global, não apenas da brasileira?

Com certeza. É um comportamento bem global e eu diria que outros países foram muito mais impactados, porque no Brasil nós já estamos acostumados, já passamos por isso antes, infelizmente. Alguns países da Europa, os próprios Estados Unidos registraram níveis de inflação que em 50, 60 anos nunca haviam registrado. Isso impactou muito o mercado global, assim como o brasileiro.

Em relação ao inspiracional do luxo, como ele se materializou na casa das pessoas? 

Muito mais em materiais que traziam essa informação. Vimos um universo mineral crescendo: ônix, travertino… [O uso de] cores mais neutras, por conta da crise no custo de vida, mas também por causa dessa inspiração de luxo. Esse luxo discreto acompanha esse momento em que não estamos conseguindo gastar, estamos com uma situação financeira  difícil, mas aspiramos estar naquela camada que não sente isso, desejamos trazer esse universo para dentro. Isso aconteceu de forma muito forte no mercado da moda, mas também teve seu impacto em interiores com este olhar para materiais mais premiums, como metálicos, pedras e cores um pouco mais clássicas em 2023 - e para 2024. Isso apareceu muito nos acabamentos, mas também em produtos que chamamos de “joias para casa”. Esta foi uma tendência-chave para 2023 e em 2022, a de trazer para a decoração um produto, um acessório decorativo que tem um quê a mais, que parece uma joia mesmo.

Não há mais como falar sobre design e arquitetura sem falar de sustentabilidade. Não é um tema novo, mas ela não só não saiu dos holofotes, como a forma de abordagem sofreu alterações neste ano. Como a WGSN percebe esta evolução? 

Com certeza houve uma mudança. Afinal, agora falamos essencialmente sob a crise climática. Não é mais algo para o que seria interessante a gente olhar. É algo para o que estamos sendo obrigados a olhar porque estamos sentindo [os seus efeitos] na pele - ainda mais quando pensamos em grupos minoritários. E quando falamos sobre essa mudança de perspectiva, ela vem com a mudança de olhar sobre a sustentabilidade. Agora, o importante não é só ter o impacto zerado ou neutro, algo sobre o que falávamos muito nos anos anteriores. O impacto tem que ser positivo. Falamos muito sobre regeneração, sobre como iremos melhorar o solo por meio do têxtil que estamos usando, olhar para o linho, para o cânhamo e para outros produtos de forma que sejam regenerativos. Como vou conseguir madeira de forma que seja regenerável? Como vou fazer esse impacto positivar?
O mercado global também está com um olhar muito forte voltado para a economia circular. São produtos que olham muito para a revenda, que foi um mercado que cresceu muito em interiores neste último ano. O olhar sobre o reuso, upcycling, reciclagem, todos esses “res” que a gente já conhece para manter aquele produto dentro da economia. Essa foi uma mudança muito forte, que percebemos de um tempo para cá. E vai ser cada vez mais importante se falar sobre isso.
Desde 2022 a Kartell e a Illycaffè firmaram parceria para o desenvolvimento de peças produzidas a partir de cápsulas de café recicladas. Em 2023, na Semana de Design de Milão, a marca apresentou a cadeira Eleganza, assinada por Phillipe Starck, fabricada com o material, mas apresentando o plástico colorido como novidade. A cadeira ainda recebe acabamento em tecido com padrões geométricos da grife Missoni.
Desde 2022 a Kartell e a Illycaffè firmaram parceria para o desenvolvimento de peças produzidas a partir de cápsulas de café recicladas. Em 2023, na Semana de Design de Milão, a marca apresentou a cadeira Eleganza, assinada por Phillipe Starck, fabricada com o material, mas apresentando o plástico colorido como novidade. A cadeira ainda recebe acabamento em tecido com padrões geométricos da grife Missoni.
Para 2024 e 2025, destacamos esse olhar sobre como a crise climática está impactando grupos minoritários, como a inteligência artificial e a tecnologia podem contribuir para a sustentabilidade.

Vamos falar sobre ancestralidade, que teve como expoente o Leão de Ouro para o pavilhão brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023. O que fez com que apostássemos tanto e voltássemos nosso olhar para essas raízes? 

