Decoração
Tire os pratos do armário e aprenda a usá-los para decorar com personalidade
Normalmente guardados nos armários, os pratos de cerâmica ou porcelana emprestam personalidade e estilo ao compor a decoração dos ambientes. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo | Carolina Werneck Bortolanza
Há muito tempo os pratos deixaram de ser apenas objetos para usar na cozinha. Para alguns arquitetos e decoradores, o lugar deles é enfeitando paredes e armários. Usar pratos na decoração é uma forma de dar um toque de estilo e personalidade para a casa. HAUS conversou com especialistas e, agora, você aprende como fazer isso.
A arquiteta Mariana Paula Souza compôs o espaço de uma sala com esses utensílios. No projeto desenvolvido por ela, os pratos escolhidos têm pintura que lembra azulejos portugueses. Outras referências a essa arte também estão espalhadas pelo ambiente. “Usamos os pratos na decoração de acordo com a personalidade do cliente. Nesse caso, era uma coleção de pratos portugueses e eles combinavam com o conceito que estávamos utilizando no imóvel”, explica.
O azul dos famosos azulejos domina o ambiente. Ele está nos móveis e até mesmo nas plantas escolhidas para compor a decoração. Além dos pratos e do azul, algumas peças também lembram a cultura de Portugal. É o caso das imagens religiosas em estilo barroco. “Este é um projeto de um casal que hoje mora sem os filhos, e tinha vontade de reformar a casa para a atual realidade: uma casa com apenas duas pessoas mas que adora receber a família”, diz Mariana.
Para os arquitetos Sérgio Valliatti e Luciana Tomasi Patrão, “a utilização dos pratos na decoração remonta à época em que as porcelanas eram artigos sofisticados e raros, feitos artesanalmente e com valor artístico”. Eles optaram por esse recurso em dois projetos diferentes. No primeiro deles, os pratos aparecem emoldurando uma porta. Trata-se de uma coleção contemporânea Fornaseti comprada na Itália. A assimetria das peças valorizou a passagem entre um cômodo e outro da casa.
Já o segundo projeto desenvolvido pelo Vailliatti e Tomasi Patrão Arquitetura tem um fundo de memória pessoal. “Os pratos foram herdados e possuem valor sentimental [para os donos da residência]. Por isso, deveriam ser expostos para ficar em evidência”, explicam os arquitetos.
Faça você mesmo
Novos ou herdados, combinando ou contrastando, o uso de pratos na decoração é um universo pronto para ser descoberto. “O primeiro passo é, justamente, relacionar tudo o que você quer colocar na parede e pensar [esses itens] de forma harmônica. É possível misturar diferentes tipos de objetos, bastando fazer uma seleção de acordo com cor e tamanho”, explica Mariana. Para Valliatti, também é importante que os objetos se encaixem no estilo do espaço em que ficarão expostos.
Ambos concordam, no entanto, que qualquer estilo aceita bem esse tipo de adorno. Tudo é questão de combinar o estilo do ambiente com o dos pratos nele inseridos. Na sala da arquiteta, produtora de moda e multiartista Ana Cris Willerding, por exemplo, as cores vibrantes da decoração acolhem perfeitamente os muitos pratos de porcelana que ela foi colecionando ao longo de vários anos. Aplicadas sobre uma parede em tom de grafite, as peças de vários tamanhos, cores e formatos deixam o lugar mais interessante e cheio de vida.
“A proposta de misturar tamanhos, cores e estilos, ao meu ver, é a mais sofisticada, desde que eles sejam combinadas respeitando o equilíbrio e a proporção em relação ao espaço. A ideia é não criar um efeito visualmente pesado”, afirma Valliatti. Mariana concorda que, com bom senso, é possível utilizar cores e estilos bem contrastantes e conseguir um resultado interessante.
Para os arquitetos, o melhor é usar esse tipo de recurso em ambientes de convívio, uma vez que a ideia é que os itens sejam exibidos. “O principal conselho é tentar utilizar o advento de forma que ele traduza a personalidade de quem mora na casa. Algumas pessoas usam porque gostam de cozinhar, outras porque colecionam pratos dos lugares por onde já passaram”, diz Mariana. Para Valliatti, também é fundamental escolher suportes que fixem corretamente os pratos às paredes. O arquiteto dá outro conselho importante: “nunca utilizar os pratos em ambientes com muita circulação para que a coleção, por ser objeto frágil, não fique vulnerável a batidas ou acidentes.”