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Será esta a última vez que vamos comemorar o Dia de Colombo?

Uma série de cidades americanas decidiu eliminar o feriado do calendário e substituí-lo pelo “Dia dos Povos Indígenas”. 

Cristóvão Colombo, o explorador italiano a quem é atribuída a descoberta da América, e seu legado, estão sob ataque cerrado, figurativa e, cada vez mais, literalmente. 

Vários monumentos a Colombo em todo o país foram atacados e depredados. A grande estátua de Colombo no Columbus Circle, em Nova York, agora tem que ser guardada 24 horas por dia, depois de o prefeito Bill de Blasio tê-la incluído na lista de uma comissão encarregada de rever memoriais ditos “ofensivos”. 

E, segundo a organização de observação Far Left Watch, o Antifa e outros grupos de esquerda pretendiam depredar e atacar estátuas de Colombo em todo o país no Dia de Colombo (8 de outubro). 

É lamentável vermos uma figura antes unificadora – representante da coragem e do otimismo americanos e até dos imigrantes – de repente virar alvo de possível destruição. Devemos a Colombo e a nós mesmos sermos mais respeitosos com o homem que possibilitou a existência de nosso país 

Antes reverenciado, hoje vilipendiado 

Alguns historiadores e ativistas começaram a atacar o legado de Colombo no final do século 20. Eles articularam uma nova narrativa de Colombo, retratando-o como saqueador voraz e maníaco genocida. 

O historiador de extrema esquerda Howard Zinn, em especial, exerceu impacto enorme para mudar a visão de uma geração de americanos em relação ao legado de Colombo. Zinn não apenas vilipendiou Colombo como criticou a migração maior do Velho Mundo para o novo mundo que Colombo abriu. 

Não foi apenas Cristóvão Colombo que foi um monstro, segundo Zinn – foi todo o éthos que impulsionou a civilização que acabou se desenvolvendo na esteira de sua descoberta: os Estados Unidos. 

“Por trás da invasão inglesa da América do Norte”, escreveu Zinn, “por trás de seu massacre dos indígenas, de sua enganação, sua brutalidade, estava aquele impulso motivador especial e poderoso nascido em civilizações baseadas no lucro particular.” 

A verdade é que Colombo partiu em direção ao Novo Mundo pensando que levaria o cristianismo para regiões onde ele não existia. Embora Colombo, e com certeza seus benfeitores espanhóis, tivessem interesse nas mercadorias e no ouro que ele pudesse levar de volta do que eles imaginavam que seria a Ásia, a motivação primordial do explorador foi religiosa. 

“Essa convicção de que Deus o destinara a ser um instrumento da difusão da fé era muito mais potente que o desejo de angariar glória, riqueza e honras mundanas”, escreveu o historiador Samuel Eliot Morison mais de meio século atrás. 

Na realidade, como observou a historiadora contemporânea Carol Delaney, mesmo o dinheiro que Colombo buscava seria destinado primeiramente a finalidades religiosas. Delaney disse em entrevista à ordem de cavalaria católica Cavaleiros de Colombo: 

Todo o mundo sabe que Colombo estava tentando encontrar ouro, mas as pessoas não sabem para que serviria o ouro: financiar uma cruzada para retomar Jerusalém dos muçulmanos antes do fim do mundo. Muitas pessoas na época pensavam que o apocalipse estava se aproximando, devido a todos os sinais: a peste, fome generalizada, terremotos e assim por diante. E acreditava-se que antes do fim do mundo Jerusalém precisava estar em mãos cristãs outra vez, para que Cristo pudesse retornar para o julgamento final. 

Os críticos de Colombo não se limitam a acusá-lo de cobiça. Uma das maiores acusações feitas a Colombo é que ele teria travado uma guerra genocida e praticado atos de crueldade contra povos indígenas da América. 

Mas historiadores como Delaney desmentiram essas alegações. 

Em vez de ser cruel, Colombo geralmente foi benigno em suas interações com as populações indígenas. Nos casos em que ocorreram privações, Colombo castigou prontamente aqueles sob seu comando que cometeram atos injustos contra populações locais. 

“Colombo proibia seus homens de cometer atos como saques ou estupros e os mandava, em vez disso, tratar os indígenas com respeito”, disse Delaney. “Há muitos exemplos em seus escritos em que ele deu instruções nesse sentido. Na maioria das vezes em que ocorreram injustiças, Colombo nem sequer estava presente. Doenças terríveis foram transmitidas aos indígenas, mas não se pode atribuir a culpa disso a Colombo.” 

Colombo certamente não foi um homem livre de falhas ou atitudes que seriam inaceitáveis hoje. 

Mas, mesmo sendo um homem de uma época passada em que a violência e a crueldade entre sociedades e povos diferentes frequentemente eram comuns, Colombo não praticou os atos de selvageria atribuídos a ele. 

