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Dez museus no Paraná que valem a visita começando pelo prédio

HAUS
04/08/2017 21:30
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Alguns museus no Paraná valem a visita não só pelo seu conteúdo, mas também pelas edificações que os abrigam. Foto: Roberto Custódio/Arquivo Gazeta do Povo | Carolina Werneck Bortolanza

Visitar um museu é sempre uma descoberta. Sejam dedicados à história, à arte, à religião ou à cultura de um lugar, eles transmitem conhecimentos de uma forma quase prática.
Mas nem só de acervos vivem os museus do Paraná. Alguns dos prédios que sediam esses espaços são tão importantes quanto o conteúdo guardado neles. Por isso, HAUS preparou um roteiro com dez museus em todo o estado que valem a visita a começar pelos edifícios. Essa não é uma lista dos únicos museus em prédios históricos no estado, mas uma amostra para você preparar seus próximos passeios no estado.

Museu Paranaense, Curitiba

Primeiro museu do Paraná e terceiro do Brasil, o Museu Paranaense foi idealizado por Agostinho Ermelino de Leão e José Candido Murici. Foi inaugurado em 1876 como museu particular e passou às mãos do governo em 1882. Finalmente, em 2003, foi transferido para o Palácio São Francisco.
O Palácio São Francisco é uma construção do final da década de 1920 que abriga, atualmente, o Museu Paranaense. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo Gazeta do Povo
O Palácio São Francisco é uma construção do final da década de 1920 que abriga, atualmente, o Museu Paranaense. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo Gazeta do Povo
O prédio construído entre 1928 e 1929 por Julio Garmatter é uma pérola da arquitetura eclética. Foi erguido para funcionar como residência, mas, em 1938, acabou sendo comprado pelo então interventor do Paraná, Manoel Ribas. Passou, portanto, a abrigar a sede do governo estadual e a ser conhecido como Palácio São Francisco. Mais tarde, foi Tribunal Regional Eleitoral e Museu de Arte do Paraná. Foi tombado pelo estado em 1987. Foi restaurado em 2002. Para quem gosta de história privada, visitar o museu é uma ótima oportunidade de entender como as pessoas viviam no começo do século 20.

Museu Histórico de Londrina, Londrina

A antiga Estação Ferroviária de Londrina é uma recordação viva da época em que o norte do Paraná se desenvolveu. A chegada do trem foi fundamental para que a região atraísse mais gente para desbravar as terras da parte de cima do estado.
Inaugurada em 1950, a antiga Estação Ferroviária de Londrina guarda o acervo do Museu Histórico da cidade. Foto: Roberto Custódio/Arquivo Gazeta do Povo
Inaugurada em 1950, a antiga Estação Ferroviária de Londrina guarda o acervo do Museu Histórico da cidade. Foto: Roberto Custódio/Arquivo Gazeta do Povo
É nesse prédio, inaugurado em 1950, que o Museu Histórico de Londrina funciona. Ele foi transferido para lá em 1986, mas já existia desde 1970. O órgão é vinculado ao Centro de Letras de Ciências Humanas (CLCH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). No acervo há três setores, o Setor de Imagem e Som “Eugênio Brugin”, o Setor de Objetos e o Setor de Biblioteca e Documentação “José Garcia Molina”.
Endereço: Rua Benjamin Constant, 900 – Centro, Londrina
Horário de funcionamento: De terça a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 14h30 às 17h30. Sábados e domingos, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h
Entrada: Gratuita

Museu do Tropeiro, Castro

É impossível contar a história do Paraná sem mencionar os tropeiros. Vindos do Rio Grande do Sul, eles cruzavam os campos paranaenses em direção a São Paulo levando mulas e cavalos que seriam comercializados por lá. Em seu rastro foram surgindo vilas e cidades. Castro é uma delas.
Instalado na casa mais antiga de Castro, erguida no século 18, o Museu do Tropeiro ajuda a contar a história do Paraná. Foto: Josue Teixeira/Arquivo Gazeta do Povo
Instalado na casa mais antiga de Castro, erguida no século 18, o Museu do Tropeiro ajuda a contar a história do Paraná. Foto: Josue Teixeira/Arquivo Gazeta do Povo
Sediado na casa mais antiga da cidade, o Museu do Tropeiro relembra essa parte importante da colonização do estado. O prédio existe desde o século 18 e é tombado pelo governo do Paraná desde 1978. Do lado de dentro, muitos detalhes de como viviam e se locomoviam as pessoas que ajudaram a povoar o estado. A criação do museu está diretamente ligada à iniciativa da professora  Judith Carneiro de Mello, que queria um museu histórico na cidade. Enquanto as pesquisas para fundar o órgão eram realizada, “o professor Newton Carneiro, então membro do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sugeriu que, devido às origens do município se instalasse em Castro um museu temático, o primeiro museu sobre o tropeirismo do Brasil”. Ele foi finalmente inaugurado em 1977.
Endereço: Praça Sant’Ana do Iapó – Centro, Castro
Horário de funcionamento: De terça a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 12h30 às 17h30.
Entrada: Gratuita

