A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) irá ganhar um novo condomínio do grupo Alphaville. Depois de Pinhais, onde está localizado o Alphaville Graciosa, agora será a vez de Campo Largo sediar um megaempreendimento da marca que tem no alto padrão de seus residenciais sua principal característica.

Quem confirma é a prefeitura de Campo Largo, que adiantou à reportagem de HAUS que os trâmites burocráticos referentes ao projeto estão em fase final de aprovação junto os órgãos competentes. Ainda de acordo com a gestão do município vizinho, o início das obras de implantação do Alphaville Paraná, como será batizado o residencial, deverá ocorrer ainda em 2017.

Procurado por HAUS, o Alphaville Urbanismo informou, em nota, “que ainda não há confirmação de um novo empreendimento da empresa em Campo Largo, sendo impossível apresentar qualquer previsão sobre vendas ou obras”, mas destacou que o município “é naturalmente local de interesse para a empresa por conta do seu potencial imobiliário e pela ótima recepção que os empreendimentos realizados na região receberam”.

Em maio deste ano, no entanto, a gerente de negócios do grupo Alphaville, Patricia Hulle, participou de audiência pública realizada no auditório da Prefeitura de Campo Largo na qual o estudo sobre o impacto ambiental da obra foi apresentado à comunidade, como noticiou a Folha de Campo Largo. Antes disso, em janeiro de 2017, a prefeitura do município divulgou o fechamento da parceria com o grupo Alhpaville Urbanismo para a implantação do condomínio residencial.

O interesse do grupo Alphaville em investir em Campo Largo existe há pelo seis anos, como conta o prefeito do município, Marcelo Puppi. Ele não soube dizer o motivo pelo qual a ideia não foi levada adiante neste período, mas destacou que tão logo ganhou a eleição procurou o Alphaville para torná-la realidade. “Assim que levei a situação à frente, o Alphaville imediatamente disse que queria tocar o projeto”, acrescenta Puppi.

Ainda segundo o prefeito, o empreendimento será implantado em duas fases e em duas áreas vizinhas, localizadas na região de Ferraria, onde funcionaram, no passado, uma mina de ouro e um haras. “A área inicial tem 3,5 milhões de m² e deverá evoluir com a aquisição [daquela segunda área] que, incorporada ao projeto, [somará] 5,1 milhões de m². Isso corresponde a cerca de cinco [parques] Beto Carrero World, só para se ter uma ideia”, acrescenta Eduardo Fernandes, secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campo Largo.

Ainda de acordo com Puppi, a previsão é a de que a implantação do Alphaville Paraná esteja consolidada três anos após o início das obras. A curva de ocupação prevista pelo grupo Alphaville, por sua vez, aponta que passados 25 anos da implantação do empreendimento sua população atingiria 85% de seu potencial máximo, o que equivaleria a quase 3,4 mil habitantes, segundo a nota divulgada pela Prefeitura de Campo Largo em janeiro.

Entre os destaques do projeto, na opinião dos gestores municipais, está a preservação de 70% da mata nativa do local, uma vez que a urbanização contemplará apenas 30% da área, como lembra Fernandes. “[O Alphaville] está preservando quase o dobro do exigido pelas leis ambientais de Campo Largo, que é de 40%”, destaca.

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente lembra, ainda, que a área é “exuberante em fauna e flora” e conta com “bioma muito rico”, composto por “matas de araucária, nascentes e fundos de vale”. “Hoje é quase impossível para as estruturas das prefeituras cuidarem de seus quintais. Esta área vai estar protegida da ocupação irregular e das pessoas que vão [até ela] para desmatar por um empreendimento do porte e da procedência do Alphaville“, acrescenta Fernandes.

Além da mata, o grupo Alphaville assumiu o compromisso junto à Prefeitura de Campo Largo de preservar os casarões históricos da antiga Estrada do Mato Grosso, que abrigaram os portugueses e italianos que chegaram ao município no final do século 19, como conta o prefeito Marcelo Puppi.

Ele destaca, ainda, que o investimento privado em infraestrutura para a implantação do residencial, que ultrapassa os R$ 120 milhões, é apenas um dos benefícios que o Alphaville Paraná trará para Campo Largo.

“[O empreendimento deverá gerar] quatro mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos, o que faz toda a diferença em um momento de crise como este”, afirma Puppi.

Ele acrescenta o incremento da arrecadação do município por meio de tributos como o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos) e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) oriundo das futuras propriedades. “[O Alphaville] mudará para sempre o perfil econômico de Campo Largo“, prevê o prefeito.