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Movimentação em Nova York após ataque terrorista contra ciclistas e pedestres nesta terça-feira | DON EMMERT/AFP
Movimentação em Nova York após ataque terrorista contra ciclistas e pedestres nesta terça-feira| Foto: DON EMMERT/AFP

ataque terrorista registrado em Nova York nesta terça-feira (31) foi a gota d’água para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciasse a intenção de tornar ainda mais rígida a entrada de imigrantes no país. Trump fez uma crítica expressa ao Programa de Loteria da Diversidade – sistema que pode ter permitido que o uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos, entrasse em solo americano em 2010. Saipov avançou a caminhonete que dirigia sobre ciclistas e pedestres nesta quarta, deixando oito mortos e pelo menos 11 feridos, perto de onde ficavam as Torres Gêmeas. 

“Não queremos loterias, queremos um sistema baseado em mérito. É uma piada o que temos agora”, disse o presidente, em discurso na Casa Branca. “Precisamos ser menos politicamente corretos. Temos de fazer tudo para proteger nossos cidadãos”, enfatizou. 

Leia também: Atentado em NY: quem é o homem que atropelou e matou ciclistas e pedestres

As autoridades americanas ainda não confirmaram oficialmente se Saipov foi um dos beneficiados pelo programa em questão. Mesmo assim, Trump quer revogar o “Loteria da Diversidade”.  

Este tipo de visto foi criado em 1995, ainda na administração de George W. Bush, e também é conhecido como “loteria do Green Card”. Na prática, o sistema funciona como uma “loteria” de permissões de entrada, instituída para ampliar a diversidade da população americana, em especial com imigrantes de países com baixas taxas de imigração nos Estados Unidos. 

O senador Chuck Schumer, líder democrata no Congresso, é apontado como o cérebro por trás do programa, porque foi quem apresentou o projeto de lei. A proposta, quando passou no Senado, obteve apoio democrata e republicano, como parte da então Lei de Imigração de 1990. 

O programa passou a ser online em 2003.

Em 2013, uma proposta foi apresentada no Senado para eliminar o Programa da Loteria da Diversidade. No entanto, o projeto morreu na Casa. 

55 mil vistos por ano 

Através do programa, aproximadamente 55 mil vistos são oferecidos anualmente para imigrantes de países com taxa de imigração relativamente baixa nos últimos cinco anos. O número corresponde a menos de 1% dos que submetem inscrições. A maioria dos vistos é concedida para pessoas de nações africanas. 

Os candidatos precisam ter o equivalente a ensino médio ou dois anos de experiência em uma ocupação que demande treinamento formal, dentro de cinco anos da data do requerimento. É necessário não ter condição de inadmissibilidade, como conexões terroristas. Quem atende os requisitos de elegibilidade é selecionado aleatoriamente, por uma espécie de sorteio no computador. Os vistos são distribuídos por regiões: África, Ásia, Europa, América do Norte, Oceania e América do Sul, México, América Central e Caribe. 

Os vencedores podem levar cônjuges e filhos para ter residência permanente nos Estados Unidos. Após a aprovação, é estabelecido um prazo de seis meses para mudança definitiva.

De acordo com a CNN, a maioria dos candidatos da “loteria do Green Card” vive fora dos Estados Unidos, mas alguns estão no país legalmente, vivendo com outros tipos de vistos.  

Nem todos os vencedores, no entanto, chegam a aproveitar o benefício. Segundo o jornal The Washington Post, é comum que alguns não apareçam, não consigam apresentar a documentação exigida ou falhem em entrevistas em embaixadas ou consulados. 

Imigração por mérito 

O programa de vistos de diversidade tem sido alvo de muitos conservadores há anos, com a legislação de apoio da Trump para eliminá-lo em favor de um sistema de imigração "baseado em mérito". Associar o ataque de Nova York com a loteria de vistos de diversidade, portanto, tem um duplo propósito: avançar a agenda de lei de imigração e criticar Schumer. 

Para Sebastian Gorka, ex-assessor de Trump conhecido por suas visões anti-imigração, era uma corda suficiente para conectar o líder da minoria a Saipov, o atropelador de Nova York. 

Schumer, por sua vez, rebateu os tweets do presidente dizendo que "em vez de dividir o povo e politizar" a questão, ele deveria "fazer alguma coisa" e não cortar verbas para prevenção e combate ao terror.

Atentado em NY: quem é o homem que atropelou e matou ciclistas e pedestres //bit.ly/2hu70om

Publicado por Ideias em Quarta-feira, 1 de novembro de 2017
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