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Eduardo Gianetti: “Brasília demais e Brasil de menos”. | Tiago Trindade/Divulgação
Eduardo Gianetti: “Brasília demais e Brasil de menos”.| Foto: Tiago Trindade/Divulgação

Eduardo Giannetti é formado em Economia e em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, doutor em Economia pela Universidade de Cambridge (Inglaterra), professor e escritor. Foi assessor econômico da campanha presidencial da ex-senadora Marina Silva (Rede) em 2014.

No Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, falou com a Gazeta do Povo e defendeu as reformas da Previdência e trabalhista e criticou o federalismo: definiu democracia como “dar poder ao governo local” e foi aplaudido com entusiasmo ao afirmar que temos “Brasília demais e Brasil de menos”.

Como identifica a situação fiscal do Brasil?

É o mais importante fato estrutural hoje da economia e da sociedade brasileira. O Estado brasileiro arrecada anualmente 35% do PIB — esse é o tamanho da nossa carga tributária bruta, de União, estados e municípios. E o Estado brasileiro gasta, nos últimos anos, algo em torno de 9 a 10% a mais do que arrecada. Ou seja, 45%, da renda brasileira é intermediada pelo setor público.

Isso influi na capacidade de investimento?

O mais estarrecedor é que a capacidade de investimento do setor público é ínfima, com média de 2,5% ao ano. E talvez o mais espantoso é que as políticas públicas em áreas como educação, saúde, segurança e saneamento são simplesmente deploráveis. É um quadro de drenagem em alta escala do setor privado que se transforma em gastos correntes no setor público, e não se transforma em formação de capital físico e humano.

Qual o papel da Previdência nesse cenário?

20% do PIB vai para a Previdência e para o pagamento de juros. Somos um país jovem, mas já temos um gasto previdenciário de países demograficamente maduros. Estamos em um caminho inviável. Não há dúvidas sobre o imperativo da reforma previdenciária.

O que considera como prioridade para a economia do país neste momento?

É fundamental abrirmos a economia e agir com muito mais contundência nos mercados externos com acordos de liberdade de comércio para que as multinacionais permaneçam no Brasil e integrem à sua produção cadeias de agregação de valor em escala econômica.

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