O tema da ancestralidade se fez presente na Semana de Design de Milão. O designer Pedro Franco, à frente da A Lot of Brasil - única marca brasileira a expôr no principal pavilhão do Salone del Mobile.Milano -, apresentou a coleção Ancestralidade composta por cadeiras, mesas e tapetes inspirados na junção das pinturas rupestres, especialmente das localizados na Serra da Capivara (PI), e do pixo, tão comum às grandes cidades brasileiras. Entre elas, destaca-se a poltrona Ancestral, produzida em aço com acabamento em inox.
O tema da ancestralidade se fez presente na Semana de Design de Milão. O designer Pedro Franco, à frente da A Lot of Brasil - única marca brasileira a expôr no principal pavilhão do Salone del Mobile.Milano -, apresentou a coleção Ancestralidade composta por cadeiras, mesas e tapetes inspirados na junção das pinturas rupestres, especialmente das localizados na Serra da Capivara (PI), e do pixo, tão comum às grandes cidades brasileiras. Entre elas, destaca-se a poltrona Ancestral, produzida em aço com acabamento em inox.
Este também é um movimento global, não é algo que está acontecendo somente no Brasil. É um movimento que está acontecendo de maneira geral porque passamos por alguns anos de muita incerteza, em que estávamos com muito medo e nos quais vimos o quanto é nocivo termos o olhar voltado apenas para o indivíduo.
Quando olhamos principalmente para 2024, notamos alguns sentimentos do consumidor que estarão mais aflorados - e em 2025 também -, que falam muito sobre comunidade, sobre o coletivo. Isso nos leva a olharmos para a herança, para os saberes tradicionais. Enquanto olhamos mais para a comunidade, [pensamos sobre] como fazer bem à comunidade faz bem para nós mesmos, para o planeta… Estamos resgatando o saber ancestral e soluções ancestrais para problemas modernos.
É um movimento muito interessante que surge dessa necessidade de pertencimento, de se estar numa comunidade, de olhar pra si, para dentro, ter cuidado com a sua cultura, resgatar a sua herança para ter esse senso de comunidade e de pertencimento. É algo que vemos cada vez mais forte não somente para o design, para os interiores, mas para qualquer tipo de movimento da indústria criativa e de outras.

Este ano também foi marcado pelos avanços relacionados à inteligência artificial (IA). Soa contraditório sairmos das raízes dos saberes e fazeres tradicionais para a evolução cada vez mais célere da tecnologia?

A IA é algo que já está aí há muito tempo, mas que realmente neste ano teve uma mudança muito grande, pois estamos falando de inteligência artificial que tem uma atitude criativa e que consegue “pensar como a gente”, entre muitas aspas. Eu não vejo como um movimento necessariamente contraditório porque são duas coisas que estão acontecendo em paralelo e que influenciam uma a outra. Hoje, temos vários projetos de IA que reproduzem como eram essas cidades ancestrais, a vida há muitos anos, e como podemos aprender com isso. Há grande movimento na Arqueologia para o uso deste tipo de ferramenta.
Mas também [há outro ponto], principalmente em 2024, quando teremos um consumidor que estará muito ansioso por causa da aceleração do tempo. Essa questão da IA vai mexer muito com a gente ainda porque é isso: estamos vendo coisas que não imaginávamos que aconteceriam acontecerem bem na nossa frente. Então, teremos um consumidor com um sentimento que descrevemos como o choque com o futuro. Esse choque com o futuro é algo que iremos trabalhar bastante. E esse sentimento vai levar a alguns perfis de protetor do tempo, aquele [indivíduo] que quer abraçar muito mais a ancestralidade, a comunidade, justamente porque vê as coisas se acelerando tanto. É um consumidor redutor: ele quer conexão humana. Esse choque com o futuro é um sentimento muito forte e que impacta diversos tipos de ações e comportamentos.
Mas a tecnologia também vai servir para ajudar esse consumidor a ter o espaço necessário para essa conexão humana, para que consiga olhar para trás. É um movimento onde uma coisa influencia a outra, uma coisa está bem ligada à outra.
O papel da IA, pelo que já percebemos e pesquisamos, é realmente o de ser uma ferramenta criativa. Ela mexeu muito com o nosso senso de estética e até com o nosso senso sobre o que é verdadeiro e o que não. Dizemos que vivemos em uma era da pós-verdade, na qual tudo pode ser manipulado, e isso também mexe muito com o nosso senso de verdade.
Sobre a estética, especificamente, a IA vai influenciar bastante alguns movimentos surrealistas. Vivemos um momento bem parecido com o que vivíamos quando o surrealismo surgiu e a IA vai reviver essa estética porque ela consegue recriar algumas coisas que, sozinhos, talvez nós não conseguiríamos. É como se ela fosse uma ferramenta de brainstorming absoluta, que vai trazer um horizonte muito grande.
Um minimundo gerado por IA. Foi o que os designers Nicole Tomazi e Sergio Cabral, do TomaziCabral, desenvolveram para a coleção “E aí, AI?”, apresentada na exposição "O que você quer ser quando crescer?", da Estar Móveis, durante a DW! 2023. A partir de testes com a tecnologia, produziram e expuseram uma linha de minimóveis e objetos em feltro, criando um cenário imagético.
Um minimundo gerado por IA. Foi o que os designers Nicole Tomazi e Sergio Cabral, do TomaziCabral, desenvolveram para a coleção “E aí, AI?”, apresentada na exposição "O que você quer ser quando crescer?", da Estar Móveis, durante a DW! 2023. A partir de testes com a tecnologia, produziram e expuseram uma linha de minimóveis e objetos em feltro, criando um cenário imagético.
Há, também, uma influência muito grande sobre as cores que usamos. Olhando para essa gama de cores digitais que algumas ferramentas de IA utilizam e trazem no seu design, isso está influenciando bastante o direcionamento de produto. O maior impacto dela é realmente sobre isso e sobre essa questão da verdade.