Museu de Arte de Londrina, Londrina

Simplesmente um museu que funciona em um prédio assinado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas. Um dos maiores nomes da arquitetura moderna, Artigas tem algumas obras em Londrina. Uma delas é o edifício do antigo Terminal Rodoviário. Atualmente essa obra é a sede do Museu de Arte da cidade.
O prédio do Museu de Arte de Londrina foi desenhado por Vilanova Artigas para ser o Terminal Rodoviário da cidade. Foto: Gilberto Abelha/Arquivo Gazeta do Povo
O prédio do Museu de Arte de Londrina foi desenhado por Vilanova Artigas para ser o Terminal Rodoviário da cidade. Foto: Gilberto Abelha/Arquivo Gazeta do Povo
A construção é de 1952 e foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1974. O museu foi inaugurado em 1993. Para a ocasião foi levada ao museu uma escultura de ninguém menos que Auguste Rodin. “A Eterna Primavera” chamou a atenção de quem participou da festa. Esse prédio é considerado o primeiro de arquitetura moderna do estado. O lugar deixou de funcionar como rodoviária em 1988.
Endereço: Rua Sergipe, 640 – Centro, Londrina
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira – das 13h às 18h
Entrada: Gratuita

Museu Oscar Niemeyer, Curitiba

Originalmente projetado para abrigar o Instituto de Educação do Paraná, o Museu Oscar Niemeyer (MON) leva o nome de quem o desenhou. O projeto original é de 1967 e tinha apenas o prédio principal, que foi inaugurado em 1978 e batizado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco.
O "Olho", que acabou se tornando mais famoso que o prédio principal. Na verdade a estrutura foi anexada muitos anos depois da construção do edifício. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
O "Olho", que acabou se tornando mais famoso que o prédio principal. Na verdade a estrutura foi anexada muitos anos depois da construção do edifício. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
O MON só virou museu em 2002. Antes disso funcionou como sede para diversas secretarias do governo estadual. Niemeyer desenhou, ainda, o “Olho”. A estrutura foi construída depois e anexada ao museu para abrigar uma série de exposições. O maior nome da arquitetura brasileira talvez nunca tenha entendido a grandiosidade de sua obra para o cotidiano dos curitibanos. Aos finais de semana, toda a estrutura recebe com carinho os visitantes que se esparramam pelo gramado na parte de trás e tiram muitas fotos do complexo.

Casa Andrade Muricy, Curitiba

Situada no centro de Curitiba, a Casa Andrade Muricy é um exemplar da arquitetura eclética que dominou a capital no fim do século 19 e começo do século 20. A construção é de 1926 e também foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do estado.
O prédio da Casa Andrade Muricy (CAM) foi inaugurado em 1926 e é tombado pelo Paraná. Foto: Antônio More/Arquivo Gazeta do Povo
O prédio da Casa Andrade Muricy (CAM) foi inaugurado em 1926 e é tombado pelo Paraná. Foto: Antônio More/Arquivo Gazeta do Povo
Já funcionou como sede das Coletorias Estaduais, repartição de água e esgoto, junta comercial, Secretaria de Estado de Finanças e algumas coordenadorias da Secretaria de Estado da Cultura. O nome é uma homenagem a José Cândido de Andrade Muricy, escritor e crítico literário e musical muito respeitado em Curitiba. “A Casa Andrade Muricy – CAM, inaugurada em 26 de junho de 1998, é um espaço de exposições da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. Realiza mostras de artes visuais contemporâneas, nacionais e internacionais, e também exposições de relevância histórica. É um espaço exclusivo para exposições e não possui acervo de obras de arte.

Museu da Bacia do Paraná, Maringá

Exemplo de conservação da arquitetura em madeira, o Museu da Bacia do Paraná, em Maringá, é parte integrante da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A construção, inclusive, fica no campus da instituição.
O Museu da Bacia do Paraná funciona na primeira casa construída em Maringá. Foto: Reprodução/Facebook
O Museu da Bacia do Paraná funciona na primeira casa construída em Maringá. Foto: Reprodução/Facebook
A importância dessa casa se dá porque ela foi a primeira construída na cidade, em 1946, para ser a residência do administrador da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Essa companhia foi a grande responsável pelo desenvolvimento do norte do estado. Cedida à UEM, a casinha foi desmontada e reconstruída no local que ocupa hoje. Desde 1984, abriga o museu que conta com fotografias, publicações diversas, fragmentos vegetais e animais, aparelhos e equipamentos topográficos, documentos e utensílios indígenas, entre outros objetos. Todo o acervo faz referência à história dos territórios que compõem a bacia hidrográfica do Rio Paraná.
Endereço: Av. Colombo, 5790 – Zona 7, Maringá
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 8 às 11h e das 13h às 17h.
Entrada: Gratuita

