Decoração

Conheça em detalhes os projetos de quatro salas cheias de personalidade

Daliane Nogueira
23/07/2016 00:00
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Projeto de reforma assinado pela Volpi Arquitetura emoldurou objetos afetivos e coleções do morador. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Fazer sala ou viver a sala? Na prática, a dita área de convivência tem mesmo esse caráter multifuncional. Ela serve tanto para receber alguém quanto para curtir o sofá durante um cochilo. Serve para as conversas demoradas, para assistir à tevê, pode se integrar à cozinha ou virar escritório.
Não importa o seu tamanho, mas é nesses metros quadrados que o morador expõe parte de sua vida para quem vem de fora. É onde aparecem as preferências, as obras de arte, os retratos de família e, aos poucos, vai se revelando a alma de quem vive ali.
Mais do que seguir regras de decoração (algumas são indispensáveis), deixar a própria personalidade aparecer nos detalhes é o melhor a fazer para que sua sala vá além do combo sofá+poltronas+mesa de centro e seja realmente o coração da casa.
Para demonstrar isso, a reportagem da HAUS foi atrás de projetos que transcendem a decoração e apresentam escolhas. Quem gosta de cor e ousa na combinação. Quem ama plantas e reserva um espaço especial para elas. Assim, cada um aprende a assinar, escrever e reescrever um pouco da sua história na sala.
Reforma perfeita
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foi amor à primeira vista. O engenheiro civil Rodrigo Zoller (foto), 38 anos, e a esposa entraram em um apartamento antigo no bairro Ahú e viram ali o melhor lugar para se estabelecer. O motivo? A vista para o bosque privativo do condomínio. “O imóvel em si não era convidativo, estava longe dos nossos sonhos, mas a sensação das árvores quase entrando na sala, foi o que determinou a compra”, conta. O projeto de reforma foi do escritório Volpi Arquitetura e a execução da Zoller Construtora, da qual Rodrigo é proprietário. “Definitivamente foi um projeto onde os clientes tiveram grande envolvimento e fizeram questão de colocar seus toques pessoais em cada detalhe”, resume a arquiteta Simone Volpi. Ao fim da obra, por achar que a sala precisava ficar mais quente, Rodrigo usou um deque de madeira fixado na parede onde fica a mesa de jantar. “Criou uma outra textura e deu o efeito que eu queria de uma forma diferente”, orgulha-se. Assim, entre coleções de super-heróis, matrioskas, fotos e obras de arte, há uma mesa de sinuca e uma jukebox, convivendo no espaço onde a família, composta ainda por duas crianças pequenas, passa a maior parte do tempo.
Verde, mesmo sem jardim
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Quando mudou para um sobrado em um pequeno condomínio no Boqueirão, a empresária Luana Benites, 26 anos, que nasceu e cresceu no interior do Paraná, cercada pela natureza, ressentiu-se por não ter um jardim. A solução, no entanto, foi encontrada no ambiente interno. “Havia uma área nos fundos que se comunicava com a sala. Foi assim que surgiu a ideia do jardim interno com o ofurô”, diz. A sala é comprida e totalmente integrada entre estar, jantar e o refúgio na área externa. Na execução do projeto, o arquiteto Zeh Pantarolli e o designer Diego Miranda procuraram a neutralidade, sem muitos elementos. “A intenção era evidenciar essa área com o verde e deixar os demais elementos decorativos mais sutis”, explica Pantarolli. Na sala há poucos ornamentos, o que abriu espaço para valorizar o trabalho em marcenaria. “Usamos uma estrutura de madeira para revestir as paredes, criando volumes diferentes”, destaca Miranda.
Todas as cores em harmonia
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Há quem ache que cores devem ser usadas somente nos detalhes de decoração. Definitivamente este não é o caso da multiartista, produtora de moda e arquiteta Ana Cris Willerding, 38 anos. Em sua sala, as tonalidades mais vibrantes convivem em harmonia para criar o cenário ideal onde ela expõe ilustrações, cerâmicas, quadros e fotos que saem de sua cabeça efervescente. “O apartamento é alugado, mas eu não queria morar em um lugar que não tivesse a minha identidade e na decoração da sala procurei exprimir exatamente isso”, conta. A primeira medida foi tirar partido do que poderia ser um problema: uma escada metálica que liga a sala ao mezanino. “Com o acabamento original ela era um problema visual, mas pintada de vermelho ganhou destaque e é um elemento escultórico no espaço”, diz. Nada custou muito caro. As pinturas foram feitas por conta própria; alguns móveis, como o balcão, é antigo e foi repaginado com papel contact e, para pendurar a cortina, ela usou cabo de aço fixado na parede. A grande sacada da sala, de cerca de 15 metros quadrados, está na exposição das peças que comunicam quem é a moradora, como as fotos feitas por ela e os pratos de porcelana colecionados ao longo do tempo.
Sem foco no estilo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto para matéria de capa, " Sala, o coração da casa " ,da revista Haus. Na foto projeto Bianca Decker e Nanda Bagatin.
Foto para matéria de capa, " Sala, o coração da casa " ,da revista Haus. Na foto projeto Bianca Decker e Nanda Bagatin.
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Se é moderno, industrial ou contemporâneo, pouco importa. O essencial é ter o jeito da família. Foi essa premissa que norteou a ambientação da sala da casa da arquiteta Bianca Decker. “Eu tinha o projeto dessa residência desde a faculdade e tudo aqui foi pensado passo a passo”, conta. A arquitetura e a decoração têm sinergia especial, com as grandes janelas permitindo que o visual seja inundado de luz. O projeto de interiores foi pensado em parceria com a arquiteta e sócia Nanda Bagatin, mas nada ali é estático, definitivo. “Gostamos de viajar e trazer objetos interessantes dos lugares onde passamos. Essas peças podem entrar na decoração em algum momento e isso faz com que a casa tenha vida”, reflete Bianca. Mas de algumas coisas ela não abre mão: o quadro de Helena Wong, herdado da avó; as fotos do amigo Antonio Wolff e as poltronas Spider, que são ponto alto da decoração.
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