Com a chegada de novos parceiros e apresentação das iniciativas para 2018, o movimento Reação Urbana reuniu cerca de 40 pessoas na manhã deste sábado (2) na Gazeta do Povo. Desde a criação do movimento e realização do primeiro Laboratório de Reação Urbana do Vale do Pinhão,  ação vem ganhando cada vez mais visibilidade e apoiadores entre a sociedade civil organizada. Dessa forma, ideias de projetos e parcerias surgem a cada reunião dos agentes urbanos, conforme apontou Orlando Ribeiro, presidente da Reurb e um dos organizadores do Reação Urbana.

Um desses casos é o do jovem Gesse Lima, que apresentou sua tese de mestrado em Arquitetura e Urbanismo focada na relação entre o ensino e a compreensão das cidades para as crianças, chamada Cidade e Arte Sequencial: Aprendizagem da Dinâmica Urbana. “Por meio das histórias em quadrinhos, é possível não só apresentar essa realidade urbana para o público infantil, como envolvê-lo nas ideias de mudanças, naquilo que todos nós sonhamos e queremos para nossa cidade num futuro próximo”, define Lima.

Barbara Becker e Vivian Brune, arquitetas formadas pela UFPR, também estiveram presentes no encontro e apresentaram detalhes do projeto Isso não é um vazio urbano, que criaram para mapear espaços privados não utilizados (ou subutilizados) em Curitiba. Os números impressionam: ao todo, 73 milhões de metros quadrados – área quatro vezes maior que a dos parques curitibanos somados, que totalizam 17 milhões de metros quadrados – se configuram como vazios urbanos.

“Já realizamos quatro ações de ocupação desses espaços, que incluem exibição de filme (Open Air Cinema), criação de jardim urbano e galeria aberta, além de música ao ar livre e food trucks. Tudo isso em terrenos que são usados como estacionamentos durante a semana, ou sequer são utilizados”, descreve Vivian, lembrando que as ações foram feitas em terrenos das ruas Marechal Mallet (Centro Cívico), Padre Agostinho (Bigorrilho) e Reinaldino de Quadros (Alto da XV).

A terceira contribuição externa da reunião veio de Paulo César Pereira, presidente da Associação dos Detentores Particulares de Patrimônio Cultural em Curitiba (ADPPCC). “É fundamental a forma como são feitas as abordagens para os proprietários de imóveis ou terrenos que se configuram como patrimônio arquitetônico e cultural. Precisamos ter uma educação patrimonial, saber o que é público e privado, etc. Nossa intenção nunca é demolir essas propriedades, mas sim dar novos usos coerentes tanto com o que desejam os donos, quanto com o que é viável para o município”, pontua.

Andrea Sorgenfrei, gerente do Núcleo Estilo de Vida da Gazeta do Povo apresentou, ao final do encontro, as ações previstas para 2018. “Temos várias ideias que estão sendo apresentadas em nossos encontros semanais, como a criação de um passeio ciclístico noturno no Vale do Pinhão, ação de graffiti ao longo do bairro, no acesso da Usina 5, e um passeio turístico pela região”, elenca.

Abaixo, o calendário previsto para os primeiros meses do ano:

Fevereiro: Participação do movimento na Smart City Expo 2018;

Março: Ação de urbanismo tático (pintura) na Rua Piquiri, no Rebouças;

Abril: Ação de limpeza no Rio Belém, com uso de botes.