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O Opus One, da Borcath , é um dos dois lançamentos na área comercial deste ano em Curitiba. | Divulgação
O Opus One, da Borcath , é um dos dois lançamentos na área comercial deste ano em Curitiba.| Foto: Divulgação

O cenário difícil da economia tem tido reflexos sobre o mercado imobiliário voltado ao segmento comercial. Em 2015, Curitiba viu cair a oferta de novas unidades, resultado da postura cautelosa das empresas frente aos novos lançamentos e do objetivo de se reduzir os estoques. Até junho, cerca de 30% da oferta global lançada estava disponível para venda e somava 1,9 mil unidades.

No primeiro semestre deste ano, dois empreendimentos comerciais foram lançados na capital com uma oferta total de 371 unidades. O número é 21% menor do que o registrado no mesmo período de 2014, quando 471 unidades foram lançadas em quatro empreendimentos. Os dados são da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

“O principal motivo para a retração dos lançamentos é que o consumidor final deste produto [investidores e empresários] está sendo 100% impactado pelo momento econômico”, pontua Fábio Tadeu Araújo, diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi-PR.

R$ 9,1 mil

era o preço médio do m² comercial novo no primeiro semestre de 2015, em Curitiba. O valor é 3,8% superior ao praticado no mesmo período do ano passado, R$ 8,8 mil.

Por outro lado, os investidores que seguem comprando se apresentam mais preparados para a aquisição, com dinheiro em caixa e dependendo menos dos bancos para fechar a negociação, como avalia Douglas Borcath Filho, diretor da D. Borcath Incorporadora. “Apesar da redução na velocidade, as vendas têm muita qualidade. Em uma venda comercial, geralmente paga-se de 40% a 50% do valor do imóvel durante a obra e o saldo na entrega. Agora, as pessoas têm aumentado este porcentual durante a obra, deixando menos para as chaves”, acrescenta. A empresa pré-lançou em 2015 o Opus One Ecoville, que tem mais de 60% de suas 170 salas e 15 lajes corporativas comercializadas.

Esse “preparo”, aliado ao volume de entregas, pode ser uma das justificativas para o desempenho das vendas do período, no qual o Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado, R$ 130 milhões, superou o lançado, que ficou na casa dos R$ 97 milhões, segundo Araújo. Analisando-se a oferta total, que engloba o VGV lançado no período e o dos anos anteriores, o incremento nas vendas chegou aos 14,4% no comparativo com o primeiro semestre de 2014.

Perfil

A mudança no cenário tem modificado, também, o perfil dos lançamentos apresentados ao mercado. Araújo conta que os grandes empreendimentos com padrão mais elevado, como os de uso misto, começam a dar lugar a produtos mais econômicos, com preços de até R$ 6 mil e R$ 6,5 mil por m², na média.

Borcath também vislumbra esta mudança no perfil da oferta e diz que ela deverá priorizar empreendimentos menores e melhores. “Esta melhoria está muito relacionada ao acabamento e ao projeto em si, para se tentar ser o mais assertivo possível e com qualidade. Estamos, hoje, em um momento do mercado no qual não se pode errar”, avalia. O diretor também acredita que, no curto prazo, haverá um domínio dos incorporadores locais frente aos novos lançamentos.

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