Há uma crença de que a tecnologia veio para solucionar todos os nossos problemas. E agora, a partir do uso, temos visto, ainda que em fase embrionária, surgirem novas questões (éticas, criativas) e uma infinidade de discussões. Por que apostamos tão fortemente na tecnologia como resolutora? 

É realmente uma aura. O ser humano tende muito a apostar que tudo pode ser resolvido com uma solução bem simples, e essa solução simples seria a tecnologia. Tivemos uma animação muito grande com a IA no começo, foi uma febre, só se falava nisso. E é muito importante se entender para que cada ferramenta serve e o que ela pode nos trazer. A tecnologia não vai solucionar todos os nossos problemas, ela pode até criar novos - temos uma discussão sobre ética muito grande.
Falar sobre tecnologia e entender como o consumidor lida com ela é algo muito interessante, uma vez que temos um consumidor que tem esse choque com o futuro. Ele não chega a ser avesso à tecnologia, mas tem suas preocupações. Ao mesmo tempo, temos outro perfil de consumidor, aquele que está superanimado, à frente de tudo, que é muito pioneiro e quer fazer parte.
De maneira geral, hoje temos um consumidor que vive em dois ambientes ao mesmo tempo: virtual e físico. As crianças, principalmente as pessoas que já nasceram nessa ambiguidade, nessa dualidade, [muitas vezes] não conseguem mais diferenciar porque aquilo que aconteceu no digital não seria real. Falamos de um consumidor que se divide nestes dois mundos e que usa a mesma medida: o que acontece aqui é tão importante quanto o que acontece lá e a minha vida acontece nos dois ambientes ao mesmo tempo.

Agora, vamos falar sobre futuro. As principais marcas do setor já lançaram suas cores do ano para 2024. O que elas sinalizam?

Todas elas trazem muito essa questão da cultura do cuidado, do aconchego, que é algo que já vinha de 2023 e que a WGSN aponta como um dos propulsores para 2024. Este é um dos principais direcionamentos que trazemos para os nossos clientes: olhar para essa cultura do cuidado.
A cor do ano da WGSN chama-se Apricot Crush, um tom adamascado, da cartela dos laranjas. Lançamos a nossa cor do ano com dois anos de antecedência, então temos a cor do ano de 2024 e a de 2025 [Future Dusk]. A Apricot é uma cor que fala muito sobre esse sentimento do choque com o futuro, mas que também responde a outro sentimento muito forte para 2024: a busca por encantamento. É uma cor restauradora. A cartela dos laranjas traz tons muito energizantes e que estão sendo superutilizados no ramo do bem-estar para falar sobre essa energia, sobre essa busca pelo encantamento. Ela é uma cor inclusiva, que faz muito sentido para um setor mais jovem e é uma alternativa à cartela dos [tons] pastel. A Apricot Crush também remete à nutrição não só do corpo, mas também da mente. Em algumas tradições pelo mundo, essa cor simboliza a beleza da natureza, além de representar a coloração específica do pôr do sol.

Pode desenvolver essa ideia de se estimular o sentimento de encantamento? 

