Um poster comprado em uma viagem foi transformado em quadro e faz contraste com a parede de cor mais vibrante. A banqueta ao lado da cama, que serve de apoio para controle remoto da tevê, é de loja de material de construção, assim como prateleiras caixa, que aproveitam espaço das paredes e acomodam brinquedos e livros.
Anna foi atrás de promoções em grandes centros para complementar a decoração. “Há épocas do ano que são mais favoráveis, geralmente entre Natal e Carnaval, para renovação de estoque”, comenta. Foi o que fez com roupas de cama e cortina.
Clássico
Há três anos, a aposentada Leoflora Largura decidiu dar um ar mais aconchegante ao quarto, que tinha há dez anos. O ambiente escuro, por conta da imbuia no armário de oito portas e na cabeceira da cama, ganhou claridade e tornou-se acolhedor. “Queria que fosse mais claro havia muito tempo. Agora é um ambiente em que tenho prazer de estar”, diz. A designer de interiores Ana Carolina Wunderlich, professora do Centro Europeu, responsável pela nova decoração, encontrou no estilo provençal a solução às necessidades e personalidade da aposentada.
Por ser um estilo clássico, com móveis desgastados de madeira, tecidos nobres e cores suaves, não é comum encontrar produtos nessa linha, tampouco a preços competitivos. A ideia foi transformar. “A nova classe média procura por esse tipo de solução. Muitas pessoas têm móveis e objetos há muito tempo, de grande valor afetivo. Além de não se desfazer, consegue ter algo novo”, afirma Ana Carolina.
O grande armário ganhou pintura branca e detalhes em estilo provençal. O criado-mudo e a sapateira em MDF foram adquiridos com bastante economia em loja de produtos para artesanato. “A armação da cabeceira, em madeira bruta, foi unida a um trançado artesanal e recebeu a mesma pintura clássica e apliques”, revela a designer. O abajur ganhou cúpula de tricoline florido, mesmo tecido utilizado na antiga poltrona à beira da cama.
Lazer
Madeira de demolição, piso de cimento queimado e pias antigas ajudaram na missão de dar finalidade ao gramado na parte externa da nova residência de Roseli Libanoari de Mello, marido e três filhos. A dona de casa aproveitou o material para a construção de uma área de churrasqueira, de 50 metros quadrados, com projeto das arquitetas Fernanda Menosso e Rose Raitane.
“Queríamos algo rústico. A madeira de demolição saiu bem mais barata, porque era entulho. Um marceneiro cortou os dormentes e envernizou”, diz Roseli. Os 80 metros do material, sobras de uma reforma de um clube, foram comprados por seis vezes menos do que o valor comercializado nas floriculturas.
A mesa de bistrô, também em madeira, saiu por R$ 200, muito abaixo do que o encontrado nas lojas. “Paguei R$ 100 na tora que faz o tampo da mesa. O pé foi feito pelo marceneiro, pelo mesmo valor. Vi parecida nas lojas entre R$ 800 e R$ 1 mil. A minha não deixa a desejar a nenhuma delas.”
Para o piso, Roseli optou pelo cimento queimado, que, naturalmente, imprime um toque decorativo. A dona de casa reaproveitou o granito na pia da churrasqueira, retirado da cozinha da casa, quando foi reformada. O mesmo fez com a pia do lavabo, aproveitado do lado de fora da churrasqueira. Para finalizar a obra, foi construída uma cisterna, para captar a água da chuva e reutilizá-la. Foi instalada uma caixa de 50 litros para essa finalidade. Roseli diz que usa a água para lavar a churrasqueira, na descarga do banheiro do local e para regar o gramado.
Ela conta que, além de ter sido prazeroso ir atrás de tudo o que precisava, o resultado ficou muito legal. “Todos se envolveram. Hoje é o lugar que mais ficamos, mesmo quando chove e faz frio, porque é fechado e tem fogão a lenha”. Para a arquiteta Fernanda, essas ideias dão o charme. “Sempre que tiver material sobrando, dê outra função. É original e dá um toque especial ao ambiente.”
Passo a passo