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Publicitária Ana Miraglia, 22 anos: construir paredes pode ser positivo | Divulgação
Publicitária Ana Miraglia, 22 anos: construir paredes pode ser positivo| Foto: Divulgação

Aos 22 anos, a publicitária curitibana Ana Miraglia soube unir, com sucesso, dois grandes fatos a favor de uma causa humanitária. Ela usou uma das maiores polêmicas do governo Donald Trump - a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México - para arrecadar fundos para ajudar vítimas do terremoto que deixou mais de 300 mortos no país latino, na terça-feira (19). Um financiamento coletivo, divulgado pelo #Buildthewalls, a campanha de Ana, já arrecadou US$ 933 mil em cinco dias. A meta é alcançar os US$ 2,5 milhões, mostrando que, construir muros e paredes não significa necessariamente separar pessoas. A ação pode representar também refazer áreas afetadas por tremores de terra.

No dia do abalo, o presidente norte-americano Donald Trump publicou no Twitter: “Deus abençoe os moradores da Cidade do México. Nós estamos com vocês”. Foi então que Ana, morando em Nova York, se sentiu motivada a agir em relação à tragédia. “Construir paredes também pode ser positivo”, considerou a publicitária, ao se lembrar da promessa anti-imigração de Trump, durante a campanha para presidente. A jovem avaliou então que não seria nada mal usar um tema que costuma gerar tanta atenção da mídia para tentar fazer algo relevante.

Na prática, a campanha criada por Ana, com apoio dos amigos Júlia Ledur e Lucas Cruz, ajuda a divulgar o projeto Mexico Earthquake Relief Fund (Fundo de Socorro do Terremoto no México), criado pela plataforma Global Giving. A ação arrecada fundos que proporcionam aos sobreviventes recursos como alimentos, abrigo e remédios. Assim que os trabalhos de ajuda inicial forem concluídos, o valor restante será investido para apoiar a reconstrução do país a longo prazo. “É um desafio, mas que dá para correr atrás”, comenta Ana. 

Os interessados em colaborar podem fazer isso de duas formas: através de uma doação única ou mensal. O valor mínimo indicado é de US$ 15. A adesão tem sido bastante positiva. “As pessoas têm se identificado e solidarizado com a causa”, assinala a publicitária.

Além do discurso de Trump, o projeto The Refugee Nation ajudou a inspirar Ana a criar o #Buildthewalls. Também desenvolvida por brasileiros nos Estados Unidos, a iniciativa chama a atenção para o problema da crise imigratória. Uma das ações do grupo foi criar símbolos que representassem os refugiados durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro.

Apesar de nunca ter ido ao México ou ter realizado campanhas deste tipo antes, a jovem acredita que é cada vez mais possível promover ações sem muita produção ou recursos iniciais. “Não é necessário tanto dinheiro, tanta coisa. Quando a proposta é boa as pessoas acabam compartilhando. A causa também importa, mas essas mensagens poderosas podem meio que caminhar sozinhas”, defende.

Colaborou: Isabelle Barone

 

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