Lemos com bastante preocupação texto na página de opinião desse jornal e deixamos claro que defendemos o direito à liberdade de expressão e de imprensa, exercidas com responsabilidade e ética. Ao acusar de imoral uma manifestação pública da FENAJ em favor do Estado democrático de direito e de um julgamento assentado no ordenamento jurídico nacional para o ex-presidente Lula, o autor entra num perigoso ambiente de ideias pré-concebidas sobre a atuação das entidades sindicais, que muitos querem confinadas na luta corporativa. Certamente, o texto foi escrito por alguém que desconhece a dinâmica das organizações sindicais, em especial da FENAJ e dos sindicatos de jornalistas filiados a ela.
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Queremos esclarecer que a Diretoria da FENAJ, uma entidade democrática e que respeita as decisões tomadas coletivamente em assembleias e em Congressos Nacionais, acompanha a avaliação feita pelos jornalistas profissionais nessas instâncias de decisão. A avaliação de que houve um golpe político em 2016 e de que estamos vivendo um estado de exceção disfarçado de legalidade foi aprovada em dois Congressos Nacionais: em Goiânia, em 2016, e em Vitória em dezembro de 2017.
É justamente em respeito às decisões da categoria que a FENAJ mais uma vez tornou pública a avaliação de que a democracia brasileira – jovem e frágil – está em perigo. E a FENAJ não está sozinha nessa avaliação; está ladeada por dezenas de entidades de defesa dos direitos humanos, no Brasil e no mundo, por centenas de juristas com reconhecimento internacional e também por veículos de comunicação, como o jornal estadunidense The New York Times, que na edição do dia 23 apontou, em editorial, que a democracia brasileira está à beira do abismo.
Mais do que uma entidade de classe, a FENAJ é conhecida e respeitada como uma entidade que advoga em favor das liberdades e da democracia, por entender que esse é o papel dos jornalistas no desempenho de sua importante missão social.
Quanto à crítica generalizada em relação à atuação da FENAJ em defesa da categoria, quem conhece a dinâmica da entidade sabe que, por ser uma Federação de sindicatos, ela tem que respeitar as várias e diversas manifestações dos 31 sindicatos filiados, que atuam diretamente na defesa dos jornalistas em todo o país. Essa riqueza de debates e de ações está presente nas mais diversas atividades da Federação, em sua atuação nacional e internacional.
Para citar apenas um exemplo, a FENAJ divulgou, no último dia 18 de janeiro, o Relatório da Violência contra os jornalistas e a Liberdade de Imprensa no Brasil, um levantamento minucioso dos casos de agressões contra jornalistas ocorridas em 2017. Publicado anualmente, o relatório mostra a preocupação da Federação e acompanhamento que faz na defesa dos jornalistas, das suas condições de trabalho e de salário e do direito a um trabalho digno, que deve ser realizado com independência, ética e responsabilidade.
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