Arquitetura

5 grandes arquitetas contemporâneas que já entraram para a história

Aléxia Saraiva
08/03/2018 11:00
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As mulheres já são maioria na arquitetura . De acordo com dados de 2017 divulgados pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), 62% dos arquitetos e urbanistas registrados na instituição são mulheres. O número tende a aumentar segundo o próprio CAU: na faixa etária que vai até os 30 anos, elas chegam a três em cada quatro.
No entanto, essa expressividade ainda não chegou na outra ponta da cadeia produtiva. Tanto na representatividade em prêmios como à frente dos grandes escritórios, a arquitetura de ponta ainda está relacionada a pessoas do sexo masculino. Isso é o que mostra um levantamento realizado em novembro pelo site Dezeen, que mostrou que apenas três dos 100 maiores escritórios de arquitetura do mundo são liderados por mulheres. Só 10% dos cargos mais altos são ocupados por elas, e 16 empresas não têm nenhuma mulher em posições superiores.
Estação de trem Nordpark, em Innsbruck, na Áustria, inspirada em formações naturais de gelo da região montanhosa em que está localizada.
Estação de trem Nordpark, em Innsbruck, na Áustria, inspirada em formações naturais de gelo da região montanhosa em que está localizada.
A percepção se cristaliza ao observar a lista dos 45 homenageados pela maior premiação da área, o Pritzker Prize. A honraria, criada em 1979, chegou nesta quarta-feira (7) a sua 40º edição tendo nomeado apenas 3 mulheres — 6% do total. E, das vencedoras, apenas uma levou o prêmio sozinha: foi o caso da estrela  iraquiana-britânica Zaha Hadid, em 2004, pioneira. Depois disso, Kazuyo Sejima e Carme Pigem também foram laureadas, ambas juntamente com seus sócios. O júri do prêmio também é composto, em sua maioria, por homens.
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Para lembrar as mulheres que quebraram paradigmas e viraram referência internacional, a HAUS selecionou 5 grandes arquitetas contemporâneas internacionais que já entraram para a história.

Carme Pigem

Musée Soulages, uma das obras mais conhecidas do trio catalão que venceu o Pritzker em 2017. Construção fica em Roudez, na França. Foto: divulgação/Pritzker
Musée Soulages, uma das obras mais conhecidas do trio catalão que venceu o Pritzker em 2017. Construção fica em Roudez, na França. Foto: divulgação/Pritzker
Carme foi a última laureada contemplada pelo Pritzker. Ela recebeu o prêmio em 2017 junto com Rafael Aranda e Ramon Vilalta, todos sócios da espanhola RCR Arquitectes. Ela é conhecida por apresentar uma arquitetura extremamente compromissada com o contexto em que a obra está inserida. Ao mesmo em que apresenta referências universais, ela explora materiais locais, trazendo para a obra um sentimento de pertencimento — característica que conversa com sua própria história, uma vez que Carme é nascida em Barcelona.
Foto: reprodução/alchetron
Foto: reprodução/alchetron

Kazuyo Sejima

Foto: reprodução/Thomas Mayer
Foto: reprodução/Thomas Mayer
A japonesa Kazuyo Sejima lidera a o estúdio de arquitetura SANAA desde 1995, com seu sócio Ryue Nishizawa. Suas obras são caracterizadas por uma permeabilidade entre os ambientes interno e externo, sempre trazidos com curvas e trazendo conectividade com o meio. Suas obras estão espalhadas por todo o mundo, e em 2016 foi chamada para ser autora do projeto de um trem que reflete a paisagem por onde passa.
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Zaha Hadid

Centro cultural Heydar Aliyev, em Baku, no Azerbaijão, com fachada homogênea e cheia de movimento: a obra de 2013 é uma das mais representativas da arquiteta por fazer gritar a fluidez quase natural de seus edifícios.<p></p><p>Foto: Zaha Hadid Architects/Riba Comms/Divulgação</p>
Centro cultural Heydar Aliyev, em Baku, no Azerbaijão, com fachada homogênea e cheia de movimento: a obra de 2013 é uma das mais representativas da arquiteta por fazer gritar a fluidez quase natural de seus edifícios.<p></p><p>Foto: Zaha Hadid Architects/Riba Comms/Divulgação</p>
Primeira e única arquiteta mulher a sozinha receber o Pritzker, a iraquiana Zaha Hadid é a referência máxima em arquitetura contemporânea. Com curvas orgânicas características de todas as suas obras, ela permitia uma fluidez única em seus projetos. Chegou a ser professora em várias instituições de renome, como as universidades de Columbia, Harvard e Yale. Ela faleceu em 2016.
A sociedade contemporânea não para e as edificações precisam evoluir com novos padrões de vida para corresponder às novas necessidades. Acho que a arquitetura contemporânea precisa ir além da arquitetura de blocos octogonais, repetição e compartimentação do século 20. E ir em direção a uma arquitetura do século 21, que responda às complexidades e dinamismo de nossas vidas.<br>Fotos: Brigitte Lacombe/Zaha Hadid Architects/Divulgação
A sociedade contemporânea não para e as edificações precisam evoluir com novos padrões de vida para corresponder às novas necessidades. Acho que a arquitetura contemporânea precisa ir além da arquitetura de blocos octogonais, repetição e compartimentação do século 20. E ir em direção a uma arquitetura do século 21, que responda às complexidades e dinamismo de nossas vidas.<br>Fotos: Brigitte Lacombe/Zaha Hadid Architects/Divulgação

Ann Beha

Foto: Reprodução/Inhabitat
Foto: Reprodução/Inhabitat
A americana Ann Beha está à frente do escritório em Boston que leva seu nome e é considerado uma das quinze maiores empresas da área atualmente. Buscando um diálogo entre herança e futuro, a arquiteta é dedicada à preservação da identidade de um povo através da herança histórica, o que dá traços únicos a seus projetos. Por isso, é comum seu trabalho com preservação e revitalização de patrimônios de cidades americanas.
Foto: reprodução
Foto: reprodução

Lina Bo Bardi

Foto: Rodrigo Soldon/Reprodução/Flickr
Foto: Rodrigo Soldon/Reprodução/Flickr
A arquiteta ítalo-brasileira deixou sua marca com um dos prédios mais célebres do país: o Museu de Arte de São Paulo, construído em 1958 e considerado sua obra-prima. Lina Bo Bardi nasceu em Roma, mas foi no Brasil que se transformou grande nome da arquitetura modernista. A capital paulista foi a cidade que mais foi contemplada por seus projetos. Na década de 1980, Lina também se envolveu na proposta de restauro do centro histórico de Salvador, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Outros prédios famosos são o SESC Pompeia e o Teatro Oficina.
Foto: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi/Bob Wolfenson
Foto: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi/Bob Wolfenson

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