Novo campus Cabral da UFPR vai integrar paisagens e dar novo fôlego à região

Se tudo correr como planejado, até o final de 2019 o campus Cabral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) vai passar por uma mudança radical. O novo edifício que será a sede do Setor de Artes, Comunicação e Design (Sacod) vai integrar as áreas verdes do entorno ao interior do prédio e preservar a casa histórica ao lado.

Como é de se esperar, o novo espaço apresentará áreas apropriadas para os cursos desenvolverem suas atividades, mas, ao sugerir por para baixo o antiquado muro de palitos de concreto que hoje cerca a propriedade, o projeto promove um diálogo com as praças vizinhas, inaugurando um novo espaço público, que ocupará todo o térreo do novo edifício.

Dessa forma, a cidade também é presenteada com a construção. O projeto é do escritório do arquiteto paulistano Arthur Casas, uma das principais vozes da arquitetura contemporânea brasileira, com obras espalhadas do Rio de Janeiro a Nova York. O estúdio paulista foi escolhido em concurso público nacional promovido pela universidade em 2012.

A fim de preservar a paisagem e o casarão histórico do período neocolonial, os arquitetos optaram por um monólito retangular e simples. O jogo entre a direção das persianas é que quebra a monotonia da forma básica do edifício e confere maior dinamismo a sua linguagem.

O espaço abrigará salas de aula, as novas sedes da tevê e rádio universitárias, a reserva técnica do Museu de Arqueologia e Etnologia da instituição e uma livraria para a editora da universidade.

Todos os pavimentos terão pátios internos, o que ajudará a trazer leveza e dinamismo ao ambiente. “Acreditamos que esses espaços, que não contam com um uso específico, sejam de extrema importância dentro do ambiente acadêmico, promovendo o convívio e a constante troca de ideias“, escrevem os arquitetos responsáveis.

Tendo em vista a economia e a rapidez na construção, como também a facilidade de manutenção e a flexibilidade para futuras adaptações do programa, a estrutura foi pensada com materiais como o aço e o concreto.

Já a sustentabilidade, condição fundamental em um edifício contemporâneo, é trabalhada de diversas maneiras: desde o aproveitamento máximo da iluminação e da ventilação natural, a instalação de placas fototérmicas para o aquecimento, o sistema da fachada, com painéis de madeira pivotantes, que permite que o prédio se adapte às variações climáticas de Curitiba, e até os deslocamentos internos, pensados para privilegiar o uso das escadas.

O prédio terá ainda espaços que não possuem um uso específico. “Aparentemente residuais, mas que na verdade se prestam à toda liberdade que as artes, a comunicação e o design devem estimular”, diz a equipe que coordenou o projeto.

De acordo Alvaro Pereira, da Superintendência de Infraestrutura da UFPR, o projeto está em fase de conclusão, em que estão sendo discutidos os detalhamentos finais e acabamentos da obra.

Depois disso, o projeto depende ainda de aporte financeiro federal para começar as obras, que ainda não têm data certa. O que se sabe por enquanto é que a construção levará de 24 a 36 meses.