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Tempo médio de locação subiu para quase todas as tipologias de imóveis disponíveis para alugar. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Tempo médio de locação subiu para quase todas as tipologias de imóveis disponíveis para alugar.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O mercado de locação residencial parece resistir ao movimento de desaceleração registrada pelo setor imobiliário nos últimos meses. No primeiro trimestre desde ano, o número de casas e apartamentos locados em Curitiba ficou pouco abaixo do desempenho registrado no mesmo período do ano passado – 3,1 mil unidades contra 3,2 mil contratos assinados. Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

“O mercado está estável”, diz Elaine Gonzaga, diretora-geral do grupo Gonzaga. Segundo ela, trata-se de um setor dinâmico, mas pouco aquecido neste momento devido à crise econômica que atinge o país.

A manutenção do preço médio do aluguel também reforça o cenário de estabilidade. Em março deste ano, na comparação com igual mês de 2014, o preço do metro quadrado para locação sofreu um acréscimo de apenas R$ 0,21, para R$ 14,17. Segundo Fátima Galvão, vice-presidente de locação do Secovi-PR, o excesso de oferta aliado à elevação do índice de desemprego está fazendo com que os proprietários ajustem os valores dos aluguéis para equilibrar os preços.

Na Senzala Imóveis, por exemplo, o valor médio do aluguel cobrado em março deste ano era de R$ 1 mil, redução de R$ 800 na comparação com o valor praticado no mesmo mês de 2014. Augusta Coutinho Loch, gerente da imobiliária, diz que a mudança no perfil do imóvel buscado pelos inquilinos é um dos pontos que explica a retração no preço. “No ano passado, a maioria dos clientes buscava imóveis de dois e três quartos. Neste ano, os compactos são os mais procurados”, afirma.

Oferta

No primeiro trimestre deste ano, as imobiliárias viram crescer em 8,17% a oferta média de imóveis para locação na cidade. O total de casas e apartamentos à espera de um inquilino chegou a 8.752 no período, um acréscimo de 661 unidades em comparação a média registrada em 2014. “Esta oferta é resultado do significativo número de entregas realizadas pela construção civil, principalmente no final de 2014, quando muitos imóveis de investidores entraram na carteira de locação e outros foram desocupados pelos inquilinos que se mudaram para a casa própria”, explica Fátima.

Diante deste cenário, a maioria dos proprietários está tendo de esperar mais para ter seus imóveis ocupados. Com exceção das quitinetes e dos apartamentos de quatro dormitórios, que tiveram redução no tempo médio de locação, todas as demais tipologias precisaram esperar entre 11 dias e 40 dias a mais por um inquilino.

Mais em conta, compactos lideram a procura

A opção por aluguéis mais enxutos tem feito dos imóveis compactos os queridinhos dos inquilinos. Antes destinadas quase que exclusivamente aos estudantes, as quitinetes e unidades de um dormitório tem conquistado o público que está saindo da casa dos pais ou que terminou um relacionamento, representando uma opção mais barata e prática para morar. “As pessoas querem morar perto de onde trabalham ou estudam, reduzindo custos. Por isso, locam provisoriamente por um ano, para ver o que vai acontecer”, aponta Augusta Coutinho Loch, gerente da Senzala Imóveis.

Paralelamente à procura, os compactos também passaram a receber maior atenção dos proprietários, que têm investido em melhorias com o objetivo de atrair inquilinos. A instalação da cozinha e eletrodomésticos, como geladeira, fogão e micro-ondas, estão na lista das benfeitorias mais comuns para dar um up grade aos imóveis

Fátima Galvão, gerente de locação do Secovi-PR, lembra que este investimento tem reflexo no valor das locações. Nas quitinetes, por exemplo, a variação no preço do aluguel foi de 7% no trimestre, a maior entre as demais tipologias residenciais. “A infraestrutura do empreendimento, com áreas de lazer bem montadas, também interfere no valor da locação”, acrescenta. Para Augusta, da Senzala, contudo, esta valorização está mais relacionada aos apartamentos recém-entregues e não às unidades localizadas em prédios mais antigos, sem mobília, com aluguéis na faixa de R$ 420 e R$ 500, os mais locados na imobiliária.

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