Estilo & Cultura

Arquitetura nostálgica das confeitarias tradicionais de Curitiba que não existem mais

Luan Galani
12/01/2018 20:00
Thumbnail

Parte sobrevivente do prédio original da Confeitaria Schaffer, na Rua XV. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

As confeitarias de rua foram por muito tempo as praias do curitibano. Nas décadas de 1950 e 1960, elas estavam no seu auge, principalmente na Rua XV, região central de Curitiba. Pouco a pouco, porém, os estabelecimentos fecharam suas portas. Os sabores se foram. Mas os prédios resistem de pé. Graças à ótima localização de que desfrutavam, foram vendidos ou alugados para novos comércios.
Descubra o que aconteceu com 4 edifícios de confeitarias antigas de Curitiba!

Confeitaria Iguaçu

O restaurante e confeitaria surgiu em 1958, quando os irmãos Leopoldo e Afonso Mehl resolveram desfazer a parceria comercial que já tinha resultado no Bar Stuart, ali na Praça Osório, como conta Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim na tese “Gosto, prazer e sociabilidade: Bares e restaurantes de Curitiba, 1950-60”. Leopoldo então ocupa a sobreloja do Edifício Artur Hauer, de 13 andares, um lugar próximo do bar do irmão, ali no finalzinho da menor avenida do mundo, a Luiz Xavier. Foi a nossa Confeitaria Colombo, como a do Rio de Janeiro.
“Montou uma casa que impressionou pelas inovações, como luzes coloridas sob os apliques de gesso e o imenso mural com pintura das Cataratas do Iguaçu“, sentencia a pesquisadora. Depois de algumas décadas a confeitaria fecha as portas. Hoje é onde funciona o Giraffas.

Confeitaria Guairacá

A confeitaria também na Luiz Xavier foi inaugurada em 1928, no prédio eclético do Palácio Avenida. Surgiu para funcionar como uma requintada confeitaria que fizesse jus à Casa do Mate, que há pouco também havia se instalado no edifício. O local era conhecido por suas carnes de excelente qualidade e por um trio de cordas que tocava algumas vezes por semana. Em maio de 1979, a Guairacá fecha suas portas. Ainda na década de 1970, o prédio foi adquirido pelo hoje extinto Bamerindus, que salvou o local do abandono.

Confeitaria Schaffer

Parte sobrevivente do prédio original da Confeitaria Schaffer, na Rua XV. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Parte sobrevivente do prédio original da Confeitaria Schaffer, na Rua XV. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Hoje Galeria Schaffer, o espaço já abrigou a confeitaria da família de 1918 (quando ainda era apenas leitaria) até um incêndio em 1978. O negócio decolou em 1944 com a coalhada, que até hoje é lembrada por quem frequentava o lugar. Em 1980, sua reconstrução mobilizou a cidade e reabriu como galeria com projeto do arquiteto e ex-presidente do Ippuc Rafael Dely. Hoje o casarão abriga diversos comércios.

Confeitaria Pérola

A confeitaria que também era chamada de bar ficava na Rua XV durante a década de 1950. Atualmente, nenhuma fonte segura sabe precisar em qual edifício ao certo. Mas muito provavelmente na altura do número 456. Há ainda quem diga que era em frente à Confeitaria das Famílias, em algum dos prédios ecléticos, onde funcionam comércios de todo tipo.

LEIA TAMBÉM

Enquete

Você sabe quais são as vantagens de contratar um projeto de arquitetura para sua obra de reforma ou construção?

Newsletter

Receba as melhores notícias sobre arquitetura e design também no seu e-mail. Cadastre-se!