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Novos empreendimentos foram pulverizados em diferentes regiões da cidade. Incorporadoras buscam diversificar regiões que concentraram mais investimentos nos últimos anos | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Novos empreendimentos foram pulverizados em diferentes regiões da cidade. Incorporadoras buscam diversificar regiões que concentraram mais investimentos nos últimos anos| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Após o boom dos últimos anos, o mercado imobiliário de Curitiba vive uma nova dinâmica, caracterizada pela retração e descentralização da oferta de novas unidades. Até julho deste ano, foram lançados na capital 1,9 mil apartamentos, 37% a menos do que no mesmo período de 2014.

INFOGRÁFICO: Veja quais bairros oferecem o maior número de ofertas

Reajuste dos apartamentos novos segue abaixo da inflação

Até julho de 2015, o mercado imobiliário viu se confirmar a tendência de desaceleração nos preços e de valorização abaixo da inflação para os apartamentos novos na capital.

Entre janeiro e julho, o reajuste médio acumulado pelas unidades foi de 2,6%, sendo que o metro quadrado privativo era comercializado a R$ 6,4 mil neste mês, de acordo com dados da Ademi-PR. O número é 4,2 pontos porcentuais menor do que a inflação registrada no período, que fechou na casa dos 6,8% segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para Leonardo Pissetti, diretor de empreendimentos da Swell Construções, a forte alta da inflação no período fez com que os reajustes se descolassem do índice oficial uma vez que, assim como outros setores, o mercado imobiliário não tem condições de acompanhá-la.

Para o final do ano a tendência é a de que os reajustes se mantenham abaixo da inflação oficial, mas acompanhem a inflação do setor, medida pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). “Projetamos que a valorização deva ficar na faixa dos 6% a 7% no acumulado do ano”, prevê Fábio Tadeu Araújo, diretor de pesquisa de mercado da Ademi-PR.

A pulverização dos lançamentos, por sua vez, tem feito com que bairros como Bairro Alto, Mercês e Água Verde despontem como os que mais atraíram a atenção dos incorporadores, desbancando endereços famosos da cidade. “As empresas reduziram lançamentos em alguns bairros que receberam muitos empreendimentos nos últimos anos, fazendo com que outros aparecessem, mesmo que de forma pulverizada. Esse movimento tem a ver com a oportunidade de compra dos terrenos em algumas regiões que respondem ao perfil [de produto] que a empresa pretende lançar”, explica Fábio Tadeu Araújo, diretor de pesquisa de mercado da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

Na primeira posição deste “ranking” está o Bairro Alto, que recebeu 350 novas unidades até julho, de acordo com dados da entidade. Ainda segundo a Ademi-PR, todos estes apartamentos pertencem a um único empreendimento, o Residencial Rio Japurá – da MGA Construtora –, que fica no limite com o município de Colombo e está enquadrado no programa Minha Casa, Minha Vida.

Um dos aspectos que justificam a atratividade do endereço, na opinião de Leonardo Pissetti, diretor de empreendimentos da Swell Construções, é sua proximidade com a Linha Verde, que permite às construtoras usufruírem dos benefícios e da infraestrutura – ainda não finalizada – de sua Operação Urbana Consorciada. “A prefeitura criou incentivos construtivos nesta região, que serve para produtos de baixo e médio padrões, com tickets entre R$ 150 mil e R$ 400 mil, na média”, acrescenta.

Alto padrão

Um dos bairros mais tradicionais cidade, o Mercês aparece na segunda posição com uma oferta de 228 apartamentos lançados até julho. Para o diretor da Swell – que tem um empreendimento na região e um próximo lançamento previsto para o início de 2016 –, este era um bairro que estava “esquecido”, mas que voltou a chamar a atenção dos incorporadores por ser bem abastecido e próximo ao Centro. “Ele já aparece como uma opção ao Ecoville”, conta.

Queridinho dos curitibanos, o Água Verde foi o terceiro endereço mais buscado pelos incorporadores, que lançaram 172 novas unidades no bairro. Araújo destaca que estes dois bairros absorvem bem os produtos de médio e alto padrões até os de luxo, com valores a partir de R$ 700 mil [e que respondem a 23,1% das unidades lançadas em 2015], o que faz com que eles estejam bem representados no ranking. “Esse movimento é bom para o mercado, pois a desconcentração reduz a possibilidade de excesso de oferta em algum bairro, deixando a cidade mais equilibrada”, resume.

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