Como será sua próxima casa? Aprenda a escolher o imóvel ideal para sua família

Sharon Abdalla
14/07/2017 21:52
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Áreas comuns bem dimensionadas e com real potencial de uso são valorizadas pelos compradores. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Sair do aluguel. Deixar a casa dos pais. Mudar-se para um imóvel mais confortável. Os motivos que levam uma pessoa a comprar um imóvel são velhos conhecidos. Mas, em se tratando do bem, o que faz com que um comprador se decida por uma casa ou apartamento em detrimento de outro? Quais características são indispensáveis e de quais se abre mão para fechar o negócio?
Integração entre cozinha, sala de estar, jantar e sacada estão entre as preferências dos compradores.
Integração entre cozinha, sala de estar, jantar e sacada estão entre as preferências dos compradores.
Para o casal Andressa Evangelista e Raul Zanon, por exemplo, a condição comercial oferecida pela construtora foi o fator decisivo para a compra. “Desde que fomos morar no nosso primeiro apartamento tínhamos o plano de, em algum momento, mudar para um maior e mais confortável. Este não era o up grade que queríamos em termos de imóvel [a unidade tem 7 m² a menos do que a metragem desejada incialmente], mas os termos da negociação fizeram com que fechássemos o negócio”, conta Raul. Entre eles estava a possibilidade de não ser necessário vender o apartamento anterior para usá-lo como entrada, o que garantiu a renda extra proveniente de seu aluguel.
Afinidade com a região onde já se mora é critério para a definição do endereço do novo imóvel. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo
Afinidade com a região onde já se mora é critério para a definição do endereço do novo imóvel. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo

Tripé

À parte as questões particulares, é possível dizer que o comportamento de consumo no mercado imobiliário se baseia no tripé composto por preço, localização e tipo do imóvel.
“O preço impõe o limite, o até quanto se pode pagar pelo bem. Atualmente, ele tem mais peso, devido ao momento político e econômico que vivemos”, explica Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa.
Em abril, o preço médio do m² dos apartamentos novos em Curitiba era de R$ 7 mil, segundo a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). As unidades usadas eram vendidas, em junho, pelo valor médio de R$ 3,6 mil o m², de acordo com o Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

Região

Não menos importante, a localização que se deseja ter como endereço também interfere na decisão pela compra. Mais do que bairros nobres, são a afinidade com a área onde já se mora, a rotina criada nela – como trabalho e escola dos filhos – e a proximidade da família que orientam a escolha. Foi assim com Andressa e Raul, que trocaram o Novo Mundo pelo Orleans para ir para mais perto da família.
“Se a pessoa gosta da localização em que está ela não vai mudar. Isso só acontece se não tiver um imóvel que a atenda no mesmo local”, afirma Luciano Tomazini, vice-presidente de Lançamentos e Comercialização Imobiliária do Secovi-PR.
Neste caso, o comprador pode expandir seu “raio de influência” para até 2 Km no entorno da região de seu interesse, como explica Leonardo Pisseti, diretor de incorporação da Swell Construções. “Quanto maior a renda, maior é o desconforto em se mudar esta região”, acrescenta Araújo.
Áreas comuns bem dimensionadas e com real potencial de uso são valorizadas pelos compradores. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo
Áreas comuns bem dimensionadas e com real potencial de uso são valorizadas pelos compradores. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo

Casa ou apartamento?

A escolha entre casa ou apartamento é o primeiro critério definido pelo comprador quanto à tipologia do imóvel. Este último costuma ganhar a disputa na maior parte das vezes, tendo a segurança como seu principal atrativo.
A área privativa e o número de quartos da planta também pesam na decisão, pois devem corresponder às necessidades dos moradores. “Quem precisa de três quartos não compra um imóvel com dois dormitórios”, sentencia Pisseti.
Além de definir o perfil do imóvel desejado, todas estas informações contribuem para que seja possível ao comprador localizá-lo entre os mais de 31,5 mil à venda em Curitiba, entre unidades novas e usadas (os dados são de abril e junho, respectivamente).

