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Três cidades que usaram o urbanismo para se reinventar

Eloá Cruz
26/08/2015 18:00
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Foto: Bigstock

Bruxelas
Foi na capital da Bélgica que o novo pensamento urbanístico nasceu. A pós-doutorada em geografia urbana e plano espacial pela Universidade Saint-Louis de Bruxelas, Sofie Vermeulen, explica que a cidade adotou, no início dos anos 2000, um planejamento urbano capaz de a transformar em metrópole internacional. Desde então, além das políticas bem-sucedidas de mobilidade urbana e descentralização de serviços públicos, Bruxelas trabalha na revitalização de áreas centrais. O status de cidade cosmopolita atrai cada vez mais turistas de negócios, além de variados congressos mundiais.
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Cidades têm de acompanhar o ritmo da sociedade. Por isso, se reinventam. Ou deveriam. Pois, quando o pensamento urbanístico é deixado de lado, os problemas aparecem. A falta de acessibilidade, a centralização de serviços públicos, o pouco estímulo ao uso do espaço urbano e até a violência são alguns dos pontos que acometem as cidades mal planejadas.
Pensando nisso é que arquitetos e urbanistas europeus e norte-americanos se reuniram em 2003 para discutir e estabelecer o novo urbanismo, com base em casos que deram certo e antes que se instaurasse o caos.Afinal, o pensamento vigente de organização não atende mais às necessidades das metrópoles contemporâneas.
Após essa primeira reunião, o Conselho Europeu de Urbanismo foi criado. Os arquitetos belgas Christian Lasserre e Joana Alimanestianu, e Lucien Steil, de Luxemburgo, passaram a liderar o novo movimento de urbanismo, que se inspira em alguns bons exemplos, como Tapiola, na Finlândia, Bruxelas, na Bélgica, e Bogotá, na Colômbia, cidades que criaram soluções simples, mas impactantes para a vida contemporânea.
E na base do novo urbanismo, estão aspectos como minimizar os efeitos da urbanização dispersa; estimular o uso misto do espaço urbano; valorizar a circulação de pedestres; incentivar o uso da bicicleta; dar máxima atenção às demandas da comunidade organizada em pequenos núcleos ou distritos; e preservar os bens de interesse histórico, por meio da atribuição de usos atuais para os espaços incorporados ao projeto urbano.
Bogotá
Atualmente com sete milhões de habitantes, a capital da Colômbia chamou atenção pela forma com que diminuiu o índice de violência urbana. De acordo com informações do governo local, Bogotá baixou de 82 para 16 homicídios por 100 mil habitantes entre 1998 e 2008. Para o ex-prefeito da metrópole, Enrico Peñalosa, que esteve no Brasil em 2010 para explicar o processo, a razão principal para a solução da violência urbana foi a mobilidade. Criou-se um sistema binário de transporte urbano, com canaletas exclusivas para os ônibus e priorização de pedestres e ciclistas nas vias da cidade. “O estacionamento não é garantido constitucionalmente. Se há carros estacionados numa rua, o governo pode tira-los e fazer uma ciclovia”, explica. E foi essa uma das soluções colocadas em prática por lá.
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Tapiola
Fundada em 1953, Tapiola foi planejada para ser uma cidade-jardim. Isso foi um reflexo do pós-guerra, quando a Europa passou a tratar da preservação e conservação de bens naturais. A cidade-jardim, localizada na costa sul da Finlândia, convida os cidadãos a interagir com o sistema de espaços livres e verdes e desenvolvimento sustentável. Essa relação, para o mestre em projeto urbano pela Graduate School of Design da Universidade e Harvard, Adilson Macedo, recuperou o potencial imobiliário de algumas regiões e descentralizou serviços e comércio.
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