Decoração

Puro luxo! Um mundo exclusivo e criativo para morar em alto estilo

Luan Galani
26/08/2016 22:16
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Coleção 2016 da badaladíssima holandesa Moooi, que lançou mobiliários de linhas mais orgânicas e sua primeira linha de tapetes. Foto: Andreu Meredith/Divulgação

Luxo é uma dessas palavrinhas escorregadias que vira e mexe adquire novas silhuetas. Hoje, em especial na decoração, o conceito se volta a um despertador de sensações que faz do morar uma experiência mais completa, confortável nos mínimos detalhes e totalmente pessoal, como ressalta o ícone da decoração brasileira Sig Bergamin em entrevista exclusiva.
Outra definição vem de Sir Terence Conran, uma lenda viva do design britânico, no livro que recebe seu nome: “[Luxo] não é algo que não vivamos sem, porém, melhora a qualidade de vida: emociona, excita e levanta o estado de espírito”.
Cadeira Easy pelo catarinense Jader Almeida, que ganhou o prestigiado prêmio alemão iF Design, e esculturas do mineiro Domingos Tótora na É Mobiliário Brasileiro. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo
Cadeira Easy pelo catarinense Jader Almeida, que ganhou o prestigiado prêmio alemão iF Design, e esculturas do mineiro Domingos Tótora na É Mobiliário Brasileiro. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo
Justamente por provocar experiências pessoais desse tipo é que o luxo tem vocação para a eternidade e para a expressão da personalidade de seu morador, ainda considerada a parte mais importante de criar um lar. “Luxo exige emoção. Você não sabia que precisava daquilo, mas, uma vez que o tem, você não vive mais sem”, defende Robin Bevers, CEO da Moooi, marca holandesa de luxo, em conversa com a HAUS.
São peças ou serviços que extrapolam suas funções básicas e saltam aos olhos por uma estética apurada, quase tão parecida com a de uma obra de arte, ou pelo charme da história ou dos símbolos que carregam. Acabam diferenciando as pessoas umas das outras não por disputas de poder, mas por tornar seu lar um refúgio sofisticado com a sua alma em cada detalhe.
Poltrona Shadowy do holandês Tord Boontje para a marca de luxo italiana Moroso na Inove é uma explosão visual e de personalidade para qualquer  ambiente; Poltrona 4801, desenhada pelo italiano Joe Colombo nos anos 1960 para a Kartell. A peça é extremamente cobiçada em leilões de peças antigas e agora  ganhou nova reedição;  Poltrona Burle Marx do Estúdio Lattoog que celebra a linguagem modernista do paisagista.
Poltrona Shadowy do holandês Tord Boontje para a marca de luxo italiana Moroso na Inove é uma explosão visual e de personalidade para qualquer ambiente; Poltrona 4801, desenhada pelo italiano Joe Colombo nos anos 1960 para a Kartell. A peça é extremamente cobiçada em leilões de peças antigas e agora ganhou nova reedição; Poltrona Burle Marx do Estúdio Lattoog que celebra a linguagem modernista do paisagista.
Como um quadro que não só vai dar vida a sua parede, como vai se tornar um lembrete de algum momento especial ou de alguma temática querida a você, ou até mesmo motivo para reunir os amigos e mostrar sua nova aquisição. Ou um mobiliário de família que passa de geração a geração como testemunha de um fazer artesanal que não se acha mais.
“Elementos únicos e soluções pensadas é que norteiam a percepção de exclusividade”, sentencia o consultor Carlos Ferreirinha, maior especialista sobre gestão de luxo da América Latina, com a experiência de quem já esteve à frente da Louis Vuitton do Brasil por quase sete anos. O resultado aceitável é um só na opinião dele: deixar o cliente de boca aberta o tempo inteiro.

Morar com sedução e humor

O bom design tem a capacidade de tornar os ambientes mais sedutores, bem humorados e aconchegantes. Primeiro porque parte-se do princípio de que quem está criando sua casa não quer mobiliar, mas quer decorar. Isso acontece quando a pessoa aprende a admirar a peça com uma visão arquitetônica, como ressalta Larissa Vanzo, da empresa de mobiliário brasileiro NOS Furniture, que reúne obras de designers de peso como Zanini de Zanine, Guilherme Wentz e a dupla Carolina Armellini e Paulo Biacchi, da Fetiche Design.
Luminária 16.72 da canadense Bocci que utiliza 72 pendentes em uma estrutura de aço inox modular que imita galhos de árvores.
Luminária 16.72 da canadense Bocci que utiliza 72 pendentes em uma estrutura de aço inox modular que imita galhos de árvores.
Afinal, são peças pensadas para cumprir sua função básica com excelência, mas que também extrapolam a linguagem formal e surpreendem pelo caráter escultural e experimental. “Veja o exemplo da poltrona 4801, desenhada por Joe Colombo para a italiana Kartell em 1965. Foi a única peça fabricada inteiramente em madeira pela marca e reeditada recentemente em polímero para retomar suas formas sinuosas”, lembra Bartira Brittes, da Kraft Home Store. Toda a trajetória da poltrona e o que ela significa é que são responsáveis pelo luxo da peça.
Poltrona Exo do estúdio paranaense Fetiche Design para Schuster, inspirada no exoesqueleto dos insetos. Foto: Divulgação
Poltrona Exo do estúdio paranaense Fetiche Design para Schuster, inspirada no exoesqueleto dos insetos. Foto: Divulgação
O mesmo acontece com o design brasileiro, que se afasta do alegórico e se torna cada vez mais autoral e universal, como acontece com as criações do mineiro Domingos Tótora, artesão e designer premiadíssimo que cria mobiliário e artigos de decoração a partir de papelão. Porém, a regra principal ainda é a mesma: sempre escolha o que te agrada. “As pessoas devem comprar porque gostam, e não porque alguém disse que é chique”, sugere Ari Coelho, da É Mobiliário Brasileiro.

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