O objetivo é integrar

A unificação de ambientes é a tendência nas reformas de sala. Os projetos arquitetônicos mais antigos tinham espaços muito divididos e cada membro da família se isolava em um cômodo da casa. Essa cultura passa por transformação. “Um número considerável de famílias deseja aumentar as possibilidades de união e, para isso, vislumbra as reformas. Integrar é um estímulo à convivência familiar e uma possibilidade de fazer projetos de decoração mais interessantes”, diz a arquiteta Pauline Kubiak.

Os tipos de reforma mais comuns em salas se propõem a eliminar as paredes que dividem os espaços de jantar e estar e as que isolam a cozinha. “Há a possibilidade de usar um dormitório para deixar a sala ainda maior”, completa Pauline.

Ela assina um projeto desse formato em um apartamento de 110 metros quadrados onde mora um homem solteiro, que costuma receber amigos e sentia falta de espaço na sala. “Fechei a porta do corredor com uma parede em drywall e retirei a parede do quarto. No espaço que ganhei na sala, instalei o home theater”, explica.

Pauline aproveitou para instalar uma rouparia no corredor e revisar as instalações elétricas, já que o prédio tem dez anos. Foi preciso um mês de obras e o custo, com os móveis, ficou em R$ 40 mil.

Integração total também foi feita pela arquiteta Denise Moura em um sobrado com mais de 25 anos de construção.“ Essa obra foi completa, envolveu questões estruturais e estéticas na casa toda”. A parte térrea teve um estudo de layout para que os ambientes ficassem integrados, harmônicos e proporcionais. “A parede que divide as duas salas é estrutural e não podia ser retirada, mas ganhou revestimento novo”, aponta Denise. Outra mudança foi na posição da lareira, que ficou no mesmo bloco da tevê.

Em apartamentos duplex, ou em casas em dois pavimentos, a escada pode ser tratada como elemento de decoração e colaborar para a integração dos ambientes. No projeto de Denise, a escada em madeira foi eliminada e deu espaço para outra em estrutura metálica que fica próximo ao hall.

Outra reforma que tirou partido da integração da copa, cozinha e home theater foi a do apartamento do economista Valderi Câmara e sua esposa, a promotora de Justiça Adriana Rabelo Câmara, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. “Nossa in tenção era comprar um imóvel no vo e menor que esse, mas meu marido se encantou com a vista para o Parque Barigui. Compramos já com a intenção de reformar”, conta Adriana.

A parede da sala para a cozinha foi aberta, assim como a de um dos quartos que virou escritório, com fechamento por divisórias em vidro. “Todo o projeto é contemporâneo, com base no branco e no preto e no uso de materiais como o vidro e o espelho. Os fechamentos foram feitos em drywall para ganhar espaço”, explica Ivana Malczewski, arquiteta responsável pelo projeto. “Ela colocou o apartamento literalmente a baixo”, conta Câmara. “É nessas horas que a confiança no profissional é importante.”

Helaine Góes Pinterich experimentou essa integração ao eliminar o guarda-corpo de uma escada em alvenaria, substituindo-o por um modelo em vidro. “Era um sobrado novo e a escada não contribuía para a integração, era um ‘paredão’ com 90 centímetros de altura no meio da sala”, opina. Completando a reforma da escada, Helaine revestiu os degraus com porcelanato branco em grande formato. “Para essa sala, bastou a reforma da escada, que ficou em R$ 6 mil aproximadamente para promover a integração”, analisa.

Mesmo espaços já unidos desde a concepção podem contar com pequenas reformas e recursos que proporcionam a sensação de amplitude. “O espelho é um aliado na hora de revestir paredes, es pecialmente das salas. É um elemento que integra e traz amplitude”, diz a arquiteta Caroline Bollmann que incluiu, em um projeto de salas já integradas, esse recurso e as sancas em gesso com iluminação acoplada.

Mesmo quando não se opta por integrar, um quarto pode se transformar em sala. Os projetos preferidos nesse caso, incluem a tradicional “sala de tevê”, que mudou de perfil com o lançamento de televisores modernos e dos equipamentos de home theater. “É uma reforma para mudar a qualidade acústica do ambiente, tentando aproveitar o máximo do som que os homes oferecem”, diz a arquiteta Ester Kloss.

Com revestimento em madeira (nas paredes e no teto) e iluminação mais intimista, ela transformou uma quarto de 12 metros quadrados em home, no projeto de reforma de uma casa. “Foi necessária a reestruturação dos pontos de eletricidade para que caixas de som pudessem ser instaladas no teto”. O total do projeto ficou em torno de R$ 25 mil, incluindo os aparelhos eletrônicos.