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Professora Simone Maulaz Elteto se emocionou ao contar, em entrevista ao Fantástico, como convenceu aluno a parar de atirar | Reprodução Rede Globo
Professora Simone Maulaz Elteto se emocionou ao contar, em entrevista ao Fantástico, como convenceu aluno a parar de atirar| Foto: Reprodução Rede Globo

A professora Simone Maulaz Elteto, coordenadora do colégio onde um estudante de 14 anos abriu fogo contra colegas, em Goiânia (GO), na sexta-feira (20), emocionou o país com seu gesto de coragem. Ela conseguiu convencer o jovem, mesmo com uma arma apontada para ela, a parar de atirar. “Me aproximei dele, não tive medo, coloquei a mão no ombro dele e perguntei: ‘O que houve, tá tudo bem?”, contou Simone, em entrevista ao Fantástico neste domingo (22)

Dois alunos morreram e outros quatro ficaram feridos durante o ataque – número que poderia ter sido maior caso Simone não tivesse conseguido fazer o adolescente travar a arma. A professora, até então anônima, atua há 17 anos na escola onde a tragédia ocorreu. Ela disse que conseguiu estabelecer um diálogo com o aluno transtornado em função do que o colégio já trabalha no dia a dia com eles. “Tive a certeza, por ter esse diálogo aberto com alunos, que iria conseguir fazer que ele escutasse”. 

Conheça outras cinco histórias de anônimos que se tornaram heróis em situações de tensão no Brasil: 

1 – O mendigo que se arriscou para salvar refém na Sé 

Era 2015 e uma cena improvável tomou conta do Centro de São Paulo. Um homem que fugia da polícia entrou na Catedral da Sé e fez refém uma mulher que rezava um terço. Ele a levou para a escadaria da igreja, agarrado no pescoço dela. O morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, 61 anos, viu a situação e foi em direção ao topo da escadaria. Francisco se jogou contra o bandido. Ele conseguiu empurrar o suspeito e liberar a vítima, mas acabou baleado e morto. O bandido também morreu após ser baleado pela polícia. 

 2 – 500 picadas de abelhas para proteger o pai 

Um homem de 54 anos levou mais de 500 picadas de abelhas para proteger o pai, de 86 anos, em Cianorte, no interior do Paraná. Os dois estavam na varanda da casa deles quando foram atacados por um enxame. Paulo Libário Bastos se jogou sobre o pai para evitar que as abelhas ferissem o idoso. Os dois foram socorridos pelo Samu. Paulo, no entanto, acabou falecendo após dez dias de internação. 

3 – Amamentando crianças desconhecidas 

A empregada doméstica Janaína Miranda, de 22 anos, morava ao lado de uma favela que pegou fogo em São Paulo, em 2009. Ela já tinha passado pelo trauma de um incêndio quando criança e decidiu ir até o local ajudar os moradores. Chegando lá, se deparou com um bebê de seis meses, a menina Beatriz, que estava sem a mãe e chorava de fome. “Ela só parou de chorar quando eu coloquei o peito na boca dela”, contou Janaína, na época, ao G1. Outros bebês que estavam esperando pelos pais nos barracos, no meio do incêndio, também foram amamentados por ela. “Dei de mamar para cinco ou seis crianças, não me lembro bem”. A doméstica acabou se atrasando para o trabalho naquele dia e foi demitida. Mas disse não se arrepender. “Eu me senti a pessoa mais importante do mundo nos poucos momentos que fiquei com eles”. 

4 – 90% do corpo queimado ao salvar alunos

No início de outubro deste ano, a professora Helley de Abreu Silva Batista, 43 anos, morreu durante o incêndio na creche Gente Inocente, em Janaúba, Minas Gerais, após ajudar a salvar boa parte dos alunos. A professora, mesmo com o próprio corpo em chamas, tirava alunos pela janela, já que a porta da creche havia sido trancada pelo vigia Damião Soares Santos, autor do incêndio. Helley chegou a lutar com Damião para impedir que ele jogasse álcool nas crianças. Ela teve 90% do corpo queimado e duas paradas cardíacas antes de falecer.

O presidente Michel Temer concedeu à professora a Ordem Nacional do Mérito pelo exemplo de dedicação da professora. Ao todo, dez pessoas morreram no incêndio em Janaúba.

5 - Vizinho tenta ajudar com vazamento de gás

Um morador de Curitiba também morreu após tentar ajudar pessoas que estavam dentro de uma creche. O caso ocorreu em 2013, no bairro Pilarzinho. Antônio Eduardo Marcondes, de 32 anos, morava ao lado da instituição, e foi até lá para ajudar as cozinheiras a conterem um vazamento de gás. Houve, no entanto, uma explosão e o vizinho sofreu queimaduras de terceiro grau. Nenhuma criança ficou ferida.

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