Estilo & Cultura

Croquis Urbanos completa cinco anos retratando a cidade em traços e cores

Sharon Abdalla
11/03/2018 17:29
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Croquis Urbanos celebra aniversário de cinco anos do grupo com encontro na Praça do Japão | Ana Gabriella Amorim

Correr no Parque Barigüi, passear pela Feirinha do Largo da Ordem, parar por algumas horas para contemplar e desenhar a cidade. Há cinco anos, esta última atividade integra a lista dos programas dominicais dos curitibanos que gostam de vivenciar a cidade e retratá-la em traços e cores a partir do projeto Croquis Urbanos Curitiba.
Criado em 2013, ele nasceu despretensioso da observação de Lia Mônica e do desejo de seu marido, o designer José Marconi, de se enturmar na cidade. “Tudo começou quando, da janela do nosso apartamento, em frente ao Paço da Liberdade, a Lia avistou o arquiteto Reinoldo Klein desenhando sozinho. Eu tinha chegado a Curitiba e estava precisando de algo para me enturmar, então pensei: vou falar com o Reinaldo para começarmos a desenhar juntos. No dia 11 de março de 2013 fizemos o primeiro encontro – eu, o Reinoldo e o Wagner Polak -, no Museu de Arte Contemporânea”, lembra Marconi. Desde então, mais de 250 eventos do Croquis Urbanos já foram realizados e reuniram cerca de 1 mil pessoas, em um cálculo aproximado.
Fotos: Ana Gabriella XXXXX/Gazeta do Povo
Fotos: Ana Gabriella XXXXX/Gazeta do Povo
Para marcar o quinto aniversário do projeto, o grupo Croquis Urbanos se reuniu na manhã deste domingo (11) na Praça do Japão, ícone de Curitiba e centro da discussão envolvendo a nova linha do ligeirão Norte-Sul. Para dar sequência à implantação do projeto, a prefeitura está abrindo um trecho da praça. A comunidade, por sua vez, pede a integridade do endereço.
Esta não é a primeira vez que o grupo desenha a Praça do Japão – outros dois encontros já ocorreram ali – ou outro local que desperta a atenção da cidade. Os “croquiseiros” já se reuniram para retratar o Palácio Belvedere, após o incêndio que danificou parte da estrutura do prédio, e a área do Antigo Hospital Psiquiátrico Bom Retiro, que receberá o novo mercado Angeloni e para a qual a comunidade pede a criação de um parque.
“Quando desenhamos desenvolvemos uma intimidade com o tema e, com isso, acabamos nos apropriando dele. É uma espécie de exercício de cidadania, pois, por meio do desenho, você entende e conhece melhor a cidade e, assim, cuida melhor dela”, destaca Marconi.
A estudante de Design Gabriela Amaral, que participou pela primeira vez do Croquis Urbanos neste domingo (11), concorda e acrescenta que, além do cuidado, o exercício permite aos participantes refletirem sobre a utilização do espaço público da cidade pelas pessoas.
Participantes utilizam diferentes técnicas para "dar vida" aos trabalhos
Participantes utilizam diferentes técnicas para "dar vida" aos trabalhos

Pertencimento

A paixão pelo desenho e o desejo de conhecer pessoas e criar uma rede de contatos são características comuns entre os integrantes do grupo. Este fato foi um dos pontos que atraiu a professora de arte Geceoni Jochelavicius para o projeto, há cerca de quatro anos. “Nós estamos na rua, fazendo desenhos, mas não estamos vulneráveis. Estamos amparados e nos fortalecemos e crescemos mutuamente, pois estamos sempre aprendendo uns com os outros”, avalia.
O aprendizado, aliás, é outra marca importante do projeto. Isso porque o Croquis Urbanos não recebe somente arquitetos, ilustradores, designers ou pessoas que já têm alguma habilidade com as diferentes técnicas de desenho (aquarela, grafite, giz de cera, lápis de cor, canetas hidrográficas, entre outros). Ao contrário, é aberto a todos que queiram aprender ou se aprimorar na arte do desenho.
Há cinco ano, grupo se reúne todos os domingos com o objetivo de retratar a cidade
Há cinco ano, grupo se reúne todos os domingos com o objetivo de retratar a cidade

“Infelizmente no Brasil se vende a ideia de que desenhar é um dom, o que faz com que as pessoas se inibam. Desenhar é um aprendizado como outro qualquer e nós somos uma comunidade de aprendizagem com lugar para todos”, destaca Marconi.

Outro ponto que atrai a atenção de quem circula pelos lugares onde os “croquiseiros” estão reunidos é o tom de exclusividade dos trabalhos, que se dá não apenas devido à técnica utilizada por cada desenhista, mas especialmente pelo olhar que cada um deles tem em relação ao espaço a ser retratado. “É um momento de meditação, de educar o olhar”, resume a arquiteta Cel Paim, que há quase cinco anos participa do projeto.

Como participar

Os encontros do Croquis Urbanos acontecem todos os domingos, às 9h30. Para participar, não é necessário fazer inscrição prévia. Basta comparecer ao local agendado com papel, caneta, lápis ou outros materiais de desenho e pintura. Na página do grupo do Facebook é possível acompanhar a agenda completa.
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
Croquis Urbanos se reúne na Praça do Japão
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