Decoração

Entenda como é possível fazer uma planta flutuar

Mariana Domakoski*
26/08/2016 12:54
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A jabuticabeira parece levitar no ambiente criado pelo arquiteto Nildo José para a edição desde ano da Casa Cor São Paulo. Foto: Marco Antonio/Divulgação

Quem teve a oportunidade de acompanhar a edição deste ano da Casa Cor São Paulo, ou pode ver imagens do evento, com certeza não deixou de notar uma pequena árvore que parecia levitar em um dos ambientes. Tratava-se de uma jabuticabeira de quase 1,60 metro suspensa por cabos de aço e sem vaso, no Estúdio Jabuticaba.
Foto: Marco Antonio/Divulgação
Foto: Marco Antonio/Divulgação
Autor do espaço minimalista e cosmopolita de 44 metros quadrados, o arquiteto Nildo José queria a presença da natureza de forma mais escultórica em seu ambiente. Aliou a isso o fato de desejar resgatar momentos da própria infância, marcada pelas jabuticabeiras. Para tornar possível o desejo de Nildo, entrou em cena a designer floral Aline Matsumoto, responsável pela criação.

O segredo da jabuticabeira

A planta foi trabalhada em kokedama, uma técnica japonesa que fornece uma alternativa para suspender, sem nenhum tipo de jardineira, espécies de plantas que precisam de terra. Ela consiste em envolver as raízes em uma bola compacta de argila e musgo – que pode ser substituído por lascas de sarrafo de madeira ou fibra de coco -, amarrada com fios de barbante. Para molhar, é só borrifar água de acordo com a necessidade e deixar um prato embaixo para que o excesso escorra. Neste caso específico, foi necessária uma amarração com arame ao redor de toda a estrutura da raiz, para sustentar a suspensão.
Foto: Reprodução/Flor de Planta
Foto: Reprodução/Flor de Planta
Minisamambaia em técnica kokedama da Borealis. Foto: Marcela Belz/Divulgação Borealis
Minisamambaia em técnica kokedama da Borealis. Foto: Marcela Belz/Divulgação Borealis
Aline Matsumoto explica que nem mesmo ela sabia com segurança como a jabuticabeira iria reagir, já que a técnica é, geralmente, aplicada em plantas de pequeno porte. Foi uma experiência. Além disso, no caso da Casa Cor São Paulo, a quantidade de pessoas caminhando ao redor poderia criar algum tipo de resposta negativa da planta. “Mas foi justamente o contrário: ela reagiu muito bem à técnica e ao lugar, não perdeu viço. Além dos cuidados diários, isso também foi proporcionado pela energia boa dos visitantes. Acredito muito nisso, que a planta sente o ambiente ao redor”, reflete.
Entre os cuidados durante a Casa Cor São Paulo, estavam o posicionamento da planta, levando em conta iluminação e aeração adequadas, e a rega – que, consistia em borrifar, todos os dias, até 1,5 litro de água. A atividade era sempre feita à noite, depois que a mostra fechava aos visitantes, porque era necessário deixar um prato embaixo da estrutura para que o excesso escorresse. Finalizado o evento, foi feita uma adubação com partículas de nutrientes.
Foto: Marco Antonio/Divulgação
Foto: Marco Antonio/Divulgação
Foto: Marco Antonio/Divulgação
Foto: Marco Antonio/Divulgação
Conforme Aline explica, a constatação foi de que, neste caso, a durabilidade foi a mesma de um vaso. Segundo ela, a kokedama é muito usada e, inclusive, por vezes dá mais tempo de vida às plantas. Por exemplo, alguns temperos respondem melhor a essa técnica do que se estivessem plantados dentro de vasos. “Muitas vezes o vaso limita o crescimento da planta, exigindo muitas podas”, explica.
Apesar de não ter certeza sobre possíveis marcas que a jabuticabeira possa vir a apresentar no futuro por conta do experimento, Aline afirma que foi um momento importante de reflexão sobre as possibilidades de trazer o verde para dentro de casa. “Com isso, pensamos sobre as alternativas para o morar de hoje. Antes, era comum as pessoas terem jardins. Hoje, elas vivem em lugares menores”, reflete.

Conheça mais do Estúdio Jabuticaba:

Foto: Marco Antonio/Divulgação
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Foto: Marco Antonio/Divulgação
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*Especial para a Gazeta do Povo
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