Beleza dia e noite

Daliane Nogueira
17/09/2010 03:10
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Apaixonada por plantas, a professora Marina de Souza decidiu investir em um projeto de paisagismo para dar destaque à área externa de sua residência

A decoração da área externa depende da escolha das plantas, móveis e da iluminação artificial, que é capaz de manter a vegetação vistosa, mesmo sem a luz do sol. “Um jardim precisa estar vivo e ter destaque tanto durante o dia, quanto à noite. Valorizar os caminhos, a fachada e as principais espécies escolhidas é a função da iluminação artificial, que precisa ser bem planejada para não haver exageros”, diz a paisagista Rosângela Ciafrino Sabbag.
A paixão pelas plantas e o desejo de curtir a casa fez a professora Marina de Souza investir nas áreas externas de sua residência. “O jardim é o primeiro local com o qual os visitantes têm contato e o queria sempre em destaque”, afirma. Rosângela projetou uma iluminação cênica para o jardim, evidenciando as palmeiras, com iluminação de baixo para cima (up light). “Usei lâmpadas PAR (um tipo de lâmpada halógena montada em um refletor aluminizado), que tem facho de luz concentrado no centro e é ótima para destacar”, diz.
Os arbustos menores recebem iluminação discreta, com o uso de lâmpadas PAR em espetos fincados na grama. O caminho que leva até a porta da casa tem leds (diodo semicondutor que quando energizado emite luz) embutidos na calçada. “A tecnologia do led permite economizar energia, mas ainda é cara para ser empregada em todos os pontos”, comenta a paisagista.
No piso superior há outro jardim, ao lado da piscina. “Nesse local recebemos visitas e era preciso iluminação para esses momentos”, diz Marina. Postes baixos e luz amarelada, obtida com o uso de filtros, colaboram para criar um ambiente aconchegante.
Rosângela ressalta que a iluminação em áreas externas tem dupla função: decoração e segurança. “São aspectos complementares e precisam ser pensados de forma harmônica no projeto.” No caso do jardim de Marina, havia iluminação de segurança, com um poste, mantido pelo condomínio.
Para fazer com que a iluminação decorativa se destaque, o paisagista Luiz Augusto Ciccarino recomenda o uso de recursos, como os filtros, âmbar, fosco ou coloridos. “São dispositivos que podem ser encaixados nas luminárias, proporcionando efeitos muito interessantes. Filtros azuis, por exemplo, lembram a luz do luar e são perfeitos para beira de piscinas”, explica.
Para um amplo jardim no bairro Santa Felicidade, o paisagista escolheu plantas de clima mediterrâneo, como buchinhos podados, palmeiras e cedros charutos, que têm cerca de 10 metros de altura e precisavam de iluminação direcional. “Nesse caso usei o filtro âmbar para aquecer e dar outra tonalidade”, diz Ciccarino, alertando para evitar usar filtros coloridos ao iluminar arbustos floríferos. “Prefira os filtros foscos, que deixam a luz branca, mas difusa.”
Outro elemento interessante no jardim decorado por Ciccarino é um vaso de resina alaranjada com uma lâmapda interna. “Ele funciona como uma luminária. Quando ligado em uma tomada, acende e cria um belo efeito.”
Instalação
A seleção do número correto de aparelhos é o primeiro passo para montar um sistema de iluminação equilibrado e seguro nas áreas externas. Ciccarino indica a elaboração do projeto ainda na fase do desenho arquitetônico da casa. “Os pontos de iluminação precisam ser previstos com precisão, para evitar a necessidade de reformas”, comenta.
Ao dimensionar a iluminação é preciso prever o crescimento das plantas, de forma que não se sobreponham à luz, atrapalhando o efeito decorativo.
Membro da Câmara Especiali­zada de Eletricidade do Crea-PR, o engenheiro Antonio Carlos Dequech afirma que é necessário ter circuitos separados, para garantir segurança. “É preciso organizar a fiação de modo que grupos pequenos de luminárias sejam acionados de modo independente. Isso aumenta a economia na conta de luz e maximiza as opções de utilização da iluminação”, garante.
A instalação de produtos como postes ou balizadores pedem a preparação de uma base, feita de concreto, por onde passarão os fios. “Cabos flexíveis, que agrupam vários condutores, são os produtos ideais para serem usados em áreas externas”, aponta Dequech.
Os fios que passam por entre canteiros devem estar em perfeitas condições e serem enterrados para se evitar tropeços. O responsável pela manutenção do jardim precisa ser informado dos locais por onde passam os fios, para não correr o risco de se acidentar. “Em casas com crianças e animais de estimação deve-se evitar o uso dos espetos, porque podem ocorrem queimaduras ao tocar na lâmpada. Nesses casos, aconselho o uso de embutido de piso, apesar de o efeito não ser o mesmo”, diz Ciccarino.

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