Museu Visconde de Guarapuava, Guarapuava

“Supõe-se que essa casa foi construída na primeira metade do século 19. Dados precisos sobre sua origem não são conhecidos.” É o que diz o site da Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) do Paraná. Fato é que a casa serviu como residência de Antonio de Sá Camargo, visconde de Guarapuava. Foi ali, aliás, que ele faleceu, em 1896.
Casa do Visconde de Guarapuava, que abriga museu de mesmo nome. Foto: Reprodução/CPC
Casa do Visconde de Guarapuava, que abriga museu de mesmo nome. Foto: Reprodução/CPC
O Visconde é um dos grandes nomes do estado. Contribuiu fortemente para o desenvolvimento da região de Guarapuava e, antes de ser visconde, foi barão. A construção é “modesta, implantada à frente do terreno e de características luso-brasileiras: paredes de alvenaria de pedra e cobertura em telhas canal com ‘beira seveira’ na fachada principal. Os vãos de portas e janelas possuem algumas vergas retas, e outras de arco abatido. Atrás da casa existem as ruínas de parede de alvenaria de pedra de antigo anexo, de finalidade desconhecida”, segundo a CPC. A casa, claro, é patrimônio tombado na esfera estadual.
Endereço: Rua Pinheiro Machado, Praça 19 de Dezembro, Guarapuava
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 17h30
Entrada: Gratuita

Casa Lacerda, Lapa

A Casa Lacerda é o único museu federal da Lapa e não deixa a desejar. “É uma preciosidade, porque ali foi mantido o mobiliário e os objetos. É possível ver exatamente como era a vida naquela casa, no século 19”, diz o arquiteto Key Imaguire Jr., um dos principais nomes do patrimônio no Paraná.
A casa de estilo luso-brasileiro construída entre 1842 e 1845 reproduz a residência de uma família típica da Lapa, com mobiliário e objetos originais. Foto: Hedeson Alves/Arquivo Gazeta do Povo
A casa de estilo luso-brasileiro construída entre 1842 e 1845 reproduz a residência de uma família típica da Lapa, com mobiliário e objetos originais. Foto: Hedeson Alves/Arquivo Gazeta do Povo
Construída em 1842, foi residência do coronel Joaquim de Rezende Correia de Lacerda. Ele nasceu ali em 1845 e faleceu no mesmo local em 1905. Durante o episódio que ficou conhecido como “Cerco da Lapa”, em plena Revolução Federalista de 1894, a casa foi usada como quartel pelos republicanos. O prédio também foi palco de um importante momento histórico. Ali foi assinada a Ata de Capitulação de Lapa. Por essa razão, o imóvel foi tombado não a nível estadual, mas a nível federal, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já em 1938.
Do lado de dentro, muitas curiosidades do modo de vida do passado. A decoração é toda original. Na cozinha, objetos usados na arte da culinária há mais de um século. O bônus é o jardim e o quintal que ficam aos fundos da casa, que convida a relaxar e relembrar a história do Paraná.
Endereço: R. XV de Novembro, 60, Lapa
Horário de funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 12h e das 13h às 17h.
Entrada: Todas as terças, entrada franca. De quarta a domingo, R$ 2 por pessoa

Heimat Museum – Colônia Witmarsum, Palmeira

Fundada por imigrantes menonitas alemães-russos, a Colônia Witmarsum é o clássico exemplo das colônias de imigrantes do Paraná. Esses imigrantes vieram da região que, hoje, compreende o norte da Holanda e um pedaço da Alemanha.
A casa que serve de sede ao Heimat Museum, na Colônia Witmarsum, foi construída nas primeiras décadas do século 20. Foto: Daniel Caron/Arquivo Gazeta do Povo
A casa que serve de sede ao Heimat Museum, na Colônia Witmarsum, foi construída nas primeiras décadas do século 20. Foto: Daniel Caron/Arquivo Gazeta do Povo
O Heimat Museum tem um acervo que conta toda a história da colônia e também dos menonitas, povo com mais de 500 anos de história. A casa de madeira que o abriga já existia antes da fundação da colônia. Foi originalmente construída para ser sede de uma fazenda. Comprada pelos colonos, já teve diversas funções na comunidade. Foi hospital e hospedaria, antes de ser museu. Embora a data exata da construção seja desconhecida, a colônia calcula que ela tenha em torno de 100 anos. Há registros fotográficos que mostram a casa pronta em 1920.
Endereço: Colônia Witmarsum, Palmeira
Horário de funcionamento: Sábados, domingos e feriados, das 10h às 12h e das 14h às 17h. Demais dias visita mediante agendamento pelo telefone (42) 984-037-075
Entrada: R$ 5 por pessoa

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