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O empresário italiano Francesco Protti viu nos imóveis comerciais uma boa oportunidade de investimento | Walter Alves/Gazeta do Povo
O empresário italiano Francesco Protti viu nos imóveis comerciais uma boa oportunidade de investimento| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

2.517 unidades foram licenciadas neste ano, uma alta de 65% se comparada ao mesmo período do ano passado.

Os bons ventos do mercado imobiliário também sopram para os imóveis comerciais. Esquecidos durante anos e com pouquíssimos lançamentos até 2010, eles agora alcançam status de imóveis de primeira necessidade para uma cidade que passa a oferecer cada vez mais produtos e serviços em bairros e que recebe grande incentivo da prefeitura para que o centro continue a ser próspero e movimentado. Isso faz com que imóveis desse tipo sejam bem recebidos pelo mercado em várias localidades diferentes. O número de alvarás liberados cresceu 53% e os imóveis concluídos tiveram um aumento de 14% em relação ao ano passado. Ainda assim o gargalo está longe de ser solucionado. "Entregas efetivas dos lançamentos que vimos nos últimos anos só devem ocorrer no ano que vem", anuncia Fabio Araújo, economista da Brain, consultoria especializada em mercado imobiliário. Para o presidente da ­Ademi-PR, Gustavo Selig, a Lei de Zonea­mento e Uso do Solo de Curitiba impede novos investimentos em empreendimentos comerciais e atrasa o processo de descentralização, considerado por ele uma necessidade imediata. "Há muita carência por imóveis com pequenas salas e condomínios mais baixos localizados em bairros, mas não tem como investir se a lei continuar nos padrões em que está", avalia Selig. A Lei de Zonea­mento não permite construções em alguns pontos da cidade e, em outros lugares permite que para cada metro quadrado do terreno seja construída a mesma metragem da obra, o que afasta os investidores. Para o Ippuc não há motivo para reclamação. "A lei é dinâmica e sempre passa por mudanças. Já fizemos vários ajustes e estamos abertos a outras melhorias. Nada é engessado. Além disso, analisamos cada solicitação de construção comercial que chega, o que demonstra nossa disposição em atender a essa demanda", conta Lourival Peyerl, diretor de informações do Ippuc. Ainda assim, Peyerl afirma que há sim um esforço da prefeitura em continuar atraindo pessoas, moradias e negócios para o centro da cidade. "Em muitas cidades o centro está deteriorado, com pontos de consumo de drogas, criminalidade e abandono. Não é o que queremos para Curitiba", completa.

Já Gustavo Selig afirma que os congestionamentos e a concentração em apenas uma área são prejudiciais. "As pessoas pensam duas vezes antes de sair do trabalho às 18 horas porque, provavelmente, ficarão engarrafadas em algum ponto", destaca.

Longe desta discussão estão as incorporadoras que continuam apostando no centro da cidade e em suas imediações para construir espaços comerciais. Os últimos lançamentos da Invespark confirmam a intenção de compra do investidor – 24% citaram o centro como local preferido na hora de adquirir um imóvel assim. O Workspace Brigadeiro – localizado entre a Brigadeiro Franco e a Emiliano Perneta – contempla salas a partir de 35 metros quadrados e R$ 279 mil e será entregue em dezembro de 2014. Já o Corporate Emiliano – localizado na Emiliano Perneta – será voltado ao mercado corporativo exclusivamente para a locação. "A ideia é atender grandes empresas, sem abrir mão de uma boa infraestrutura e de um custo total de ocupação extremamente competitivo", assinala o diretor de incorporações da Invespark, Eduardo Quiza.

De qualquer forma, construtoras e incorporadoras comemoram o bom momento do mercado e veem suas unidades serem vendidas rapidamente. É o caso do Torre Attivitá, empreendimento da Thá que teve 20% de suas unidades comercializadas em cinco dias. "A ausência de oferta entre 2002 e 2005 criou uma demanda grande que garante o mercado aquecido até hoje", conta Diego Filardi, gerente comercial da Thá. Localizado no bairro Água Verde, o Torre Attivitá vai oferecer áreas de convivência com espaços a céu aberto que poderão ser usados para relaxar, fazer reuniões e tomar café.

Investimento certo

A pesquisa Perfil Imobiliário desse ano mostrou que 84% das pessoas interessadas em adquirir imóveis comerciais gostariam de fazer isso como forma de investimento. De acordo com o diretor de incorporações da Invespark, Eduardo Quiza, a decisão não poderia ser mais acertada. "As pessoas ainda não perceberam o enorme potencial deste tipo de investimento, que oferece um rendimento que pode chegar a 0,8% ao mês sobre o valor aplicado, um retorno maior que cadernetas de poupança e títulos do tesouro", afirma Quiza.

Foi o que pensou o empresário italiano Francesco Protti ao adquirir um espaço de 38 m2 no Workspace Briga­deiro. Investidor em imóveis há muitos anos, Protti passou a olhar os comerciais de outra maneira. "Percebi que faltam unidades comerciais e hoteleiras em Curitiba e achei uma boa oportunidade de investimento", avalia. Sua sala será entregue em 2014 e o investimento foi de R$ 290 mil.

A metragem considerada ideal está entre 30 metros quadrados e 120 metros quadrados, geralmente usadas para consultórios e escritórios, o que reforça o comportamento de comprar para alugar. Já o tíquete médio da intenção de compra está entre R$ 100 mil e R$ 250 mil.

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