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Grades retas deixam aparente o interior do condomínio Parthenon, da construtora Héstia, no Água Verde | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Grades retas deixam aparente o interior do condomínio Parthenon, da construtora Héstia, no Água Verde| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Orçamento

Materiais e custos

Os materiais mais utilizados são o ferro fundido (principalmente para detalhes mais rebuscados de estilo neoclássico) e o metalon (aço tubular galvanizado, ou seja, com cobertura que evita a oxidação). Esse último é usado em mais de 80% dos condomínios de Curitiba, de acordo com o dono da Serralheria Segurança, Samuel da Silva Rosa. "É um material resistente e fácil de trabalhar."

O orçamento é feito com base no valor do material, da mão-de-obra (com instalação ou não) e do acabamento (com fundo para pintura ou com a pintura completa na cor desejada). "Na maioria das vezes os condomínios pedem para que a gente faça a instalação pela dificuldade de encontrar mão-de-obra disponível e de qualidade", conta o dono da Ducarol Serralheria, Mário Roberto Mondadori.

Segundo as duas serralherias, o custo médio do metalon instalado, sem a pintura final, fica entre R$ 120 e R$ 140 o metro quadrado. Para o acabamento é possível escolher entre a pintura eletrostática (mais resistente e de toque mais liso), que custa R$ 25 o metro quadrado, e a com tinta líquida, mais barata a R$ 15 o metro quadrado.

  • Grand Garden, no Ecoville: barras próximas mantêm privacidade e a altura acompanha o muro, facilitando a ação dos sensores de presença
  • Grade de desenho rebuscado do Palazzo Reale, no Cabral. Parte do jardim para fora integra o condomínio à rua
  • Porto Venere, no Alto da XV: linhas retas e pórtico que protege da chuva na entrada
  • Grades que permitem visão de um ângulo nos muros laterais
  • Edifício Constelation, no Cabral: ausência de grades

A insegurança obriga os condomínios a se protegerem com grades, câmeras de monitoramento e outros recursos, mas até que ponto o excesso desses artifícios não agride o "olhar" de quem mora, visita ou simplesmente passa pelo lugar? Em cidades cheias de pichação e o cinza do concreto, escolher a grade com o formato, o material e a cor certa podem minimizar a poluição visual e a sensação de falta de liberdade.

Nos prédios novos de Curitiba esse item de segurança é de praxe. Poucos lançamentos (como os de perfil misto, residencial e comercial) optam por uma entrada aberta, sem grades ou muros. "Se pensarmos no ideal da arquitetura, do urbanismo e da integração da cidade, o melhor seriam entradas sem barreiras como o gradil", avalia o arquiteto Manuel Baggio, da Baggio Pereira & Schiavon Arquitetura, responsável por um projeto assim, o Constelation, no Cabral.

Para ele, uma entrada de condomínio como essa é possível trazendo itens de segurança da porta de entrada do prédio para dentro, com recursos como vidros de segurança (resistentes) nas portas, guarita e outros recursos eletrônicos. "No entanto, nem sempre o local permite tal abertura do condomínio para o entorno", reconhece o arquiteto.

Mesmo assim, ele aposta em composições que, de alguma forma, ainda permitam a ligação entre a moradia e a rua. "Um exemplo disso é o edifício Palazzo Reale, da construtora Andrade Ribeiro, que fiz também no Cabral. As grades começam de um ponto do jardim para dentro, deixando ainda uma parte da vegetação para a rua". As grades desse prédio foram feitas pela construtora que tem uma serralheria própria para o desenvolvimento de seus projetos.

Estilo

As formas da grade seguem as linhas do projeto arquitetônico do prédio ou estilo do condomínio de casas como um todo. Se o estilo é neoclássico, as grades tendem a ser mais trabalhadas, com detalhes próprios do estilo. Já se o desenho é moderno, o gradil tende a ser reto, com pouquíssimos detalhes. Esse é o caso do edifício Parthenon, da construtora Héstia, no Água Verde. A grade segue linhas retas, bem simples, que deixa parte do condomínio visível (condição ideal para a segurança do lugar) e compõe com um muro de pedras. A construtora tem um arquiteto só para pensar nos detalhes da fachada. "Ele observa o tipo de grade a ser colocada, que combine com a aparência do edifício como um todo, fazendo também o seu papel de segurança", explica o diretor da Héstia, Gustavo Selig.

A segurança envolve questões práticas de planejamento como a permeabilidade de visão que se deseja (algumas partes do condomínio exigem mais privacidade e, portanto, grades mais fechadas ou ainda combinadas com muros) e altura (o ideal é de 2 e 2,5 metros, tomando cuidado para que as barras horizontais não fiquem em uma distância do chão e entre si que facilitem a escalada da grade). "Outro detalhe importante é a cor. O branco e os tons claros em geral aparecem mais. Já o preto e o verde escuro quase desaparecem", exemplifica Baggio.

No caso da instalação futura de uma cerca elétrica é preciso observar regras específicas previstas na Lei Municipal 11.035, de 2004, que incluem obrigações como o desenho da grade por uma empresa com registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR) para alvará prévio da Prefeitura.

Recursos

Baggio comenta que há vários recursos práticos que podem ser incorporados às grades atualmente, como uma passa-pizza (abertura na grade ou na guarita do prédio que faz com que o delivery seja feito sem o contato direto do morador com o entregador) e ainda a entrada da garagem compartimentada (com dois portões que, abrindo um seguido do outro, ajuda a evitar a entrada de bandidos enquanto um dos moradores entra). Outro recurso bastante interessante é o uso de um tipo de portal ou cobertura, integrado ao estilo do empreendimento, que proteja os visitantes da chuva dando tempo para que o segurança ou porteiro identifique a pessoa antes de deixá-la entrar.

A orientação de uma empresa especializada em segurança na hora de fazer a grade também é recomendada. Foi o que o arquiteto Frederico Carstens fez na elaboração da fachada e gradil do condomínio de casas Grand Garden, do Grupo LN, no Ecoville. "Ali o gradil foi feito de forma a não permitir a visão total de fora para dentro do condomínio. Também foi observado um mesmo nível (altura) em relação ao muro e do terreno como um todo para facilitar a operação dos sistemas de segurança modernos como os sensores de presença. Muros e grades com sobressaltos (diferentes alturas) dificultam a ação do equipamento", esclarece o arquiteto.

Carstens usou o mesmo recurso da grade que mantém uma certa privacidade no prédio Porto Venere, da construtora Hugo Peretti. Implantadas nos muros, grades que mais parecem grandes venezianas permitem a visão de fora para dentro apenas em alguns ângulos, combinando com estilo contemporâneo do empreendimento.

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