Alguns sociólogos cunham esse começo do século 21 como a era policrise, porque vivemos uma coisa atrás da outra: política, sanitária, econômica… Nos últimos anos, vivemos momentos em que certeza e familiaridade eram muito importantes. Estávamos muito apegados a esse sentimento de segurança, mas o encantamento, esse sentimento de se sentir menor do que o mundo e de se ver pequeno, aquele sentimento que temos quando estamos no meio da natureza ou quando se está vendo algo que nos choca muito, é superimportante para nos manter bem de forma geral, com esperança, energizados. E é um sentimento que estava em segundo plano nos últimos anos. Como 2024 será um ano de reestruturação, para que possamos não necessariamente voltarmos ao que éramos, mas para que consigamos nos reenergizar, é importante termos em mente e levarmos o encantamento para nossos consumidores. Essa será a chave para se ter sucesso no direcionamento de produto. Como pontuamos, 2024 será um ano no qual falaremos muito sobre cuidado, otimismo, e para tudo isso acontecer, precisamos carregar esse sentimento de encantamento, que faz com que olhemos mais para o coletivo, nos sentirmos menor em relação ao todo.

O que mais podemos acrescentar à lista de temas que já nos acompanham ou de novos que passarão a fazer parte do nosso dia a dia em 2024? 

Trazemos alguns propulsores importantes para 2024. O primeiro deles é justamente a cultura do cuidado. Essa priorização da vida pessoal acima da vida do trabalho, olharmos para o cuidado de uma forma mais holística - não é só o autocuidado. É o cuidado com a casa, com o planeta, com a comunidade.
O segundo ponto é [se atentar] para esses estados fluidos do consumidor. Ele vai entrar e sair dos mundos virtuais com muito mais fluidez, vai querer trazer a estética de um ambiente para o outro. Vimos movimentos em 2022 como o digital cosy, [que tinha a proposta de] replicar esse sentimento de casa e aconchego no mundo digital. Agora, vamos ver muito a estética digital chegando nos produtos físicos, principalmente nas cores - teremos uma cartela de cores digitais muito fortes -, em formas, a partir de um direcionamento de cartunificação que vem do universo das IAs e dessa influência mútua que existe entre os dois universos.
Falaremos muito sobre protopias em 2024, que é o olhar sobre o futuro que queremos, mas de uma maneira mais “pé no chão”. Como traremos transformação e mudança, principalmente olhando para crise climática, para a sustentabilidade, de uma forma mais pragmática. O consumidor vai estar olhando muito para estes temas.
Veremos mudança, também, nos espaços de poder. Os consumidores irão olhar para a diversidade como forma de trazer unidade, de democratizar o design. [...] Vivemos um movimento no qual indústria e consumidores dizem não para aquele padrão muito certo, focam no personalizado, no individualizado, principalmente em um design inclusivo como forma de abraçar mais consumidores.
O último ponto, acredito, seja o de como os designers irão quebrar cada vez mais alguns códigos de design que víamos serem muito padrão nos anos anteriores. Colocarem o consumidor para dentro da criação, haverá muito mais colaboração entre marcas e entre indústrias, até no sentido da sustentabilidade. Termos uma indústria usando o resíduo de outra, várias indústrias colaborando para conseguirem criar uma cadeia mais eficiente, colaborações entre marcas e artistas, marcas e comunidades específicas. Aqui vemos a participação mais ativa do consumidor do design - algumas marcas têm grupos em programas de fidelidade [nos quais os consumidores] conseguem escolher a cor do produto, a forma que o produto vai ter. Isso vai ser bem interessante.
A aposta no aconchego é tanta que a Suvinil elegeu Conforto como sua cor do ano para 2024. Tom de azul "fresco", a cor é neutra e fria e remete à pureza, a algo não poluído, e traz calmaria e tranquilidade aos ambientes que contam com seu acabamento.
A aposta no aconchego é tanta que a Suvinil elegeu Conforto como sua cor do ano para 2024. Tom de azul "fresco", a cor é neutra e fria e remete à pureza, a algo não poluído, e traz calmaria e tranquilidade aos ambientes que contam com seu acabamento.
Teremos um reset criativo muito grande, com os criadores entendendo como eles podem trazer novas soluções para problemas antigos através do que o bom design pode fazer. Haverá muita confiança no design e na criatividade e uma celebração de designs mais imersivos, de fantasia e, ainda, um design que olha mais para conforto e aconchego.

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