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A atriz Kathy Griffin posou para uma foto segurando uma máscara sangrenta de Trump pelo cabelo | MARK RALSTON/AFP
A atriz Kathy Griffin posou para uma foto segurando uma máscara sangrenta de Trump pelo cabelo| Foto: MARK RALSTON/AFP

Bill Maher usou a palavra que começa com "n" (nigger – palavra pejorativa para negros) em uma entrevista com o Senador Ben Sasse na noite de sexta-feira (02), se juntando a Kathy Griffin e Stephen Colbert a um Monte Rushmore de quem passou dos limites (há ainda espaço para um quarto e, na velocidade que as coisas andam, não vai demorar muito para que outro rosto chegue). 

Uma conversa entre Maher e Sasse sobre o novo livro do senador fugia do assunto, como essas conversas normalmente fazem, e chegou ao tópico de adultos se fantasiarem para o Halloween na Califórnia. 

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"Não fazemos com muita frequência", disse Sasse sobre os adultos de seu estado. O que levou a isso: 

MAHER: Preciso ir mais para o Nebraska. 

SASSE: Você é bem-vindo. Adoraríamos que você trabalhasse no campo com a gente. 

MAHER: Trabalhar no campo? Senador, eu sou um "nigger" de casa. 

Visivelmente desconfortável, Sasse parecia incerto sobre como responder e não disse nada. 

"Não, foi uma piada", desse Maher para quebrar o silêncio. Algumas pessoas da audiência riram. A entrevista continuou. 

Depois Sasse tuítou que deveria ter enfrentado a piada como forma de protesto. 

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O epíteto de Maher não foi feito no contexto de um comentário sobre o Presidente Donald Trump, mas o apresentador da HBO é conhecido como um dos maiores críticos do presidente. Trump já processou Maher por uma piada em 2013. 

Para os apoiadores de Trump, frequentemente acusados de fazer comentários odiosos ou defender um presidente que os faz, o episódio com Maher é uma evidência que liberais podem ser tão ruins quanto. Griffin e Colbert já mostram o mesmo comportamento. 

No último mês, Colbert disse do presidente: "A única coisa para a qual sua boca é boa é para fazer um b-----e no Vladimir Putin". 

Na melhor das hipóteses, foi um comentário vulgar. Na pior, o tiro para Trump acabou sendo uma afronta para os homossexuais. 

"Para registrar, a vida é curta, e qualquer pessoa que expresse seu amor de sua própria maneira é, para mim, um herói americano", disse Colbert no "The Late Show" algumas semanas depois. "Acho que todos podemos concordar com isso. Eu espero que o presidente possa concordar com isso". 

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A Comissão Federal de Comunicações examinou com cuidado a piada de Colbert depois de receber reclamações de espectadores mas decidiu não penalizar o apresentador da CBS. 

Griffin posou para uma foto segurando uma máscara sangrenta de Trump pelo cabelo. A imagem grotesca enfureceu o presidente e sua família mas espalhou um desconforto por tudo, inclusive pelos oponentes de Trump. 

A CNN cortou as relações com Griffin, que apresenta o especial de ano novo na emissora desde 2007. Griffin se desculpou, mas afirmou se sentir vitimizada por ataques retóricos como consequência de seus atos.

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