Como os americanos enxergavam Colombo no passado 

Durante boa parte dos séculos 18 e 19, a maioria dos americanos aprendeu na escola sobre a descoberta do Novo Mundo por Colombo. 

“Em 1492, Colombo navegou o mar azul...”, dizia um poema popular sobre o explorador italiano que navegou sob a bandeira espanhola. Houve época em que os americanos se maravilhavam com o que lhes parecia uma viagem de bravura inacreditável, atravessando mares desconhecidos armado apenas com os instrumentos e mapas limitados do século 15. 

É difícil para nós, no século 21, imaginar o que Colombo enfrentou quando atravessou o Atlântico em busca do que pensava que seria uma rota para a Ásia. Os perigos e dificuldades eram imensos. Se algo desse errado, não haveria nada exceto esperança, orações e um pouco de coragem para salvar sua flotilha. 

A maioria das pessoas, mesmo na década de 1490, já sabia que a Terra é redonda. Mesmo assim, Colombo fez uma descoberta que transformaria a história mundial. 

O mundo era um lugar muito maior do que se imaginava, e, embora o próprio Colombo nunca tivesse se dado conta da importância do que descobriu, ele abriu um novo mundo que um dia viria a ser a vanguarda da civilização humana. 

Esse é o homem e essa é a história que gerações anteriores de americanos aprenderam a respeitar e admirar. 

Infelizmente, a caricatura de Cristóvão Colombo e da civilização americana feita por Zinn e outros ganhou a adesão de muitos, e, numa era em que radicais e ativistas vasculham o país à procura de estátuas problemáticas para destruir, Colombo é um dos grandes alvos. 

O Ku Klux Klan promoveu um discurso anti-Colombo 

Boa parte do discurso moderno em relação a Colombo espelha ataques feitos a ele no século 19 por grupos anticatólicos e anti-italianos como o Ku Klux Klan. 

Na realidade, o Dia de Colombo virou um feriado comemorado em todo o país após um linchamento em massa de italianos em Nova Orleans – o maior incidente de linchamento na história americana. 

Em 1892, o quadricentenário da viagem de Colombo, o presidente Benjamin Harrison pediu uma comemoração nacional de Colombo e suas conquistas. Os americanos festejaram Colombo patrioticamente e ergueram muitas estátuas em sua homenagem. 

A apreciação de Colombo pelos americanos cresceu, mas alguns setores não gostaram do fato. 

Como observa o site pró-Colombo The Truth About Columbus, o Ku Klux Klan fez o que pôde para impedir as comemorações do Dia de Colombo, destruir estátuas e reverter a influência crescente da figura dele sobre a cultura americana. 

Segundo o The Truth About Columbus, na década de 1920 o KKK “tentou revogar o status de feriado estadual do Dia de Colombo no Oregon”, incendiou uma cruz “para perturbar uma comemoração do Dia de Colombo na Pensilvânia” e “se opôs à colocação de uma estátua de Colombo em Richmond, Virgínia, embora a decisão de rejeitar a estátua tenha sido revertida”. 

As tentativas de sufocar Colombo fracassaram, mas ressurgiram em nosso tempo com as ações de grupos de extrema esquerda que querem ver seu legado enterrado e diminuído para sempre. 

Isso seria uma perda trágica para nossa geração e as gerações futuras. 

A coragem e ousadia que Colombo demonstrou no caminho que o levou à América foram inerentes ao DNA cultural americano desde o início. 

Talvez nunca tenhamos a classe, o gosto e a sofisticação da elite do Velho Mundo. Mas o que possuímos, sim, é respeito pelas virtudes simples da força, ousadia e disposição de nos aventurarmos e corrermos riscos para conquistar um futuro melhor do que aqueles que nos antecederam. 

Somos uma civilização que admira aqueles que ampliam os limites da fronteira, que não aceitam simplesmente aquilo que existe, mas querem algo mais. O espírito que nos impeliu para o oeste e a modernidade, que nos levou até a Lua, é o que festejamos em homens como Cristóvão Colombo. 

O presidente Ronald Reagan exprimiu isso da melhor maneira em uma homenagem ao Dia de Colombo: 

Colombo foi admirado justamente como navegador brilhante, destemido homem de ação, visionário que abriu os olhos de um mundo mais velho para outro inteiramente novo. Ele encarna, sobretudo, uma visão de mundo que muitos enxergam como quintessencialmente americana: uma visão não apenas otimista, mas que rejeita a simples noção da desesperança. 

Quando perdemos essas coisas, quando deixamos de ter a capacidade de festejar homens como Colombo, por mais imperfeitos eles às vezes tenham sido, perderemos aquilo que nos tornou grandes e nos fez singulares. 

Jarrett Stepman é editor do “The Daily Signal”.

Tradução de Clara Allain

Conteúdo publicado originalmente no Daily Signal

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Publicado por Ideias em Domingo, 24 de setembro de 2017
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