Arquitetura

Sabe a prometida revitalização da região do Rebouças? Agora sai do papel

Luan Galani
17/04/2017 22:54
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Os arquitetos Gustavo Pinto, Frederico Carstens e Orlando Ribeiro integram o time da Reurb, que pretende revitalizar diferentes áreas da cidade por meio de parcerias público-privadas. Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

No segundo semestre deste ano Curitiba vai receber o primeiro esboço formal da prometida revitalização da região do Rebouças. É o que garantem arquitetos de renome da capital paranaense, que se uniram para repensar a arquitetura urbana da cidade e fundaram a Reurb, uma Organização Social Civil de Interesse Público (Oscip) e primeira startup do recém-criado Vale do Pinhão.
A iniciativa, que também já estuda apresentar propostas de regeneração urbana para o Centro e o São Francisco, conta com 18 integrantes, entre eles, Orlando Ribeiro, Frederico Carstens, Gustavo Pinto, José Antônio Karan, Elaine Zanon e Antonielle Cunningham.
“Até pouco tempo, a urbanização era uma prerrogativa do poder público. Agora, com o novo Plano Diretor, a iniciativa privada também tem a liberdade de propor mudanças. É o que estamos fazendo”, explica Carstens. “Agora buscamos parcerias de empresas que queiram participar por meio de parcerias público-privadas, investir na região e fazer parte da mudança que a cidade precisa.”
A organização, que conta com apoio da prefeitura e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), promove pela segunda vez na história da cidade uma parceria deste porte, como lembra o arquiteto Gustavo Pinto. O consórcio da Linha Verde, que é alvo de controvérsias, é considerado o primeiro do tipo no município. “E é importante frisar: nossa agenda independe de gestão. É nosso compromisso social para as próximas décadas”, frisa Pinto.

O que vem por aí

A Reurb é dona de um estudo detalhado da região do Rebouças com foco no potencial de aproveitamento de cada imóvel. De acordo com Orlando Ribeiro, que também leciona na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a escolha de se debruçar primeiro sobre aquela região foi muito natural.
“A região do Rebouças e de seus bairros do entorno consiste no centro nervoso de Curitiba. Todas as linhas de ônibus passam por ali e grandes instituições de ensino estão localizadas no espaço”, defende Ribeiro. “Mas o lugar não se desenvolveu da melhor maneira possível. Ficou preso a uma vocação industrial e operária. Mas tem um potencial incrível.”
A infraestrutura está pronta, argumentam com os arquitetos. “Mas a região não desfruta de áreas de lazer, de lugares convidativos”, dizem.
Algumas das soluções eles já adiantam: respeitar as identidades regionais de cada localidade, conceber os projetos ouvindo os diversos atores e conferir aos locais usos temporários. “Em um terreno abandonado, por exemplo, em vez de apenas incentivar o IPTU progressivo, que tal tornar o espaço uma horta urbana, uma praça temporária? A cidade é que vai ganhar”, destaca Ribeiro.

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