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Escamas do pescoço de um T. rex: sem penas | Peter Larson/Bell et al. Biol. L/Divulgação
Escamas do pescoço de um T. rex: sem penas| Foto: Peter Larson/Bell et al. Biol. L/Divulgação

O tiranossauro rex era um animal estranho, um predador com os dentes do tamanho de bananas, uma enorme cabeça e braços pequenos. Dado que muitos dinossauros tinham penas, poderia o T. rex ter sido ainda mais estranho - um carnívoro gigante com um casaco macio?

Um novo estudo na revista Biology Letters destrói qualquer sonho de galinha tirana: o T. rex era coberto de escamas. A nova pesquisa "revela claramente que o T. rex tinha pele escamosa", disse o autor do estudo Phil Bell, um paleontólogo da Universidade de New England, na Austrália. 

Quando o T. rex apareceu pela primeira vez na cultura pop, como no filme de 1918 "O Fantasma da Montanha do Sono," o dinossauro tinha pele rugosa e ficava de pé, arrastando seu rabo. Cientistas começaram a desmantelar essa concepção reptiliana errônea no final do anos 60, e no filme "Jurassic Park" de 1993, um T. rex bastante fiel, horizontal, ameaçava as telas de cinema. 

A imagem do dino mudou novamente nas últimas décadas, à medida que se acumulavam evidências de espécies com pena. Dois tiranossaurídeos, Dilong e Yutyrannus - parentes que antecederam o T. rex em 50 milhões de anos - eram cobertos de penas. Quanto ao T. rex, artistas criaram um design selvagem e felpudo. Um museu colocou penas em seu T. rex robótico. 

Mas isso era dar mais valor à pena do que ao fóssil.

"Com toda a publicidade sobre terópodes com penas, é fácil esquecer que na verdade a maioria dos dinossauros tinham pele escamosa, semelhante à dos répteis," disse Bell.

(Dinossauros terópodes incluíam tiranossauros e muitos outros dinossauros de duas pernas, bem como ancestrais pássaros.) 

Bell e seus colegas examinaram peles do T. rex e de quatro parentes de um período bem avançado na história do tiranossauro: Albertossauro, Daspletossauro, Gorgossauro e Tarbossauro. A pele do tiranossauro é rara, disse Bell, em parte porque os paleontólogos preferiram historicamente destruir a pele para chegar aos ossos. 

A partir desses pedaços de pele, representando o abdome, peito, pelvis, pescoço e rabo do tiranossauro, os pesquisadores não encontraram nada além de escamas. Se as penas existiram, foi somente ao longo das costas ou espinha dorsal do animal. 

"Isso não elimina a possibilidade de penas até nos maiores tiranossauros," disse o paleontólogo da Universidade de Londres David Hone, que não estava envolvido na pesquisa, "mas de fato sugere que não tinham uma cobertura completa de penas." 

Os cientistas propõe algumas hipóteses sobre porque o T. rex não era coberto por penas, ao contrário de seus parentes ancestrais. "Provavelmente a opção mais interessante é o gigantismo," disse Bell. O Dilong com penas era do tamanho de um cachorro grande. O T. rex era do tamanho de um ônibus de cidade.

"Animais grandes tem problemas para se livrar do calor excessivo, então ser coberto de penas não é uma boa ideia, a não ser que você more num lugar frio."

Elefantes, por exemplo, não são tão peludos quanto ratos. 

Mas o Yutyrannus, embora não tão grande como o T. rex, não era nenhum cachorrinho. "O problema aqui é que temos tiranossauros grandes, alguns com pena e outros sem, que vivem em climas bastante parecidos," disse Bell. "Então qual é a razão para essa diferença? Não sabemos ao certo. "

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