• Carregando...
Residenciais Aroeira e Imbuia, no bairro Santa Cândida: emprendimentos já entregues fazem parte de um condomínio com mais de mil unidadesfinaciadas pelo Minha Casa, Minha Vida | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Residenciais Aroeira e Imbuia, no bairro Santa Cândida: emprendimentos já entregues fazem parte de um condomínio com mais de mil unidadesfinaciadas pelo Minha Casa, Minha Vida| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Expectativa

Empresas esperam aumento do teto dos imóveis e criação de faixa intermediária

Mesmo sem uma sinalização por parte do governo federal sobre novas regras da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, a expectativa do setor imobiliário é a de que ela traga mudanças em relação ao que foi praticado nas duas primeiras fases.

Um dos pontos aguardados pelos empresários é o aumento do teto para a contratação dos imóveis do programa, que hoje é de até R$ 170 mil em Curitiba. "Isso vai partir do governo, mas estimamos que deva chegar a R$ 190 mil", projeta Victor Hugo Batista Mendes, gerente de comercialização e marketing da FMM Engenharia.

O aumento dos custos de produção, seja para a aquisição do terreno ou para gastos com mão de obra, estão entre as justificativas apontadas pelas empresas para a alteração. "Nos últimos cinco anos, o aumento real para a contratação de mão de obra foi de 50%, fora a inflação. Os preços das unidades do programa estão represados há dois anos, isso faz com que a atratividade diminua, impactando a produção", explica Waldemar Trotta Junior, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR).

Outra solicitação do setor é a criação de uma faixa intermediária entre a 1 e a 2 com subsídio parcial para atender a demanda das famílias. "Hoje, nas grandes cidades, um casal ganha mais do que o limite da faixa 1 [até R$ 1,6 mil] e também não se enquadra na faixa 2 [até R$ 3.100], que fica em um preço muito alto, com prestações elevadas", diz Trotta Junior.

Desde o lançamento oficial do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) 3, em julho, o setor da construção civil aguarda a definição das regras desta nova fase do programa por parte do governo federal. Apesar da demora dos novos parâmetros, as empresas do segmento estão bastante otimistas em relação à terceira etapa. A meta do governo é construir 3 milhões de unidades a partir de 2015 pelo MCMV 3.

INFOGRÁFICO: Veja quantas casas foram entregues pelo Minha Casa, Minha Vida

Na avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, as regras devem ser apresentadas somente após a definição da nova equipe econômica, que deve ocorrer ainda nesta semana. "Hoje, o governo está mais ocupado em resolver o problema do superávit primário. A definição da linha que será adotada como nova medida econômica, de priorizar ou comprometer o investimento, vai refletir no estímulo que será dado ao programa", diz.

Otimismo

A expectativa das empresas que trabalham com imóveis contratados pelo Minha Casa, Minha Vida é grande para esta terceira etapa. Newton Borges dos Reis, diretor da construtora Conceito e Moradia, diz que a empresa está seguindo o curso normal de planejamento e tem um projeto em fase de aprovação pela Caixa Econômica Federal para o lançamento de 60 unidades no bairro Sítio Cercado. "É um empreendimento da faixa 3, com lançamento previsto para o feirão da Caixa [ realizado sempre no mês de maio]", conta.

Na FMM Engenharia, que tem unidades enquadradas no MCMV em todos os empreendimentos em construção, o plano é lançar 1,5 mil unidades, somando um total de R$ 156 milhões em valor geral de vendas entre o final de 2014 e 2015. "Nós acreditamos muito no Minha Casa, Minha Vida. Sabemos da seriedade do programa e do empenho do governo para fazer com que a terceira fase tenha tanto sucesso quanto às demais", afirma Victor Hugo Batista Mendes, gerente de comercialização e marketing da empresa.

Anunciado em setembro, o acréscimo de mais 350 mil habitações à segunda fase do MCMV – que terá 2,6 milhões de unidades –, trouxe alívio para o setor. Waldemar Trotta Junior, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), lembra que a falta desta medida iria descontinuar o programa neste final de ano, o que não ocorreu. "O que precisávamos era de uma garantia de que teríamos alguma condição de contratar antes da oficialização da terceira etapa, e isso nos foi dado. Esta quantidade acaba entrando como parte do MCMV 3", diz. Hoje, segundo ele, a principal dificuldade do programa está nos imóveis da faixa 1. A Caixa Econômica aponta que o repasse do Tesouro não está acontecendo com a rapidez que deveria, atrasando em até um mês o recebimento das empresas que atuam neste segmento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]