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Mulheres são mais pobres, sofrem mais com a fome e são mais discriminadas do que homens, de acordo com uma pesquisa das Organização das Nações Unidas. O relatório, intitulado "Transformando Promessas em Ações: Igualdade de Gênero na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável", mostra como mulheres de todo o mundo estão se saindo em diversas áreas do desenvolvimento. 

O relatório está atrelado à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que estabelece objetivos globais, como eliminar a pobreza extrema e a fome, além de fornecer ensino para todas as crianças. Progressos significativos foram feitos de maneira geral em todos os campos, ainda que muitos podem não alcançar o resultado esperado. Mas esse estudo analisa especificamente a qualidade de vida entre as mulheres. E foi descoberto que, em quase todas as categorias, elas estão em uma situação pior que os homens

O relatório mostra que existem 122 mulheres com idade entre 25 e 34 vivendo em situação de pobreza extrema para cada 100 homens da mesma faixa etária na mesma situação. A porcentagem de mulheres vivendo em lares pobres é de 12,8%, enquanto para os homens esse número é de 12,3%. A diferença pode parecer pequena, mas em números absolutos significa que existem 5 milhões de mulheres a mais nessa situação do que homens. 

Nossas conviccções:

É difícil para as mulheres escaparem da pobreza, segundo o relatório, porque elas têm menos acesso a trabalhos e oportunidades financeiras. Em muitos lugares do mundo, as mulheres não podem legalmente receber heranças, ter posse de terra ou acesso a crédito. E, é claro, mesmo quando mulheres encontram trabalhos, elas frequentemente recebem salários menores que homens. Mulheres têm também menos tempo para trabalhar, já que elas têm desproporcionalmente mais responsabilidades em casa (como realizar trabalhos domésticos, cozinhar ou cuidar de crianças) do que os homens. 

O relatório também mostra que as mulheres também são mais vulneráveis à instabilidade alimentar em dois terços dos países – o que quer dizer que, quando há uma crise, é mais provável que as mulheres sintam fome do que os homens. A porcentagem mais alta de mulheres que enfrentam esses desafios estão na África subsaariana, apesar do problema ser mundial. 

Mortalidade e violência sexual

Mortes durante a gravidez também são um grande problema. 

Mundialmente, 303 mil mulheres morreram por causas relacionadas à gravidez em 2015. Quase dois terços dessas mortes aconteceram na África subsaariana, segundo os autores do relatório. Além disso, mulheres de baixa-renda são mais vulneráveis a isso. Este é um desafio que também está presente nos EUA, o único país desenvolvido no qual a taxa de morte entre mulheres grávidas está aumentando. 

As mulheres são vulneráveis de outras maneiras também. Segundo a ONU, 1 a cada 5 mulheres e jovens entre 15 e 49 anos relataram ter sofrido violência física ou sexual nas mãos de um parceiro íntimo nos últimos 12 meses. 

Os autores da pesquisa também analisaram leis nacionais em países do mundo inteiro e descobriram que mulheres têm mais chances de sofrer discriminações legalmente.

"Nos últimos 25 anos, houve muito progresso. Foram feitas legislações proibindo a discriminação baseada no gênero da pessoa, respeitando o direito à cidadania e à herança, além de leis que garantem igualdade dentro das famílias e proíbem a violência doméstica", eles afirmam. "Porém, se em alguns lugares progressos significativos foram feitos, em outros ainda existe a discriminação constitucional e legislativa, fazendo com que mulheres não tenham proteção ou base legal para exigir seus direitos". 

Pontos positivos

Existem alguns pontos positivos. Ao redor do mundo, mais mulheres estão indo para escola do que em qualquer outro momento da história, e muitas estão estudando por mais tempo. Mundialmente, 90,3% das meninas em idade escolar (nos primeiros anos do fundamental) estavam matriculadas em 2015, enquanto em 2000 esse número era de 82,2%. O número é um pouco maior no caso dos meninos – 91,9% dos meninos na mesma faixa etária estavam matriculados em 2015. Ainda assim, o relatório estima que 15 milhões de meninas não terão a chance de aprender a ler e escrever. 

Esse é um grande desafio em lugares como a África, onde 48,1% das adolescentes e 25,7% das meninas em idade de escola primária não frequentam a escola (para os meninos, esses números são de 43,6% e 21,7%, respectivamente). 

Uma questão que impacta esse número é a existência de instalações sanitárias adequadas para meninas, principalmente durante a menstruação. O relatório diz que "em lugares sem instalações sanitárias, por exemplo, preocupações com segurança e higiene durante a menstruação podem manter as meninas afastadas da escola e diminuir o comprometimento com a experiência de ensino".

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