Estilo & Cultura

Após 17 anos de abandono, prédio histórico no Centro será revitalizado

Equipe HAUS*
05/04/2017 18:06
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Com base em leia aprovada no final de 2016, governo estadual transferiu o imóvel à Junta Comercial, que vai coinstruir sua sede no local. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Edificado em estilo eclético e datado do início do século 20, o casarão histórico que ocupa o número 174 da Rua Barão do Rio Branco, no Centro de Curitiba, será revitalizado, depois de mais de 17 anos de abandono. O imóvel vai passar do governo estadual para a Junta Comercial do Paraná (Jucepar), que levantará sua nova sede no local, preservando a fachada. O processo de alienação está em andamento e, segundo o presidente desta instituição, Ardisson Akel, a previsão é de que seja finalizado até o final deste mês de abril.
A transferência foi possível graças à aprovação da lei estadual 18931 pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná no final do ano passado, que permitiu o estado repassar o imóvel à Jucepar para edificação de sua sede.
O prédio já serviu como sede da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, mas a instituição saiu dali em 2000 porque havia risco de desabamento. Hoje consta na lista municipal de Unidades de Interesse de Preservação (UIP), elaborada pelo Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Depois de completado o processo de aquisição, a Jucepar fará uma licitação para a limpeza do terreno e escoramento da fachada, conforme informa o presidente. Depois, uma nova licitação será realizada para desenvolvimento do projeto. “Vamos restaurar as duas fachadas, preservando suas características históricas, e construir um edifício novo no interior”, afirma. Ainda não há previsão de quando essas etapas vão acontecer.
A intenção, como aponta Akel, é levantar um prédio moderno, mas discreto. “Não queremos elementos que conflitem com a parte histórica e preservada”, diz. Pelo fato de o edifício se tratar de uma UIP, a Jucepar deve seguir regras de conservação e pode transformar o custo do restauro e da preservação em potencial construtivo, vendendo-o uma única vez a interessados em construir edificações que fujam do padrão de zoneamento em outras regiões.

Intervenção artística chama atenção para abandono

Nesta segunda (2) uma intervenção artística no edifício chamou a atenção dos que passavam pela rua. Cartazes convidavam as pessoas a olharem pelas frestas para o interior do imóvel. O que se viu foi uma fachada descuidada, vidros quebrados, mato crescendo no interior e até mesmo a carcaça de carros.
“O prédio está há tanto tempo sem uso que o cidadão passa pela calçada e nem nota. Quisemos atrair a atenção das pessoas para perceber esse vazio”, diz a arquiteta Danielli Wal, integrante do coletivo de arquitetura e design Ponto 41, responsável pela ação. “Está em uma região tão importante da cidade, bem no Centro e muito próximo do Centro Histórico”, completa.
Foto: Isabella Pagnoncelli/Divulgação
Foto: Isabella Pagnoncelli/Divulgação
Foto: Isabella Pagnoncelli/Divulgação
Foto: Isabella Pagnoncelli/Divulgação
Foto: Isabella Pagnoncelli/Divulgação
Foto: Isabella Pagnoncelli/Divulgação
Classificado pelo coletivo como um vazio urbano de representação, já que perdeu sua função pela falta de uso, o casarão integra o mapa de vazios urbanos elaborado pelo grupo em conjunto com estudantes de Arquitetura e Urbanismo da UFPR e da UTFPR. O levantamento será apresentado na mostra “Arquitetura como interface”, que tem previsão para começar no próximo dia 22 de maio.
O mapeamento conta também com vazios sociais (espaços que separam comunidades), vazios de utilização (terrenos baldios) e vazios de ocupação, caso da Rua XV, na opinião do coletivo, que já foi alvo de uma intervenção do coletivo. Em fevereiro, um piquenique foi realizado à noite na rua, para chamar a atenção para a desocupação noturna que ocorre na área.
*Daliane Nogueira e Mariana Domakoski, especial para a HAUS.

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