Arquitetura

Pequenos espaços, grandes possibilidades: a “arquitetura ativa” do Y Arquitetos

Carolina Werneck*
14/05/2017 10:52
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Uma porta pivotante instalada entre a sala e o quarto resolveu o problema deste apartamento. Imagem: Y Arquitetos

Com seis projetos em espaços reduzidos, o Y Arquitetos é um ambiente de experimentação cheio de jovens profissionais e boas ideias. O escritório tem apenas um ano e meio e é fruto da amizade entre os arquitetos Pedro Sunye, 28 anos, e Lucas Issey, 27. A pouca idade dos sócios, da equipe e do próprio Y não impediram a realização de projetos que estão transformando os cenários em que estão inseridos.
Os objetivos dos projetos concebidos no Y são, de acordo com os próprios profissionais, repensar a relação das pessoas com os espaços e usar a arquitetura como ambiente de experimentação e “orientação dos fluxos do cotidiano”.
O projeto da Whatafuck Hamburgueria foi o primeiro desenvolvido pelo escritório. Foto: Y Arquitetos
O projeto da Whatafuck Hamburgueria foi o primeiro desenvolvido pelo escritório. Foto: Y Arquitetos
O primeiro trabalho desenvolvido por eles foi a Whatafuck Hamburgueria, inaugurada em 2015 na Avenida Vicente Machado. A planta térrea do local tem apenas 25m² e um desenho peculiar, que impediria a instalação de um restaurante convencional. A solução encontrada pelo escritório foi instalar um balcão voltado para a rua e convidar os clientes a ocupar a calçada em frente ao comércio. O efeito causado pelo projeto estimulou a abertura de outros empreendimentos ao redor, na esteira do movimento trazido pela Whatafuck. “A gente viu a possibilidade de usar a arquitetura não só como exploração do espaço interno, mas de uma forma que isso repercuta em todo o espaço urbano”, explica Issey.
Com o sucesso da hamburgueria veio o convite para a criação do ambiente de um novo empreendimento, vizinho ao primeiro, dessa vez para vender exclusivamente batatas fritas e cervejas artesanais. Foi assim que o Y embarcou no projeto do Roots, também na Vicente Machado e dos mesmos proprietários da Whatafuck. Com 52m² de área total, o espaço chama a atenção por um grande portão de ferro laranja, que toma toda a fachada. Ideia dos arquitetos do Y cujo protótipo está no apartamento-escritório em que os profissionais receberam a HAUS.
O Roots tem apenas 52m² e ganhou um portão de ferro laranja para fazer as vezes de fachada. Foto: Y Arquitetos
O Roots tem apenas 52m² e ganhou um portão de ferro laranja para fazer as vezes de fachada. Foto: Y Arquitetos
Outros projetos em espaços reduzidos também levam a assinatura do escritório. A pastelaria Flango, de 65m², é um deles. Inaugurada em janeiro de 2017 no Shopping Hauer, no Batel, também foi imaginada de forma a ocupar o espaço urbano em que está inserida. A segunda unidade da Whatafuck, também no Shopping Hauer, tem 65m² e foi a oportunidade para os arquitetos trabalharem o mesmo tema com novos conceitos. Já o bar de coquetéis Ananã, com uma área de 35m², ainda está em fase de execução.
Embora o portfolio de projetos comerciais seja mais extenso, o Y também trabalha com projetos residenciais. Um apartamento de 50m² em Curitiba é um exemplo de como a “arquitetura ativa” do escritório também funciona em espaços privados. “A gente recebeu a planta humanizada do apartamento. Esse é o pesadelo do arquiteto em geral”, brinca Issey. Tentando escapar da ideia de mudar o local usando apenas decoração, os profissionais chegaram ao conceito de uma porta pivotante.
A peça resolveu diversos problemas da arquitetura do apartamento, porque permitiu subir uma parede entre o banheiro, a sala e a cozinha, um desejo dos arquitetos desde o início do projeto. Além disso, também permitiu a circulação entre quarto e sala e tornou-se parte da decoração dos ambientes. Essa é outra característica do trabalho do escritório. “Cada projeto nosso tem uma peça-chave que sintetiza todas as necessidades, ideias e conceitos envolvidos. São objetos fortes e com impacto preciso”, resume Brunno Douat, estudante de arquitetura e um dos colaboradores do Y.
Mesmo com tantas boas experiências em espaços compactos, os profissionais garantem que o objetivo é expandir as possibilidades de trabalho e contribuir para melhorar a relação entre as pessoas e o espaço urbano. “Independente da metragem, a gente vê uma oportunidade importante de usar a arquitetura para discutir a cidade”, afirma Issey.
Conheça todos os projetos do Y Arquitetos no site do escritório:
*especial para a Gazeta

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