Critérios secundários

Passado o primeiro filtro, o comprador analisa os chamados critérios secundários. São eles que irão individualizar o imóvel em relação à oferta e refinar o processo de escolha pelo futuro proprietário.
A qualidade do quarto principal é um dos primeiros pontos que pesam nesta seleção e engloba do tamanho do cômodo à presença ou não de banheiro nele. Nos imóveis de alto padrão, a oferta e o tamanho do closet são outros atrativos.
Playground ou brinquedoteca são diferenciais para famílias com filhos. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo
Playground ou brinquedoteca são diferenciais para famílias com filhos. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo
Já na área social, a preferência está pela integração entre cozinha, sala de estar/jantar e sacada (de preferência com churrasqueira), ou pelo menos entre dois destes ambientes. “Quanto maior a renda, melhor essa combinação das áreas de convívio social tem que estar”, aponta Araújo.
Este foi um dos itens avaliados pelo médico Cezar Augusto Sarraff Berger para a compra da unidade de alto padrão em um empreendimento que está em construção no Campina do Siqueira. “A integração dos ambientes é importante para o convívio familiar, além de trazer praticidade para o dia a dia”, avalia.

Acabamento

Além dos itens de acabamento que constam no memorial descritivo dos imóveis adquiridos na planta, a infraestrutura para a instalação de ar-condicionado é um item que pesa sobre a decisão de compra, especialmente nas unidades a partir dos R$ 400 mil. E quanto maior o valor pedido pelo bem, mais cômodos devem apresentar pontos próprios para o equipamento.
Para as unidades com valor acima da casa do milhão, itens que potencializam o isolamento acústico e o conforto térmico da planta, como esquadrias com vidros duplos e piso aquecido, são outros aspectos levados em consideração, como lembra André Marin, diretor de incorporação da construtora Laguna.
Cezar Berger, médico. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo
Cezar Berger, médico. Foto: Letícia Akemi/ Gazeta do Povo
“Os clientes, principalmente no alto padrão, [valorizam] o imóvel que apresenta piso aquecido, desembaçador de espelhos e pontos para a automação residencial, que é um item solicitado aos arquitetos nos projetos de interiores”, acrescenta Fernanda Krause Lemes Viana, gerente de marketing do Grupo Thá.
O casal Raul Zanon e Andressa Evangelista compraram um novo apartamento no final do ano passado e se mudaram em Fevereiro deste ano. A proposta do negocio foi o fator mais importante para decidir pela aquisição.
O casal Raul Zanon e Andressa Evangelista compraram um novo apartamento no final do ano passado e se mudaram em Fevereiro deste ano. A proposta do negocio foi o fator mais importante para decidir pela aquisição.

Lazer

Entre os espaços comuns, a preferência é por menos opções de lazer, porém com espaços confortáveis, bem dimensionados e equipados e com real potencial de uso. Do contrário, o comprador pode entender que está pagando por algo que não vai utilizar e que ainda terá reflexo nas despesas com a manutenção do condomínio.
“Academia, salão de festas, piscina coberta e aquecida e playground ou brinquedoteca. Estes são os espaços que o empreendimento tem que ter”, resume Érica Volpato Endo, gerente demarketing da A. Yoshii. Raul concorda e diz que aárea comum do novo condomínio, comparada a do antigo, permite ao casal traçar uma nova meta, que envolve o crescimento da família.
Berger acrescenta a credibilidade que se tem na empresa responsável pela obra como outro ponto importante para a tomada de decisão. Tanto que, após uma temporada morando de aluguel, ele optou por adquirir um apartamento assinado pela mesma construtora da qual já havia comprado um imóvel.
“Eu já conhecia o tipo de construção, o padrão de acabamento e o pós-venda oferecido pela construtora. Isso fez com que, mesmo tendo visitado imóveis de outras empresas, eu desse preferência a ela”, conta.
Para avaliar todos estes itens nos diferentes imóveis à venda, os compradores levam entre 60 e 90 para fecharem o negócio, de acordo com Pisseti. O tempo, no entanto, permite a eles amadurecerem a decisão, uma vez que a compra do imóvel é uma das mais importantes que se faz na vida.

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