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Moon Jae-In, presidente eleito da Coreia do Sul, foi soldado das forças especiais do país, ativista pró-democracia e advogado de causas humanitárias | JUNG YEON-JEAFP
Moon Jae-In, presidente eleito da Coreia do Sul, foi soldado das forças especiais do país, ativista pró-democracia e advogado de causas humanitárias| Foto: JUNG YEON-JEAFP

Moon Jae-In, veterano da luta pelos direitos humanos e favorável a uma aproximação com a Coreia do Norte, venceu nesta terça-feira (09) com folga a eleição presidencial na Coreia do Sul. 

Moon, grande favorito nas pesquisas e candidato do Partido Democrático, de centro-esquerda, obteve 41,4% dos votos, de acordo com uma pesquisa de três canais de televisão. 

O conservador Hong Joon-Pyo ficou muito atrás, com 23,3% dos votos, seguido pelo centrista Ahn Cheol-Soo (21,8%). 

As eleições aconteceram em um clima político marcado pelo escândalo de corrupção que resultou no impeachment da presidente Park Geun-Hye e pela tensão com a Coreia do Norte. 

Maior comparecimento às urnas

Quatro horas antes do fim da votação, 63,7% dos eleitores já haviam comparecido às urnas, contra 59,3% há cinco anos no mesmo horário, um aumento significativo e aguardado após os grandes protestos em que milhões de pessoas exigiram a saída de Park. 

No epicentro da crise está a relação da presidente destituída com Choi Soon-sil, sua grande amiga e que é chamada pela imprensa de "Rasputina" pelas acusações de que se aproveitou de suas relações para obter dezenas de milhões de dólares das grandes empresas sul-coreanas. 

O gigantesco escândalo de corrupção, que atingiu inclusive a Samsung, catalisou as frustrações da população a respeito das desigualdades, da economia e do desemprego. 

A crise obrigou todos os candidatos a prometer reformas para uma integridade maior no país. 

Moon Jae-In liderou as pesquisas eleitorais durante toda a campanha. 

"Percebo o forte desejo do povo de mudar o governo (...) Só podemos tornar realidade quando votamos", disse Moon depois de depositar seu voto ao lado da mulher na zona oeste de Seul. 

Alternância

A vitória de Moon, de 64 anos, representa uma alternância à frente do país após 10 anos de reinado dos conservadores.  

Sua eleição pode significar uma importante mudança de política em relação a Pyongyang e ao aliado e protetor Estados Unidos. 

Enquanto os coreanos votavam, Park permanece na prisão, à espera do julgamento por corrupção e abuso de poder. 

O escândalo afetou o herdeiro da Samsung e o presidente da Lotte, o quinto maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul. 

Desafios

O novo presidente terá muito o que fazer para combater a desaceleração econômica, as desigualdades, a alta do desemprego, em especial entre os jovens, e a estagnação dos salários. 

De acordo com um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) do ano passado, 10% dos sul-coreanos mais ricos têm 50% da renda de toda a população. 

O próximo ocupante da "Casa Azul", a residência oficial da presidência, herdará ainda o espinhoso problema da ameaça da vizinha Coreia do Norte. 

Poucas vezes a tensão foi tão grande na península coreana pelo temor de um teste nuclear do regime comunista de Pyongyang. Tampouco ajuda o caráter imprevisível do novo presidente americano, Donald Trump, que ameaçou resolver a questão pela força. 

A China está descontente com a instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul para contra-atacar a ameaça norte-coreana. 

Rompendo com a linha dura em relação a Pyongyang defendida por Park, Moon poderia propor uma aproximação menos conflitiva com a Coreia do Norte e uma emancipação da tutela americana.

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