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Exposição Queermuseu entrou em cartaz no dia 18 de agosto no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre | Fredy Vieira/ Santander Cultural
Exposição Queermuseu entrou em cartaz no dia 18 de agosto no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre| Foto: Fredy Vieira/ Santander Cultural

Cancelada pelo Santander Cultural após protestos em redes sociais, a exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, realizada em Porto Alegre, fez parte da programação escolar de estudantes da capital gaúcha mesmo trazendo imagens que fazem referência à pornografia, zoofilia e ao desrespeito de símbolos do catolicismo. Embora o Santander Cultural não tenha um levantamento sobre quantas escolas levaram alunos para ver as obras, o próprio projeto da mostra estabelecia ações voltadas a esse fim. 

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Uma das medidas destinadas ao público estudantil em relação à Queermuseu foi a impressão de folders explicativos, de 24 páginas, contendo textos sobre os quadros. A tiragem prevista foi de 15 mil exemplares. Também estavam previstas impressões de mil unidades de um material chamado de Caderno do Professor, destinado a docentes que acompanhassem os estudantes no centro cultural. 

O catálogo da exposição, por sua vez, deveria ter 2 mil impressões, sendo que 200 seriam enviadas à população de baixa renda através da distribuição em escolas da rede pública que visitassem a exposição. O material também já teria sido enviado a bibliotecas, museus e ao Ministério da Cultura. 

A exposição ficou por quase um mês em cartaz. A previsão inicial era de que a visitação pudesse ocorrer até 8 de outubro. Não havia classificação etária mínima para ver as obras.

Protesto 

Um protesto pela defesa da liberdade de expressão artística e a manutenção da exposição deve ocorrer nesta terça-feira (12), em frente ao Santander Cultural, em Porto Alegre. “Repudiamos os ataques conservadores e fundamentalistas e suas acusações falsas e infundadas. Repudiamos também a decisão do Santander Cultural de encerrar prematuramente a exposição, recuando diante das manifestações fascistas de ódio e preconceito”, afirmam os organizadores, na página do evento, no Facebook

Até o início da tarde desta segunda (11), o evento já tinha 4,8 mil interessados e 3,6 mil confirmações de presença. Entre os grupos que estão na organização do ato estão o Comitê em Defesa da Democracia de do Estado Democrático de Direito e o Nuances – Grupo pela Livre Expressão Sexual.

Explicação aos clientes

Depois da polêmica envolvendo a mostra, o banco Santander passou a emitir uma nota aos clientes, explicando o ocorrido. No texto, a instituição afirma reconhecer que, além de despertar a polêmica saudável e o debate sobre grandes questões do mundo atual, a mostra foi considerada ofensiva por algumas pessoas e grupos. O Santander também pediu desculpas a todos os que “enxergaram desrespeito a símbolos e crenças na exposição Queermuseu”. 

“Isso não faz parte de nossa visão de mundo, nem dos valores que pregamos. Por esse motivo, decidimos encerrar antecipadamente a mostra neste domingo, 10/09. O Santander Cultural tem como missão incentivar as artes e dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros, para gerar reflexão positiva. Se esse objetivo não foi atingido, temos o dever de procurar novas e diferentes abordagens. Seguimos, portanto, comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e inclusão, entre outros grandes temas contemporâneos”, afirma o Santander no comunicado.

Devolução

Na noite desta segunda-feira (11), o banco multinacional Santander afirmou que vai devolver todo o dinheiro captado por meio de renúncia fiscal para a exposição Queer Museu, R$ 800 mil, à Receita Federal, de acordo com reportagem do jornal O Globo.

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