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Para um contribuinte solteiro que recebe US$50 mil ao ano, a reforma permitirá que ele consiga guardar US$50 a mais por semana – mais de US$2.500 extra em um ano | Pixabay
Para um contribuinte solteiro que recebe US$50 mil ao ano, a reforma permitirá que ele consiga guardar US$50 a mais por semana – mais de US$2.500 extra em um ano| Foto: Pixabay

Para uma nação acostumada à gratificação instantânea, a aprovação da lei que diminuiu impostos (Tax Cuts and Jobs Act) foi uma vitória.  

Antes mesmo de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter sancionado a lei, empresas já estavam anunciando aumentos salariais, abonos e aumentos nos investimentos para ampliar seus negócios e trazer operações de volta de outros países. 

Uma das primeiras a fazer isso foi a AT&T, que anunciou que daria abonos de US$1.000,00 a mais de 200 mil funcionários em cargos não gerenciais e faria um investimento adicional de US$1 bilhão nos Estados Unidos. A Boeing investiu US$100 milhões em treinamento, formação e outras despesas para o desenvolvimento de sua força de trabalho. O Walmart estendeu as licenças maternidade e paternidade de seus funcionários e elevou seu salário inicial para US$11 a hora. 

Em janeiro, o lugar mais feliz do mundo ficou um pouco mais feliz ainda quando a Walt Disney Co. anunciou que investiria US$50 milhões em um programa educacional que cobre custos educacionais para funcionários horistas e que distribuiria abonos de US$1.000 para mais de 125 mil funcionários.  

Centenas de empresas menores e locais também aderiram à onda. A Copperleaf Assisted Living, sediada no Wisconsin, distribuiu US$60 mil em abonos – tudo o que a empresa poupou com a reforma tributária. A vinícola de propriedade familiar Jordan, em Sonoma County, Califórnia, anunciou que daria abonos de US$1.000 a funcionários. 

“Em um mercado de trabalho que está mais ativo, é mais importante que nunca que os funcionários se sintam reconhecidos e valorizados”, disse o proprietário da vinícola, John Jordan. “O salário líquido da maioria dos trabalhadores americanos vai subir em 2018, mas para que esperar?” 

 E isso foi apenas o começo. Milhões de contribuintes agora estão desfrutando um aumento em seus salários líquidos. 

A nova lei tributária reduziu as alíquotas e elevou os valores de isenção da maioria delas. Graças a isso, 90% dos americanos vão poder guardar uma parte maior do que recebem, segundo o Departamento do Tesouro. Para um contribuinte solteiro que recebe US$50 mil ao ano, isso se traduz em US$50 a mais por semana – mais de US$2.500 extra em um ano.

Ademais, ao quase dobrar a parcela do salário anual que é isenta de imposto – que agora é de US$12 mil para contribuintes individuais e US$24 mil para os casados -, a lei ampliou a chamada “alíquota zero”. Para muitos contribuintes, isso elimina o processo trabalhoso e às vezes complicado de listar as deduções item por item, representando um passo gigantesco em direção a um sistema tributário mais simples e mais justo.

Propostas e sabotagem

A líder da minoria democrata na Câmara de Deputados, Nancy Pelosi, descreveu os benefícios da reforma tributária como “insignificantes” e, falando como Maria Antonieta, disse que são “meras migalhas”. Mas os americanos comuns têm opinião diferente. Mais de metade dos entrevistados em pesquisa do “New York Times” se disse a favor da nova lei.  

E essa parcela vai crescer com certeza, desde que o Congresso não sabote nossa redução tributária recente, voltando a fazer o que sempre fazem. 

Entre as propostas mal pensadas que estão sendo debatidas no momento está a oferta de incentivos fiscais no valor de US$11,3 bilhões a interesses especiais com vínculos políticos. A reforma tributária foi promovida em grande parte com o objetivo de desligar a economia dos interesses políticos e acabar com os benefícios dados a algumas poucas indústrias poderosas às expensas dos contribuintes. Aprovar incentivos fiscais generosos para setores seletos, como proprietários de cavalos de corrida, produtores de rum porto-riquenho ou empresas de energia verde, constituiria um retrocesso gigantesco. 

Outro perigo é o aumento de US$0,25 por galão no imposto sobre a gasolina, que está sendo proposto por alguns parlamentares com a finalidade de ajudar a pagar por um plano de modernização da infraestrutura que custará US$1,5 trilhão. Isso quase dobraria o imposto federal sobre o combustível e custaria à família mediana algo como US$300 por ano, tirando dela boa parte das economias possibilitadas pela reforma tributária. 

O pior é que elevar o imposto sobre a gasolina é desnecessário. No momento, uma parte importante das verbas federais para os transportes que se destinariam a rodovias e pontes está sendo desviada para pagar por coisas como ciclovias e calçadões.  Se acabarmos com essa prática, fizermos uso mais inteligente do dinheiro e eliminarmos regulação cara e restritiva, será possível poupar o suficiente para pagar por grandes obras envolvendo pontes e rodovias em todo o país.

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Otimismo

Se o Congresso conseguir evitar essas tentações, teremos crescimento econômico monumental no horizonte. 

A redução dos impostos sobre as empresas deixou nosso país mais competitivo globalmente, e muitas empresas agora estão optando por permanecer nos EUA, em lugar de se refugiarem em paraísos fiscais como Bermuda e Irlanda. O diretor do Federal Reserve, Jerome Powell, disse recentemente ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara que “as perspectivas econômicas continuam positivas”.  

O otimismo dos pequenos empresários chegou a um dos patamares mais altos da história, e no ano passado os salários subiram mais do que em qualquer ano desde 2009, tendência prevista para continuar este ano graças à reforma tributária. 

O tão esperado aumento salarial dos americanos chegou com tudo. Esperemos que o Congresso o deixe ficar. 

*Mary Kate Hopkins é diretora de assuntos federais da Americans for Prosperity.

Traduzido por Clara Allain

©2018 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

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