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Atriz de “True Lies” e “Buffy, a Caça-Vampira”, Eliza Dushku. | Arquivo pessoalReprodução/Facebook
Atriz de “True Lies” e “Buffy, a Caça-Vampira”, Eliza Dushku.| Foto: Arquivo pessoalReprodução/Facebook

“Quando eu tinha 12 anos, enquanto filmava “True Lies”, fui molestada sexualmente por Joel Kramer, um dos principais coordenadores de dublês de Hollywood”, revelou a atriz Eliza Dushku (das séries “Buffy, a Caça-Vampiros”, “Angels”, “Tru Calling” e “Dollhouse”). 

Em um depoimento perturbador que fez em seu perfil do Facebook neste sábado (13), a atriz de Hollywood contou que só agora, após toda a repercussão dos casos de assédio sexual na indústria cinematográfica, teve coragem de levar a público a sua história. “A crescente lista de vítimas de abusos e assédios sexuais que contaram sobre suas verdades finalmente me deram a coragem de me expressar”, escreveu.

Dushku também alegou que Kramer, então com 36 anos, fez com que ela se machucasse no set de filmagens como uma retaliação por ela ter contado o caso para uma amiga na época. Segundo o Washington Post, Kramer negou as acusações e disse que o relato é uma mentira. “Estas são mentiras manipuladas e sem cabimento”, afirmou Kramer para o site Deadline. “Eu nunca a molestei. ...Eu acho que ela está inventando isso em sua imaginação”. 

O diretor do filme “True Lies”, James Cameron, disse que não sabia o que havia acontecido com Dushku. “Se eu soubesse disso, não haveria misericórdia”, afirmou durante uma sessão com críticos de TV neste sábado. “Agora, principalmente porque tenho filhas, não há misericórdia”. Cameron também elogiou a atriz pela coragem de levar sua história a público. 

O relato

Com este relato, Dushku se junta a uma crescente lista de pessoas que alegam terem sofrido abuso ou assédio sexual após o escândalo do famoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein, que desencadeou o movimento #MeeToo nas redes sociais. 

Na postagem, a atriz alega que Kramer a atraiu para seu quarto de hotel, ficou nu em sua frente (coberto apenas por uma toalha de rosto), a deitou na cama e esfregou o seu corpo contra o dela. Ela também contou que ele a chamava de “jailbait” (“chave de cadeia”), que é uma gíria que indica que uma pessoa não tem idade para ter relações sexuais, mas que mesmo assim, algum maior de idade pode achá-la sexualmente atrativa.

“Eu lembro, tão claramente 25 anos depois, como Joel Kramer fez eu me sentir especial, como ele metodicamente conquistou a minha confiança e a dos meus pais, me preparando por meses; exatamente como ele me atraiu para seu quarto de hotel em Miami prometendo aos meus pais que ele me levaria para nadar na piscina do hotel e para comer sushi pela primeira vez. …Eu lembro como ele me deitou na cama, me enrolou com seu corpo gigante e contorcido e se esfregou em mim. Ele disse essas palavras: ‘Você não vai dormir agora, docinho, pare de fingir que você está dormindo’, enquanto ele se esfregava com mais força e mais rápido contra meu corpo catatônico. Quando ele ‘terminou’, ele sugeriu, ‘eu acho que nós deveríamos ser cuidadosos…’, [sobre contar a alguém] ele quis dizer. Eu tinha 12, ele, 36”.

Quando ela contou o que havia acontecido a uma amiga adulta, que confrontou Kramer, Dushku disse que teve as costelas quebradas “sem a mínima coincidência” em uma cena de ação que deu errado. “Kramer era responsável pela minha segurança durante as filmagens”, ela lembrou. 

Dushki afirma que, na época, contou aos seus pais, a um irmão mais velho e outros dois adultos o que havia ocorrido, mas que eles “não estavam prontos para lidar com este tabu”. 

Sue Booth-Forbes, que era a guardiã legal de Dushku’s no set de filmagens de “True Lies” declarou que a atriz está falando a verdade e que falhou em protegê-la. “Eu informei sobre o comportamento sexual inapropriado de Joel Kramer com a Eliza para uma pessoa em autoridade. Me deparei com olhares vagos e tive a sensação de que o que eu estava falando àquela pessoa não era nada que ela já não soubesse”, disse a guardiã ao Deadline, sem identificar quem era o responsável em questão.

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